Capítulo 144

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Freei o carro e Jonas se precipitou em direção ao meu carro para tirar Helena de lá e carregá-la pela porta de emergência, onde uma maca e o doutor Ribeiro a esperavam.
— Picada de cobra –falei ofegante– Cascavel diamante. Ela mesma fez o torniquete no braço...
— Ei, está tudo bem –Jonas me acalmou– A Shirley ligou para eles. Está tudo pronto, menos o soro antiofídico –ele acrescentou em um tom calmo– Eles não tem o suficiente, mas pediram para que um policial da cidade vizinha trouxesse até a entrada da cidade. O delegado Henrique já está lá aguardando para trazer o soro até aqui. –ele colocou uma das mãos em meu ombro– Ela vai ficar bem. Você fez tudo certo.
Mordi o lábio inferior, tentando impedir que as lágrimas rolassem pelo meu rosto. Sem sucesso. Girei e comecei a subir as escadas.
Rapidamente, Jonas me girou em direção a ele e me puxou para seus braços.
— Nunca sinta vergonha das suas lágrimas –sussurrou em meu ouvido– Também já derramei muitas.
Aquilo era surpreendente e agradável. Significava que Jonas também era humano.
— Obrigada –agradeci com a voz rouca. Em seguida, me afastei e limpei as lágrimas com o dorso da mão– Eu estava apavorada e não podia demonstrar. Ela é minha melhor amiga.
— Eu sei. Venha, eu te acompanho. Por coincidência eu tive um chamado para vir até aqui. Se lembra do Benjamin Ruiz? O filho deu um tiro em sua perna quando ele ameaçou bater na mãe do garoto.
— Rian atirou nele? –perguntei surpresa. O rapaz parecia tão calmo.
— Sim –ele respondeu sorrindo enquanto inclinava a cabeça de leve para o lado– Nós vamos leva-lo para o campo de tiro para que ele posso aprimorar a mira, para o caso de ele precisar repetir a dose.
Não consegui conter a risada.
— Assim está melhor –disse ele– Agora, fique tranquila.
Sorri para ele e nós fomos juntos até a emergência.

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