Capítulo 109

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— Tem muitos carros com placas de outros estados –comentou Bruna– Acho que estão aqui por causa do rodeio.
— Eu estava pensando sobre o rodeio agora –retruquei com uma risada abafada– Mentes brilhantes andam na mesma direção.
— Exatamente. Acho que... –Bruna deixou a frase morrer.
Ela olhava para a porta da frente, sem reação.
Olhei na mesma direção. Era Jonas, vestindo o uniforme, se encontrava parado do lado de dentro da porta.
Ele era mesmo um homem atraente. Alto, bonito e elegante.
— Com licença –disse ele com a voz grave elevada– Alguém aqui está dirigindo uma Hillux com a placa do Paraná?
Um rapaz ergueu a mão.
— Sou eu. Algum problema, policial?
Jonas caminhou até a mesa do rapaz, nos avistando no caminho e nos cumprimentando com um gesto educado de cabeça.
— O senhor recolheu um cavalo no acostamento? –perguntou e o rapaz riu.
— Sim. Ele tinha acabado de ser atropelado por outro carro, eu acho, porque ainda estava quente e mole quando eu o peguei –o sorriso do rapaz fechou– Só queria levá-lo e colocá-lo em algum outro lugar. Fiz alguma coisa de errado?
— Talvez seja melhor acionar o seguro do seu carro.
— Por quê? –perguntou sem entender.
— O cavalo não estava morto.
— Não estava?
— Ele saiu desembestado pelo seu para-brisa.
— Pelo para-brisa? –repetiu, tenso– Pelo para-brisa do meu carro novinho em folha? Aaahhh!
O rapaz se ergueu com um salto, derrubando a cadeira no chão e quase derrubou também um casal a caminho da porta da frente.
Jonas fez um gesto negativo com a cabeça e parou ao lado de Bruna.
— O cavalo só estava tonto –explicou ele– Aconteceu a mesma coisa á seis meses atrás. Mas para a felicidade do homem, o cavalo voltou a si, antes mesmo de ser colocado no fundo da picape.

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