Capítulo 34

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Christopher Uckermann

Eu não podia acreditar no que estava lendo. E por que meu coração doía tanto? Era quase físico e eu sabia o motivo. Eu estava apaixonado pela Dulce, mas não me achava merecedor dela, ela era uma mulher incrível que merecia alguém que estivesse lá sempre que ela precisasse, e eu, bom, estava sempre viajando, amava minha liberdade, estava sempre afundado no trabalho, não podia culpá-lá dessa reação.

Resolvi deixar meu celular de lado, ainda sem responder a mensagem de Dulce, me arrumei e saí de encontro com minha mãe, esperando esfriar minha cabeça.

— Oi, mamãe. — Eu disse assim que entrei no restaurante e a vi sentada na mesa. Ela se levantou e me abraçou rapidamente.

— Oi, meu filho. Estava chorando? Que cara é essa? — Me sentei de frente à ela e suspirei, sabia que sair daquela conversa não seria fácil.

— Dulce foi para Milão e terminou tudo comigo.

— Mas por que? Vocês pareciam se dar tão bem...Eu vi fotos de vocês dois juntos e pareciam um casal.

— Esse é o problema, nunca fomos um casal. Admitimos um para o outro que nos gostamos, mas não fizemos nada para mudar.

— Nem parece que eu te criei, Christopher, meu Deus por que não lutou por ela?

— Ela tem bagagem, mamãe, e eu não me comprometo com ninguém.

— Você vai quebrar a cara se continuar pensando assim. — respirei fundo e resolvi trocar de assunto, conversar com dona Alexandra era sempre bom e tranquilo, mas aquela conversa me daria dores de cabeça se eu não encerrasse por aqui.

— Eu sei... Vai continuar aqui em Paris até quando?

— Até sábado, aí vou para Roma. Você irá para Milão, certo?

— Sim, na segunda.

— Converse com Dulce, meu filho, não está certo tudo acabar assim, você está mal com isso e só não quer admitir. — enquanto ela falava, escutei um barulho de notificação vindo do meu celular, eram notícias, ou melhor fofoca.

"Dulce Maria é vista com moreno misterioso em aeroporto"

"Após flagra em aeroporto, Dulce Maria é vista com homem em restaurante, em Milão"

— Bom, acho que não precisa, Dulce parece que seguiu em frente. — mostrei o celular para minha mãe com as fotos e matérias sobre Dulce, ela parecia séria em todas as fotos, conhecendo ela, talvez até um pouco impaciente, e o cara parecia dar em cima dela em todas as fotos, estava até próximo demais.

— Não acho que isso signifique alguma coisa, Christopher. Não tire conclusões precipitadas.

— Mamãe, está tudo melhor assim, vamos mudar de assunto, já chega de falar sobre eu e Dulce.

— Você é um idiota mesmo, nem parece filho do Victor. — À olhei repreendendo-a que entendeu prontamente meu recado.

Ao final do jantar, levei minha mãe até onde ela estava hospedando, e depois segui para o hotel. Precisava ficar sozinho, minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Tudo havia acontecido rápido demais entre Dulce e eu, era como se fôssemos urgentes um do outro.

Cheguei à minha suíte e me joguei na cama, ainda não sabia o que responder à Dulce, mas acredito que meu silêncio apenas concordava com tudo. Meu celular começou a tocar e o nome de Anahí apareceu na tela, respirei fundo e apenas atendi.

— Oi, Annie.

— O que aconteceu entre você e Dulce, e por que ela me ligou bêbada e chorando dizendo que você a odiava?

— Mas o que? Ela que estava com outro, Anahí, ela quem terminou tudo comigo por mensagem, ela que não quer saber mais de mim.

— E você vai deixar por isso mesmo?? E como assim ela está com outro? — tirei o celular do ouvido e mandei alguns prints das últimas notícias sobre a Dulce e a mensagem que ela tinha me enviado mais cedo.

— Acabei de te enviar. Eu não entendo, Annie, realmente sua amiga sabe bem confundir alguém.

— Esse é o David, ex dela! — Anahí disse um tempo depois, ótimo Dulce já foi correndo pros braços do ex.

— Que eles sejam muito felizes...— eu disse amargurado.

— Christopher, cala essa boca, a Dulce gosta de você e ela só terminou as coisas porque não achou certo te prender, ela estava pensando mais em você do que nela mesma, pensa pelo menos uma vez na sua vida.

— Não sei não, Anahí, ela me pareceu bem firme na mensagem que me enviou.

— Você é um tapado.

— Por que todo mundo está me insultando hoje? Primeiro minha mãe, agora você...

— Porque você é. Christopher, levanta a bunda daí e vai atrás da Dulce, vocês sentem a mesma coisa um pelo outro, vai deixar ela escapar assim de suas mãos?

— Você sabe que não estou preparado para assumir um relacionamento, Annie. Estou magoado com a Dulce mas ela está certa, e se é isso que ela quer, eu não poderei dar.

— Ucker, o que te segura de assumir um relacionamento com ela? Vocês eram exclusivos, têm uma conexão surreal um com o outro e se gostam, o que te impede? — parei para pensar no que Anahí estava dizendo e realmente fazia sentido, Dulce e eu éramos extremos, mas quando estávamos juntos, nada além parecia existir. — Dulce não é qualquer uma, ela não vai ser uma megera com você, se esse é o seu medo.

— Não sei, Annie, tenho medo de machucá-la, de despertar más lembranças nela, Dulce é forte mas é sensível, não aguento a ideia de ser a pessoa que a magoou.

— Sabe que você já fez isso, né? Quando não a respondeu. E sabe o que é pior? Dulce está bêbada, sozinha no quarto de hotel, com um celular na mão. Para ela fazer besteira é rapidinho.

— Eu sei, Anahí, eu sei. Só não sei o que eu faço...

— Eu tenho que mandar você fazer tudo, né? Vai para Milão, Christopher, vai atrás dela.

— Acha que ela vai querer me ver?

— Sim, pare de pensar tanto, só age.

— Ok. Me mande o endereço do hotel que ela está e o número do quarto.

— Não me decepcione, Ucker. Beijos.

— Beijos.

Desliguei a ligação com Anahí e ponderei se realmente faria aquilo. Não era loucura demais? E o que eu diria à ela quando a visse? Mas eu realmente estava preparado para firmar um compromisso com Dulce?

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