Capítulo 134

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— Na verdade, existem várias iguais à mim, e todas vivem em Jaraguari e Campo Grande –provoquei– Jovens comuns, que vivem no campo, amam animais, plantação e não acham que casar com homem rico é a maior de suas ambições na vida.
Marcelo fez uma careta.
— Eu nunca conseguiria que o Luan aceitasse uma dessas jovens. Ele sempre espera o pior quando eu namoro alguém fora do nosso círculo social.
Aquilo me magoou, mas não falei nada. Marcelo foi gentil comigo.
— Tenho que ir –falei– Tive uma noite ótima –acrescentei– Obrigada.
— Vamos repetir isso. –ele franziu a testa– Não quis dizer o que pareceu... Sobre namorar garotas fora do círculo social. Sempre pensei em você como alguém da minha família.
Eu sorri.
— É a coisa mais bonita que você já me disse.
Marcelo pareceu envergonhado.
— Será que preferia que eu te considerasse uma das candidatas? –neguei com a cabeça.
— Gosto de ser sua amiga.
— E eu gosto de ser seu amigo –ele se inclinou e depositou um beijo em meu rosto– Se precisar de ajuda, é só me ligar.
— Claro que sei. Mas posso me cuidar sozinha. Boa noite.
— Boa noite.
Marcelo esperou que eu entrasse em casa para ligar o motor do carro e ir embora.

Minha mãe estava estranhamente calada. Quando perguntei sobre a casa, ela só me deu respostas vazias. Carla não estava presente e já fazia algum tempo que ela não à visitava. Segundo minha mãe, ela havia saído da cidade por um tempo e depois não tocou mais no nome da melhor amiga.
Houve também um telefonema muito estranho, ao qual minha mãe respondia apenas com palavras curtas. Não me contou quem era, ou o que queria.
Um carro estacionou em frente a nossa casa, naquela manhã chuvosa de sábado. Corri para ver quem era.
— É...o...Luan Santana –falei, gaguejando pelo choque.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora