Capítulo 181

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Me aconcheguei ainda mais naquele peito musculoso.
— Acho uma ótima idéia.
Nós estávamos deitados no lado em que eu ocupava da cama, e pelo que parecia, dormimos naquela posição a noite toda. Eu estava me sentindo tão segura e confortável, que não queria me mexer.
Ouvimos vozes no andar de baixo e em seguida, alguns passos apressados pela escada e corredor. Delegado Henrique entrou, com o uniforme bagunçado, assim como seu cabelo.
Parou, erguendo as duas sobrancelhas.
Luan bocejou.
— Estou armado. –murmurou.
— Mas eu ainda nem disse nada –Henrique protestou.
Luan olhou para ele furioso.
— Para proteger a Helena –esclareceu.
— Ah, claro!
Henrique caminhou, decidido, até a cama, sentou-se ao lado de Luan e se recostou para trás sobre os travesseiros.
— Meu Deus, como estou cansado! Trabalhei a noite toda ajudando no interrogatório do pai da Helena e do comparsa.
— Fique à vontade –disse Luan com a voz sarcástica.
— Obrigado, vou ficar –respondeu o delegado– Essa é a cama mais confortável que eu já deitei –acrescentou, puxando um dos travesseiros e pousando sobre os olhos– Eu poderia dormir por uma semana inteira!
— Primeiro me diga o que você está fazendo aqui –Luan sugeriu.
— Para se salvar, o pai da Helena fez um acordo judicial. Ele entregou o amigo Jack com uma acusação de assassinato. Parece que o comparsa dele matou uma mulher em outro estado. Era o principal suspeito, mas não conseguiam reunir provas o suficiente para prendê-lo. O seu pai –disse olhando para mim– tem um relógio que pertencia a mulher e pode testemunhar que Jack estava lá na hora que aconteceu o ocorrido. –Henrique sorriu.
— E quanto ao meu pai? –perguntei.
— Vai pegar vinte e cinco anos por ser cúmplice. Conversei com o promotor público ontem à noite.
— Talvez com isso, ele aprenda alguma lição –falei.
— Não espere por milagres –disse Luan– Isso raramente acontece com os bandidos.

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