Capítulo 115

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As coisas pioraram quando Henrique apareceu na clínica veterinária, no meio da semana seguinte. Parecia preocupado. Pediu para que eu o acompanhasse até o estacionamento, para evitar que as pessoas que estavam na sala de espera. Desse jeito, poderíamos conversas a sós.
— O que aconteceu? –perguntei apreensiva.
— É sobre o seu pai –começou ele, hesitante.– Ouvi uma coisa. Uma espécie de fofoca que envolve a morte do meu irmão...
— Ai, meu Deus! –lamentei– Eu sinto muito!
A expressão do meu rosto revelava muito. Eu nunca conseguia guardar segredos e aquele estava me custando muitas noites em claro.
Se Henrique me pressionasse um pouquinho, eu teria que contar. Fiquei pálida.
— Você sabe, não é? –perguntou com a voz calma– Me conte.
Abracei meu próprio corpo com força.
— Se eu te contar, minha mãe pode ser presa. –respondi me sentindo arrasada.
— Se não contar, sua mãe pode morrer –retrucou ele– Seu pai foi visto em uma pousada na estrada do município vizinho, dois dias atrás.
Respirei fundo.
— Com o Jack?
— A pessoa que o viu não tinha mais informações sobre o outro homem. Provavelmente não o reconheceu. O que o César sabe sobre sua mãe e o que isso tem haver com a minha família?
Me encostei no carro da polícia e encarei o delegado.

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