Capitulo 97

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— Talvez o único interesse dela sejam as jóias –retruquei com um certo cinismo.
Vi o carro de Sophie entrar no estacionamento.
— Ela está adiantada –fixei o olhar em Helena– Quer que eu entre com você?
— Eu posso fazer isso sozinha –respondeu ela, negando com a cabeça.
Entreguei a ela dois ingressos.
— Pegue isso, mesmo que seja a única coisa que você aceite que eu te dê. Volto antes mesmo de você sentir minha falta.
— Divirta-se com ela. –disse ela.
— Divirta-se você.
Helena saiu do carro, fechou a porta e acenou. Não olhou na direção de Sophie.
|Helena|
A música ecoava na noite fria. Estavam tocando um ritmo latino. Imaginei todos os dançarinos que iriam se apresentar ali. Eu estava ansiosa para ver as apresentações.
Entreguei o ingresso para o recepcionista, ajeitei o xale nos ombros e as adentrei o enorme salão, onde a banda tocava.
— Pensei que viria junto quando ouvi o Marcelo falar que tinha comprado as entradas. –uma voz grave e divertida soou atrás de mim. Girei e me deparei com os olhos suaves e escuros de Luan.
Me vi incapaz de dizer uma só palavra. Luan segurou minha mão e me guiou para dentro do centro comunitário.
— Posso perguntar onde está o Marcelo?
— Não tem necessidade. Não vi seu carro –respondi, sentindo como se meus pés não tocassem o chão.
— Não viu porque eu não vim com meu carro. Trouxe uma das picapes da fazenda e estacionei lá nos fundos. Duvido que o Marcelo tenha percebido.
— Não percebeu –olhei ao redor– A Bruna está aqui?
Luan hesitou.
— Não.
Parei, forçando ele a parar também.
Luan me olhou dos pés a cabeça.
— O verde cai bem em você –elogiou ele.
— Bruna não veio? –insisti.

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