Out Of Style

Capítulo 16

Christopher Uckermann

Aquela discussão minha com Dulce tinha me atingido de uma forma estranha. Eu não estava bravo, pelo contrário, estava morrendo de vontade de ter aquela mulher em meus braços novamente, e ela parecia saber exatamente isso, já que fez questão de ficar apenas com lingerie na minha frente.

Resolvi que iria provocá-la na mesma moeda. Sabia que Dulce estava certa, eu realmente tinha vacilado em levar uma mulher para nosso quarto, mas estávamos muito perto, e havia paparazzi na rua. Eu não iria transar com Emma ali, mas só de isso ter passado pela cabeça de Dulce, me deixava até...vitorioso?

Tirei toda minha roupa ficando apenas com a boxer branca e me deitei na cama. Aproveitei para pegar meu celular e olhar minhas redes sociais, quando vi fotos de Dulce abraçada com outro cara, eles trocando selinhos e rindo juntos. Uma pontada de ciúmes se atingiu meu peito mas resolvi ignorar, já que não tínhamos nada e nem teríamos. Abri minhas mensagens e vi que tinha várias de Poncho, provavelmente aprontando alguma.

— Cara, como assim você e a Dulce não tem nada? O que são aqueles tweets dela?

— Poncho, larga de ser fofoqueiro. Eu te disse que não tínhamos nada, você que escolheu não acreditar em mim.

— Como assim você não tá pegando uma gostosa dessas? Ucker, já foi melhor.

— De novo esse papo? Já te expliquei o porquê, ficar com a Dulce não vai acontecer.

— Bom, não foi isso que fiquei sabendo...

— O que quer dizer?

— Eu sei que transaram, Christopher, porque não me contou?

— Mas é o que? Como você sabe disso?

— Anahí me disse, ela encurralou Dulce.

— Meu Deus, ok, a gente transou, mas foi só uma vez e estávamos bêbados, eu até fingi que não me lembrava pra não ter problemas futuros. Alfonso, pelo amor de deus, não conte a ninguém.

— Ok, relaxa. Mas mano, você é um babaca. Por que fez isso?

— Eu não quero lidar com isso, Poncho, apenas. Foi o caminho mais fácil. E outra, Dulce se arrependeu também, não irá acontecer de novo, acredite.

— Tá, mas você disse que não aconteceria da primeira vez, e aconteceu. Não fale o que não sabe, Christopher.

— Poncho, não vai acontecer de novo. Pode até ter sido uma das melhores transas da minha vida, mas não vamos repetir esse erro.

— Uma das melhores? Meu deus essa mulher te pegou mesmo. Para de ser idiota, Ucker, esse é o meu papel, quem diria que eu te daria esse sermão...

— Você não vai me dar sermão porque não tem nem motivo. Não vai acontecer de novo. E eu não me comprometo, acho que Dulce é igual, vamos deixar as coisas assim. Até por que, olhe... — mandei o link com as fotos de Dulce com aquele cara na tarde de hoje para Poncho. — Ela está cada dia com um.

— Meu Deus, além de imbecil, você também é burro!

— Ué, por que?

— Vou deixar você descobrir essa sozinho. Preciso ir, até mais.

— Até.

Fiquei pensando no que Poncho havia me dito e se realmente estava me sendo um idiota com Dulce. De fato não iriamos nos envolver mais, mas uma culpa me invadiu por não ter dito a verdade a ela.

Dulce saiu enrolada em uma toalha com um coque frouxo na cabeça e de cara limpa, sua beleza natural me impressionava mais a cada dia que se passava. A observei mexer em suas roupas e tirar um top curto e um short minúsculo dali, e logo voltar para o banheiro.

Minutos mais tarde, ela retornou usando aquele mínimo de roupa e se deitando ao meu lado mas de costas para mim, empinando aquela bunda que pedia por um tapa. Fiquei por cima dele com meus braços apoiados na cama, sem encostar nossos corpos, além das pernas, iria confrontá-la em seu máximo para ver até onde ela ia.

— Dulce Maria, vamos conversar.

— Me deixa dormir, Uckermann, por que não foi atrás daquela mulher e não me deixou em paz?

— Perdi o interesse, achei algo mais...intrigante aqui.

— Não tem nada de intrigante aqui.

— Ah, tem sim, me explica o que foi aquela cena.

— Já te disse, você violou o combinado, Christopher, me senti desrespeitada. Não trouxe ninguém para cá, você também não deveria.

— Até por que você está cheia de homens atrás de você, né?

— Do que está falando?

— Ah por favor, como se não soubesse que você saiu de novo em site de fofoca. — Dulce arregalou os olhos e me fez sair de cima dela para que alcançasse seu celular. Pouco tempo depois, ela largou o aparelho na cama e suspirou fundo, se sentando ao meu lado. — Realmente não sabia?

— Estou com cara de quem sabia de alguma coisa?

— Sinto muito... — eu disse de forma inocente, pois realmente, sentia muito.

— Eu não entendo o que há de tão interessante em minha vida assim que todo mundo queira saber. — ela disse em um murmúrio de palavras em baixo tom, mas mesmo assim eu pude escutar. Passei meu braço por cima de seu pescoço e aconcheguei Dulce em meu peito, que não reclamou ou tentou se desvencilhar, lhe passando todo apoio que eu gostaria de dar.

— Sabe — eu disse algum tempo depois de silêncio absoluto entre nós dois. — Você é linda, é uma das modelos mais bem pagas do mundo todo, sua vida sempre foi badalada, você é gentil e legal com todos, por isso todos querem saber de você ou de sua vida.

— Você acha isso de mim?

— Claro que sim, sua vida é interessante, Dul. Você ama seus fãs, faz de tudo para estar perto deles, trata todos bem, até os jornalistas e paparazzis aquele dia do desfile, você tratou todos com muita classe, eu fiquei admirado.

— Não gosto de tratar mal as pessoas. — ela disse olhando em meus olhos. — As pessoas já nos julgam muito por estar nesse meio, é tipo o mínimo, sabe?

— Lógico que eu sei, além de tudo, você é extremamente inteligente e tem muitas outras qualidades que eu nem comecei a citar.

— Você está me deixando com vergonha. — percebi que seu rosto já estava corado mesmo, então apenas sorri e continuei falando. — Desde que bati o olho em você, nos seus editoriais, suas entrevistas, eu sabia que a Casillas Agency precisava de uma pessoa como você. Não duvide de si mesma, Dul... Se tem tanta gente te acompanhando assim, é por coisas positivas e... — me surpreendendo totalmente, Dulce colou nossos lábios em um beijo calmo e lento, mas que logo foi aprofundado. Eu não sabia o que aquilo significava, mas já tinha noção que seria incapaz de parar.