Capítulo 182

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— Como você bem sabe –disse Henrique com a voz arrastada, cruzando as pernas.
O som de outro carro se aproximou. Em seguida, ouvimos a porta do veículo bater, outro murmúrio de vozes e passos subindo a escada, mas dessa vez, suaves, rápidos e quase imperceptíveis.
Jonas parou na porta, observando a cena.
— Bom, como se isso não fosse típico dos delegados –resmungou– Sair no meio de um interrogatório e deixar o trabalho pesado para um policial.
— Cala a boca, Jonas! –disse Henrique em um tom suave– Fazem duas noites que eu não durmo.
— Como se eu tivesse dormido! –disparou Jonas, franzindo a testa. Em seguida, deu de ombros– Caramba, talvez você tenha razão. Um pouco de descanso vai nos fazer bem. Oi, Helena –ele me cumprimentou, enquanto se afundava na extremidade da cama e se esparramava próximo as botas de Henrique– Meu Deus, como essa cama é confortável! –ele brincou, fechando os olhos.
Ouvimos mais algumas passadas se aproximando.
— Ninguém vai descer para tomar café? –Bruna perguntou. Ela estava parada na porta e se encontrava perplexa. Haviam quatro pessoas na cama, duas fardadas– Não vou trazer o café até aqui –avisou– Quem quiser café, que desça. –sorriu– Tem comida o suficiente para as visitas também.
— Nós somos as visitas? –Henrique perguntou sonolento.
— É o que parece –Jonas respondeu.
— Acho que todos nós temos que levantar –disse Henrique, deixando um suspiro escapar.
— A cama é minha –Luan lembrou– Além do mais, eu e a Helena estávamos aqui primeiro.
Henrique se sentou na cama com a testa franzida.
— O que você está fazendo na cama com a Helena?
Luan tirou a arma do bolso.
— Um revólver! –exclamou Jonas.
Luan balançou a cabeça negativamente e soltou uma risada.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora