Capítulo 141

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— Você não entende! –tentei argumentar, me sentindo impotente.
— Eu disse para você sair! Agora! Se não sair, vou ser capaz de ligar para um dos polícias e mandar te tirar  daqui algemada.
Luan estava furioso demais para escutar a verdade e falava sério.
Respirei fundo, me sentindo destruída. Eu o amava e ele ainda era capaz de me tratar daquele jeito.
— Estou indo –falei– Não precisa me ameaçar para que eu vá embora. Por favor, diga para Bruna que eu tive alguma emergência.
Luan não respondeu. Saiu do escritório, seguiu pelo corredor, atravessou a porta da frente e entrou em uma picape. Saiu cantando pneu, antes que eu alcançasse o longo caminho que levava à estrada. Ele não sabia que Bruna havia me trazido de carro até ali. Eu não tinha como voltar para casa.
Eu vestia uma blusa de manga cumprida, não tinha água e muito menos um chapéu. O sol era escaldante. Quando sai pelos portões e percorri 400 metros de estrada, me senti cansada e com sede demais para continuar. Pensei em me sentar na sombra de uma árvore. Bruna passaria de carro por ali a qualquer momento. Eu teria que tomar cuidado apenas com os galhos baixos das árvores e os espinhos, que era afiados.
A enorme árvore perto da estrada, fazia um pouco de sombra. Havia um galho grosso caído no chão que deveria estar ali a muito tempo. Me sentei sobre a madeira, exausta por causa do calor, sem olhar onde estava sentando. Aquilo foi um erro.
Ouvi um som de bacon sendo frito, que meu cérebro cheio de pensamentos não relacionou à fonte, que não tinha nada haver com frituras: era uma cascavel diamante.
Antes que eu pudesse virar a cabeça para procura-la, a cobra deu o bote. Picou meu antebraço, e recuou.
Aterrorizada, me ergui em um pulo e me afastei correndo, antes que ela me picasse outra vez.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora