Prólogo

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Acordei logo cedo nesta segunda-feira, eu estava ansiosa e animada para minha nova agência. Bom, não que eu precisasse de toda essa ansiedade, afinal, já era extremamente famosa e bem sucedida, qualquer agência que me tivesse, seria extremamente sortuda.

Mas essa é apenas a imagem que eu passo no momento, já que sinto um frio na barriga estranho, uma sensação de que algo a mais me espera. Será que era por causa de Anahí? Ela era uma das modelos mas bem pagas do mundo das passarelas, e me odiava com todo ser, eu só não entendia o motivo. Tudo bem, eu nunca tentei ser exatamente agradável com ela, mas ela também não se esforçava nem para ser educada comigo, então apenas a tratava com indiferença.

Confesso que em muitos momentos da minha carreira, senti inveja dela. Anahí era linda, alta, loira de olhos azuis, corpo perfeito, tudo no lugar, e dona do meu maior sonho, já que ela era a maior modelo de passarela do mundo. Já eu, também era muito linda, não me entenda mal, inclusive tenho uma auto estima invejável, porém não tenho a altura certa para desempenhar essa profissão, e bom, a fotografia sempre foi a minha segunda paixão, e como todos falam, meu olhar marcante e meu corpo escultural incrementam minha arte.

Estava eu na porta daquela agência me sentindo mais nervosa do que o comum, até escutar um cochicho atrás de mim, Anahí e Belinda. Elas passaram por mim, totalmente entretidas no assunto e apenas me ignoraram, agradeci mentalmente por isso. Entrei e falei diretamente com a recepcionista, Carla, uma senhora já de idade, mas muito simpática e amorosa com todos.

— Tudo bem, dona Carla? Sou Dulce Maria, meu contrato com a Casillas Agency começa hoje.

— Oh menina, que coisa mais linda que você é! Seja bem-vinda! — senti minhas bochechas corarem quando aquela doce senhora me acariciou no rosto. — Vou já falar para o senhor Uckermann que está aqui, ele quer conhecer a senhorita. Christopher é o dono da agência, parece bravo e um carrasco, mas por dentro é um amor, não se assuste se ele for grosseiro.

— Obrigada, dona Carla. Fique tranquila, não irei me assustar com ele, eu sou Dulce Maria, ele pensa que é quem? Se for grosseiro, eu serei o dobro.

— Já vi que essa agência vai pegar fogo... — sorri para a senhora que já pegava o telefone para ligar ao chefe. Senti uma presença atrás de mim e pude notas o olhar raivoso de Anahí queimando sobre minha pele.

— O que quer, Portilla? Me arrancar pedaço? Quer um beijo? Talvez uma noite de sexo comigo? Eu não me importo, mas vai precisar ser mais agradável pelo menos.

— Você é muito baixa mesmo, né? O que veio fazer aqui, Saviñon? Atormentar meu juízo?

— Sim, meu amor. A vida em Los Angeles estava chata demais, por isso eu cruzei o país e vim parar em Nova York, apenas para atormentar a Tinker Bell.

— Estou de olho em você, Maria. Se pensa que vai roubar meu lugar aqui também, você está muito enganada!

— Também? Mas o que...? — sussurei distraída mas Anahí já não estava mais ali, o que ela quis dizer com isso? Bom, eu descobriria depois.

— Senhorita Dulce, o senhor Uckermann está te esperando na sala dele, pode ir até lá. — a senhorinha amorosa me chamou, me despertando dos meus pensamentos.

— Obrigada, dona Carla. Mas me chame apenas de Dulce, não precisamos de formalidades. — ela sorriu e assentiu, me fazendo sorrir também. — Tenha um bom dia!

— Para você também, menina!

Senti um arrepio correr em minha espinha e um repentino calafrio me atingir, será que esse homem era tão ruim assim? Respirei fundo e, após duas batidas na porta, ele me concedeu a entrada e assim o fiz. Christopher estava de costas para a porta, de frente para a enorme janela que tinha ali, com uma vista diretamente para a Wall Street. Assim que ele se virou, meu coração pareceu falhar as batidas, ele era lindo, bem mais jovem do que eu imaginei, com uma feição dura em seu rosto e seu terno totalmente impecável. Ele gesticulou algo e apontou para a cadeira em sua frente, me aproximei e me sentei ali, tentando fingir a normalidade que pedia naquele momento de adrenalina.

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