Capítulo 119

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— Está falando sério? –perguntei sorrindo.
— Bom, não crie muitas esperanças –minha mãe riu– Passei a maior parte da minha vida sendo alcoólatra. Não é fácil parar de beber.
— Eu entendo. Mas vou te ajudar do jeito que eu puder.
Minha mãe me encarou por alguns minutos em silêncio.
— Você é uma boa menina, filha –disse ela– Não tenho sido uma boa mãe para você. Gostaria... –ela deu de ombros– Bom, não é sempre que se tem uma segunda chance. Mas vou tentar.
— É tudo que você pode fazer –retruquei, e por um impulso, abracei minha mãe. Ela hesitou por alguns segundos, mas em seguida retribuiu o abraço. Foi um momento em que o tempo parou para mim. Eu estava muito feliz.

Esperei que Luan me ligasse, levasse o George até o veterinário para exames de rotina ou até mesmo que estivesse em casa quando eu fosse em alguns daqueles passeios a cavalo de sábado com Bruna. Mas, ele se manteve afastado.
Aceitei o convite para cavalgar na fazenda Santana, esperando encontrar com ele. Eu sabia que aquilo era patético,  mas estava ansiosa para encontrá-lo, em qualquer circunstância.
Bruna guiou o passeio pelo deque de madeira que levava ao rio que atravessava a fazenda. Comecei desmontar do cavalo.
— Não. –Bruna se apressou em dizer, indicando a grama alta– Tem cascavéis aí. Um dos peões matou duas, perto do rio essa semana.
— Está muito quente –falei desanimada diante da menção às cobras. Eu morria de medo delas.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora