Capítulo 18

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Sempre costumo imaginar, que destino teve meu pai, depois de perder sua reserva animal e se entregar as drogas e ao álcool.
Ele não tinha como me sustentar, então precisei ficar com minha mãe, apesar de fazer todo o possível para ficar com ele.
Aos 13 anos fui morar com minha mãe e desde então ela faz da minha vida um inferno.
— Luan está saindo com a ex noiva que o abandonou quando ele saiu do exército -comentou Carla enquanto me olhava.
— É mesmo? -minha mãe me olhou- Você a viu? -perguntou porque sabia que eu era amiga de Bruna e Marcelo- Como ela é?
— Muito bonita -respondi calmamente- cabelo preto e cumprido, olhos castanhos.
— Muito bonita -riu- Muito diferente de você, não é mesmo? Você se parece com seu pai. Eu queria muito uma menina que se parecesse comigo -empinou o nariz- Mas veio você.
— Nem todos podem ser bonitos, mãe -retruquei- Prefiro ser inteligente.
— Se fosse inteligente mesmo, iria para a faculdade e arrumaria um emprego melhor -respondeu ríspida- Trabalhar como técnica de veterinária, que emprego horrível -desdenhou.
— O chefe da Helena é um rapaz muito bonito -comentou Carla- Tentei convidá-lo para sair, mas ele mal me olhou. Acho que ele tem uma namorada em algum lugar.
Me surpreendi com aquele comentário, já que Carla tinha bem mais do que 40 anos e doutor Gustavo 32.
— O patrão da Helena tem um coração de gelo, assim como o Luan -disse me encarando- Você nunca conseguirá nada com aquele homem -soltou uma risada- Você pode até tentar, mas ele é apaixonado pela ex noiva.
— Como você sabe? -questionei.
— Porque eu mesma já tentei seduzi-lo -riu da minha expressão apavorada- Ele é frio como uma pedra de gelo, não reage quando é assediado.
— Talvez ele não goste de mulheres mais velhas -retruquei.
— Bom, ele certamente não gosta de você -respondeu ácida- Eu disse a Luan que você estava gostando do seu patrão veterinário e que uma das suas tarefas na clínica era dormir com ele.
— O que? -disparei indignada- Por que disse isso?
Minha mãe riu da minha expressão de desespero.

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