Do lado de fora do restaurante os gritos do rapaz eram cada vez mais altos. Jonas olhou para fora e soltou uma risada baixa.
— Acho que o rapaz vai querer um relatório para apresentar ao seguro. É melhor eu escrever para ele.
— Já encontraram o Cleber –perguntou Bruna com a voz arrastada e um sorriso no rosto.
— Ele apareceu no município vizinho por volta das 17h de ontem, puxando uma fila de quarenta carros em um cortejo fúnebre. Eles deviam chegar ao cemitério de Campo Grande as 15h, onde estavam sendo esperados –acrescentou ele, por que eu estava confusa– Ele conseguiu levá-los para a igreja certa depois de vários carros pararem para colocar gasolina.
— É a segunda vez só esse mês. Nunca deveriam ter deixado o Cleber liderar um cortejo fúnebre. –disse Bruna.
Jonas soltou uma risada abafada.
— Falei a mesma coisa para o Henrique, mas ele disse que Cleber nunca vai aprender a ter autoconfiança se ele o afastar das peculiaridades do serviço público.
— Ele não tinha um mapa? –perguntei.
— Se tinha, não conseguiu achar –Jonas respondeu com um suspiro– Ele levou o último cortejo fúnebre para dentro da mata, próximo ao rio, e o carro da funerária atolou. –ele riu– Agora eu estou achando graça, mas ninguém riu quando aconteceu. Tiveram que enviar reboques para tirar todo mundo de lá.
— Henrique deveria parar de insistir no erro de colocar o Cleber nas tarefas administrativas –disse Bruna.
— Seria um grande erro. Henrique colocou ele como responsável pelas celas da delegacia no mês retrasado e ele deixou um detento sair para usar o banheiro e esqueceu de trancá-lo de novo. O detento roubou um banco durante a fuga temporária –Jonas fez um movimento de negação com a cabeça– Acho que o Cleber não é adequado para fazer uma carreira na polícia.
— Sim, mas o pai dele acha que é –Bruna lembrou.
— O pai dele era um policial estadual, com uma carreira e tanto. –Jonas falou para mim– Insistiu para que o filho seguisse seus passos.
— Henrique é o nosso delegado –falei confusa– Cleber é um dos seus policiais.
— Sim, mas, Cleber começou trabalhando na polícia estadual –Bruna começou.
Jonas soltou outra risada abafada.
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Coração de Pedra
FanfictionComo homem de negócios e fazendeiro, Luan Santana possui tudo o que sempre quis. Mas Helena Araújo jamais fez parte de seus planos. A doce menina sempre foi apaixonada pelo calado cowboy, embora soubesse que não tinha nenhuma chance... Afinal, ele e...