Capítulo 58

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— Oi -era o delegado Henrique Cunha- Posso entrar? -perguntou ele.
— Claro -resmunguei e segurei a porta para que ele pudesse passar.
Quando o delegado entrou, fechei a porta e fui até onde ele estava, gesticulando para que ele pudesse se sentar na poltrona que havia ali e me sentei no braço do sofá.
— Se o senhor está aqui para falar sobre o acontecimento no bar... -comecei preocupada.
— Não -ele me interrompeu com a voz suave- Não exatamente. Você teve notícias do seu pai esses dias?
— Na... Não -gaguejei- Não tenho notícias dele desde que vim morar com a minha mãe -acrescentei- Por quê?
— Você sabe que ele se envolveu com más companhias antes de ir embora?
— Sim -respondi- Um dos amigos dele costumava me bater e me deixar com hematomas -lembrei. Nunca contei isso para ninguém- Acho que foi o principal motivo pro meu pai ter me trazido de volta.
— É uma pena que ele não estivesse vivendo aqui em Jaraguari na época.
Eu sabia o que ele queria dizer. Já ouvi vários boatos de que Henrique não perdoava homens que machucam mulheres.
— Sim, também acho -concordei- Meu pai está envolvido em algum tipo de problema?
— Achamos que ele está precisando de dinheiro. Talvez entre em contato com você ou com a sua mãe. Se ele te ligar, você precisa me comunicar, imediatamente. Isso é muito importante. -continuou ele- Vocês duas podem estar correndo um grande perigo.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora