Capítulo 40

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Dulce Maria

Após almoçarmos, Christopher e eu saímos do restaurante, dessa vez sem segurar nossas mãos, mas extremamente próximos um do outro, até sermos educadamente parados por um jornalista, que sinceramente, não sabia de onde ele havia saído.

— Olá, Dulce. Olá, Christopher. Será que posso fazer umas perguntas a vocês?

— C-claro. — Eu disse exitante, olhando para Christopher. Respirei fundo e encarei aquele repórter a nossa frente.

— Então, vocês estão namorando? Podem dizer se vondy realmente existe?

— Calma, vondy? — Christopher disse rindo, e eu o acompanhei.

— Sim, é como os fãs do casal chamam vocês.

— Bom, sinto em desapontá-los mas somos apenas amigos. — Eu disse sorrindo.

— Isso, bons amigos. — Christopher olhou para mim confirmando o que eu tinha dito, mas com certeza tinha algo a mais naquele olhar, talvez visível para o jornalista.

— Ok, então... — Ele pareceu quase que desconfortável com nossa aproximação. — Dulce, é verdade que irá se aposentar dos editoriais de moda?

— Sim, é verdade. Está na hora de mudar o rumo das coisas e tenho alguns planos futuros, logo todos saberão.

— Certo, muito obrigado e desculpe incomodar!

— Sem problemas, até mais. — Christopher disse e pousou a mão em minhas costas, me guiando a voltar a andar.

Após conseguirmos despistar aquele jornalista, Christopher me puxou para um ponto cego naquela rua e então, caímos na gargalhada. Aquela situação havia sido altamente constrangedora, mas com certeza nos divertiu.

— Ok, a cara que o jornalista fez quando dissemos que a gente era só amigo.

— Acho que somos péssimos atores, ele com certeza percebeu. Ainda mais que eu não consegui desviar o olhar de você.

— A gente se entrega muito aí. — Eu disse suspirando para ele e de repente, já não era engraçado mais, meu coração estava disparado e Christopher se aproximou mais, colando nossos corpos, me fazendo o abraçá-lo.

— Logo não conseguiremos mentir mais. — assenti e passei meus braços por seu pescoço, dando um beijo breve em seus lábios.

— Primeiro, nós precisamos saber o que temos, depois vemos como faremos com a mídia.

— Te incomoda não definirmos? — Christopher me perguntou meio incerto, talvez com medo da minha resposta, mas eu não queria pressioná-lo, tudo que estava acontecendo entre nós, estava no tempo certo.

— Claro que não, Chris, estamos indo devagar, mas uma hora não vamos conseguir esconder... É uma droga não termos nossa privacidade. — ele suspirou e encostou nossas testas uma na outra.

— Sim, eu odeio isso e... — Christopher se calou ao ouvir uma voz extremamente familiar. Belinda e Angelique andando na rua, e como estávamos em um pequeno beco.

Angel, eu não sei nada sobre esse rolo do Christopher com a Dulce, acho que ele só está usando ela, meu irmão não se apega a ninguém. — Belinda disse e Christopher revirou os olhos. O encarei na mesma hora e segurei em sua mão, demonstrando que não acreditava no que ela dizia. — Você mesma disse que ele marcou um encontro com você.

Sim, e nós saímos, mas ele nem me beijou ou deu a entender algo a mais. E ela estava no mesmo bar que nós, quando ela entrou, parecia que não existia mais ninguém além dela, para ele. O que aquela sem graça tem que eu não tenho? — essa doeu. Fechei meus olhos e neguei com a cabeça, logo elas se afastaram o suficiente para não conseguirmos ouvi-las mais. Christopher me puxou para seus braços e eu o fitei com o olhar.

— Sabe que o que Belinda disse não é verdade, né? — assenti sem dizer nada, ainda olhando para ele. — Sabe também que o que Angelique disse não é verdade, né? — o olhei sugestiva com um sorriso de canto.

— Qual das partes?

— Que você é sem graça. Dulce, você é a mulher mais bonita desse mundo.

— Então, o que ela disse sobre o bar era verdade?

— Claro que era, eu só tenho olhos pra você, Dul. Não faz ideia de como eu me senti ao te ver bebendo daquele jeito e chorando. — ele disse acariciando meu rosto e me lançando um olhar tão intenso que só consegui beijá-lo com toda paixão que podia demonstrar através de um beijo. Eu tinha cada dia mais certeza do que sentia e do que queria. — Vem, vamos sair daqui. — ele disse ofegante após nos separarmos.

Christopher me puxou para perto dele, passando seu braço por cima dos meus ombros e continuamos a andar pelas ruas. Estávamos em completo silêncio, e eu só conseguia pensar em algo para deter Belinda e Angelique, tinha medo do segredo de Christopher vazar de alguma forma, e de ser cada vez mais o foco das maluquices da minha ex-melhor amiga.

Caminhamos até o bairro de Navigli, eu já tinha ouvido falar daqui e sempre tive vontade de conhecer. Christopher parecia decifrar todas as minhas vontades. Entramos em algumas galerias de arte e prédios antigos tombados pelo patrimônio histórico, e eu sinceramente adorava esse tipo de turismo, amava aprender sobre a antiguidade, e Christopher também parecia fascinado com tudo. Em um momento de distração, comecei a observá-lo atentamente, e após suspirar, ele voltou a olhar para mim, com um lindo sorriso no rosto.

— Está tudo bem? Por que está me olhando assim?

— Porque você é perfeito, obrigada por ter feito isso, não sabia que eu precisava um pouco de distração e liberdade até agora.

— Não precisa me agradecer, meu bem, eu também precisava disso. — ele me deu um rápido selinho e logo fomos ver outras coisas. Haviam muitas lojas de artesanatos ali, além das lojas de roupa, e eu logicamente não me segurei. Senti meu celular vibrar e peguei para ver o que era.

“Dulce Maria e Christopher Von Uckermann negam romance”

“Após negarem os rumores de relacionamento, Dulce Maria e Christopher Von Uckermann são vistos abraçados em galeria de arte”

Respirei fundo e guardei o celular após mostrar a Christopher, eu não iria permitir que aquilo estragasse nosso dia.

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