Capítulo 1

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Dulce Maria

– Olá, Dulce Maria. Sou Christopher Uckermann, dono da Casillas Agency. – ele estendeu sua mão para me cumprimentar e um arrepio correu por meu corpo assim que nossas peles se encostaram.

– Olá, Senhor Uckermann, é um prazer fazer parte da sua agência. – tentei transparecer normalidade, mas dentro de mim, uma estranha ansiedade me dominava, logo eu?

– O prazer é nosso, senhorita. Sabemos da sua fama, o poder e o peso do seu nome, agenciamos modelos de todas as áreas aqui e espero que saiba que pode explorar outros caminhos se quiser, aqui nós procuramos valorizar o que cada uma quer. – aquele homem falava de uma forma tão sensual que minha intimidade pulsava apenas com o som de sua voz, não seria fácil trabalhar nesse lugar. – soube que você e a senhorita Portilla não se dão bem, espero que sejam profissionais, não aturamos ter nosso nome em meio de polêmica.

– Por mim, ela nem existe… – eu disse indiferente e pude notar que ele franziu o cenho, provavelmente estranhando minha demora.

– Ok, então… Vamos, vou te apresentar para os fotógrafos e nossos designs. Apesar de promovermos desfiles e ensaios com Versace, Gucci, Chanel, temos também nossa própria estilista, Hailey, já deve ter visto alguns de seus modelos em desfiles.

– Acho que não… – eu disse em um sussurro que por ventura, chamou sua atenção.

– Bom, vamos! Alfonso Herrera será seu fotógrafo principal. Ele possui um assistente também, Christian... – continuamos andando pela enorme agência mas eu mal conseguia focar em alguma coisa além da boca sexy de Christopher Uckermann, aquele homem gritava sexo e eu já percebi que estava necessitada.

O restante do dia foi tranquilo, Christopher quis já dar início à sessão de fotos para a próxima Vogue, já que eu era a capa do mês, e assim fizemos. Ele não saiu do estúdio por um só momento, e pude perceber o quanto estava vidrado em mim, aquela sensação me deu poder e algo a mais, que não poderia definir no momento. Alfonso, o fotógrafo, tentou investir em mim, pude notar suas cantadas baratas e seu olhar feroz em cima de mim, e parte de mim gostou disso, já que Christopher parecia incrivelmente irritado com a situação, mas eu não podia fazer nada, a culpa não era minha.

Limpei meus pensamentos e me concentrei em meu trabalho, ser capa da Vogue era de grande responsabilidade, mas Dulce Maria capa da Vogue, era uma responsabilidade triplicada. Ao final do cansativo dia, Anahí veio até mim com um sorriso debochado, revirei os olhos e resolvi ignorar, mas ela não me deixou em paz.

— Não se aguenta, né Dulce Maria? Tinha que dar em cima do Alfonso, ele é seu fotógrafo, mantenha o profissionalismo.

— Você é tão linda pena que é burra, Anahí, acorda, ele deu em cima de mim, eu não fiz nada. E não quero nada com Alfonso também. Está com ciúmes, Tinker Bell? Ou quer saber como é sentar nele? Pode deixar que quando eu fizer isso, te aviso, te conto detalhadamente.

— Isso não é da sua conta... — ela pareceu afetada no mesmo instante, sim, era ciúmes. — e fique longe de Christopher também, além de ser seu chefe, ele é meu melhor amigo, não vou deixar que você pise nele. — revirei os olhos impaciente com aquela conversa, Anahí realmente conseguia me irritar.

— Presta atenção que eu vou falar uma vez só: você não vai me impedir de ficar com quem eu quiser. Não tenho interesse em Christopher, muito menos em Alfonso, se ele deu em cima de mim é porque realmente achou que valeria algo, e se eu quiser eu pego os dois, de uma só vez inclusive, um ménage não seria nada mal. Agora, saia do meu caminho, Anahí, não tenho que te dar explicação de nada, e muito menos obedecer suas "ordens". — dei a volta nela e fiz menção de sair, pude notar que ela já estava vermelha de ódio.

— Está avisada, Maria.

— Anahí, está precisando transar, meu amor. Eu até te convidaria para uns drinkes mas você está precisando de um homem mesmo, siga meu conselho. Até mais. — sai dali não deixando-a responder, ela me tirava do sério.

A verdade é que Anahí e eu éramos melhores amigas quando estávamos no colégio, inseparáveis eu diria. Quando um olheiro nos viu, nos levou direto para uma agência de modelos da cidade, e assim começou nossa carreira. Ela sempre foi alta, magra e belíssima, seus olhos azuis marcantes sempre chamavam atenção e logo ela começou a trabalhar seu catwalk. E claro, uma inveja me bateu. Ser modelo de passarela foi o que eu sempre quis em toda minha vida, mas minha altura não era o suficiente, e eu era considerada baixa demais para desfilar. Foi aí que, então, comecei a fazer diversos ensaios fotográficos, e me apaixonei. Eu amava o que fazia, mesmo não sendo 100% realizada.

A vida nos levou para caminhos diferentes e eu tive que aprender a lidar com isso, sentia falta da minha melhor amiga mas sabia que era inevitável e fazia parte das nossas carreiras. Aproximadamente três anos atrás, nos encontramos nos bastidores da semana de moda em Paris, e ela simplesmente surtou, brigamos feio por algo que eu, sinceramente não me lembro, mas aquilo me deixava mal até hoje. Queria sentar e conversar com ela, queria que nos resolvessemos e voltassemos a ser quem éramos. Quem sabe futuramente...

Saí dos meus pensamentos e entrei no carro para ir para casa. Tinha combinado com Angel em irmos à um bar, era segunda-feira mas eu precisava relaxar. Assim que cheguei, fui direto tomar um banho e me arrumar, gostava de me produzir mesmo que fosse apenas para um barzinho.

Coloquei um vestido curto preto de alças finas e uma fenda na lateral da coxa, e um salto alto preto também, passei uma maquiagem marcante nos olhos e deixei meu cabelo castanho solto em ondas. Me olhei satisfeita no espelho e logo sai de casa, em direção à casa de Angel, para buscá-la. Sem muita demora, ela entrou em meu carro e fomos em direção ao bar. Contei a ela sobre meu dia de trabalho e o encontro desagradável com Anahí.

Assim que chegamos, pude notar que o lugar não estava tão cheio como costumava ser aos fins de semana, mas não me importei, queria apenas beber e relaxar, talvez encontrar uma boa foda para passar a noite.

— Dul, tem um cara gato vindo para cá nesse exato momento, ele não tira os olhos de você. — Angel disse me chamando atenção e me fazendo olhar para quem vinha em minha direção.

— Ah não... — murmurei baixo olhando para outra pessoa que estava mais atrás. — Angel, me salva!

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