Capítulo 154

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— Precisamos de mais policiais protegendo a fazenda –pensei em voz alta.
— Sei onde encontrar alguns ex-militares –disse Luan com a expressão fechada– Vou transformar a fazenda em uma fortaleza. César nunca vai colocar as mãos na Helena!
— Eu até poderia fazer algumas observações sobre fazer justiça com as próprias mãos – Henrique disse com humor seco– Mas não vou. Só não perca o controle. Não tenho como pagar mais nenhuma fiança para você.
Luan soltou uma risada abafada.
— Eu vou te devolver –o sorriso se fechou– Pobre Helena –disse com pesar– Primeiro a cobra, depois a mãe.
— Alguém vai ter que contar para ela –Henrique olhou para nós– Poderíamos sortear um dos dois. Ou pedir que o dr. Ribeiro faça o trabalho sujo.
— Eu contarei à ela quando chegar o momento certo – disse Luan em um tom suave– Agora, essa é uma responsabilidade minha.
Eu não disse nada, apenas o observei, me sentindo feliz.

|Luan|
Eu não saí do lado de Helena. No dia em que ela acordou, ainda fraca e enjoada me olhava de um jeito feroz. Mas no terceiro dia, estava recuperando as forças e continuava furiosa.
— Eu sei, eu sei. –me antecipei, antes que ela começasse a falar– Entendi tudo errado. Te acusei de coisas que não fez e ainda te expulsei da minha casa. Eu sei que fui o culpado disso tudo –prossegui, respirando profundamente e abaixando o olhar para minhas botas– Meu Deus! Nunca tive a intenção de te fazer voltar para casa com a temperatura alta como estava! Eu estava tão fora de mim que não percebi que você não tinha como chegar em casa.
— Aquela não era eu com o Marcelo, na foto que você jogou na minha cara!
Ergui a cabeça e assenti.
— Eu sei –retruquei com a expressão fechada.
Meu semblante e as minhas palavras diziam coisas que dispensavam perguntas. Eu sabia. Vi o ombro dela. Helena fechou os olhos e lágrimas rolaram por seu rosto. Agora, eu me sentia ainda pior.

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