Out Of Style

Capítulo 4

Christopher Uckermann

Uma semana depois

A semana tinha sido extremamente agitada, o que já era de se esperar dos dias que antecedem a semana de moda em Paris, são sempre longas horas em conferências e reuniões, agendando mais trabalho para se fazer quando chegar lá e ainda por cima, de última hora, descobri que também tinha que ir à Milão, junto com Dulce, o que seria meu inferno pessoal.

Não que Dulce seja uma má companhia, não é nada disso, mas ela é simplesmente a mulher mais bonita e gostosa que já vi na minha vida, estava sendo difícil afastar meus pensamentos mais sujos daquela mulher, mas eu não podia transar com ela, tinha plena consciência disso, isso poderia estragar nossa relação profissional.

Estava passando todas as devidas instruções para John, meu sócio, para quando estivesse fora, quando Poncho entrou com cara de culpado em minha sala, interrompendo bruscamente nossa conversa. Terminei meu assunto com John e assim que ele saiu do meu escritório, fuzilei Alfonso.

– Poncho, que droga, era importante, o que você fez? – eu realmente estava bravo por sua intromissão, ele já tinha feito isso várias vezes, e por mais que sejamos amigos, tudo tem seu momento.

– Eu tenho uma fofoca para te contar, cara!

– Alfonso, você interrompeu minha reunião por conta de fofoca? Sério?

– Quer saber ou não? Envolve a Dulce... – estranhamente, aquilo tinha me despertado uma curiosidade dentro de mim, por mais que seja errado.

– Fala logo, Poncho. – ele riu e fitou meus olhos, parecendo ler meus pensamentos.

– Angel, aquela que acompanhava Dulce semana passada, não é realmente namorada dela.

– Eu já sabia disso, idiota. Ela me falou no dia seguinte.
– E você não me contou por quê?

– Alfonso, como ficou sabendo disso?

– Anahí me disse.

– Dulce quer que você se mantenha longe dela, ela se sentiu desconfortável com você no bar aquele dia.

– É isso mesmo ou apenas mais uma de suas desculpas esfarrapadas?

– Acorda, Poncho, eu só te mandei a real. E por que você está se engraçando com Anahí de novo?

– Ela é gostosa e gosta de mim?

– Alfonso, para de brincar com ela, que droga! Annie é como irmã para mim, eu vou ter que te matar se fizer mal à ela.

– Relaxa, Uckermann, não faço nada que ela não goste, ou queira. Aliás, isso entre você e Dulce, não vai demorar muito também até estarem transando, eu sei que você quer.

– Dulce é bonita mas não vou arriscar a agência, Poncho.

– Arriscar a agência? Christopher, abre os olhos, olha a mulher que você está dispensando!

– Dispensando? Eu não estou desesperado por ela, Alfonso.

– Mas seu pau provavelmente está.

– Agora você vai querer mandar em quem eu transo ou não?

– Quando foi a última vez que transou, Uckermann?

– Ontem, seu mala, saia da minha sala, eu tenho que ir para Paris. E você, não apronte enquanto eu não estiver aqui.

– Não prometo nada, boa viagem cara. – Poncho saiu rapidamente da minha sala e eu suspirei, ele era como um irmão para mim mas, por ser um pouco mais novo, eu achava que era de minha responsabilidade olhar por ele.

Resolvi ir embora da agência para terminar de arrumar minha mala, seria um longo mês longe de Nova York, mas esses eventos eram simplesmente incríveis para a empresa. Fui em direção à minha casa pensando na conversa que tive com Alfonso, eu realmente sairia perdendo se desse em cima de Dulce e a levasse para a cama? Claro, totalmente sem compromisso e provavelmente coisa de apenas uma noite, já que não me apegava às mulheres, muito menos me apaixonava por elas.

Afastei meus pensamentos assim que cheguei em minha mansão, eu amava viajar, mas também amava estar em casa, principalmente essa que havia sido construída exatamente como eu quis, e expressava totalmente quem eu era.

Tratei logo de ir tomar um banho para não me atrasar e terminar de arrumar minhas coisas, conferi minhas passagens e as reservas dos hotéis já feitas por dona Carla e rapidamente saí, já que passaria na casa da minha mãe antes de embarcar.

– Olá, mamãe, como está a senhora? – eu disse entrando em sua casa, poucos minutos depois, já que erámos quase vizinhos.

– Oi, meu filho. Como está bonito...

– Estou indo para Paris, vim apenas me despedir da senhora, depois irei para Milão, retorno em um mês.

– Bom, prometo te visitar se quiser, estarei em Londres daqui a dez dias com uma amiga.

– Eu adoraria, mamãe.

– E você, como está?

– Estou cansado de tanto trabalho... E a senhora? Não gosto nada da ideia de morar aqui sozinha. – desde que meu pai morreu, a três anos, minha mãe comprou essa casa um pouco mais perto de mim, mas não o suficiente para me deixar tranquilo, afinal ela já era de idade e não gostava de empregados em casa, por mais que eu insistisse.

– Ai, Christopher, deixe de história, eu estou ótima, mais saudável que você, se bobear.

– Sei, sei. – eu disse em voz baixa, quase que em um sussurro, e dona Alexandra pareceu perceber que algo não estava certo.

– O que está te afligindo, filho?

– Nada demais, é só o trabalho mesmo...

– E quando você me dará uma nora e um neto? Já está passando da hora de sossegar, não acha? – suspirei soltando todo o ar que estava no meu peito, amava minha mãe mas ela se intrometia demais em minha própria vida.

– Não, mamãe, não acho. Tenho que ir ou perderei meu voo. Nos encontramos em Milão?

– Claro, meu bem. Boa viagem, juízo!

– Se cuida, mamãe. Até mais – me despedi de minha mãe e rapidamente fui em direção ao aeroporto, realmente não menti quando disse que estava me atrasando.

Assim que cheguei, deixei meu carro guardado no estacionamento e fui logo para meu portão de embarque, onde pude ver Dulce passando distraída pelo portão, parecendo totalmente distraída e natural, mas ainda sim linda como sempre. Senti minha calça ficar apertada apenas pela visão de sua bunda, e comecei a rezar para dona Carla ter nos deixado longe um do outro nessa viagem, ou seria difícil resistir.