Capítulo 37

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Dulce Maria

Assim que Christopher saiu do meu quarto, eu me arrumei e resolvi sair pro meu "encontro". Não era um encontro, era uma reunião, e eu sinceramente não sei porque menti. Meu coração estava apertado, e eu sabia o motivo. Não queria ter magoado Christopher daquela maneira, mas eu não sei se estou preparada para aquela conversa, para expor sentimentos e dizer tudo que se passava na minha cabeça.

Continuei andando pelas ruas de Milão, até que de longe, observei dois rostos extremamente conhecidos por mim. Angel e Belinda. Como se estivessem tramando algo. Tirei uma foto e mandei para Anahí, pedindo ajuda à ela para descobrir o que elas duas faziam aqui. Annie respondeu prontamente que me ajudaria, e essa seria uma forma de me redimir com Christopher futuramente.

Fui para o café onde tinha marcado minha reunião com David e mais dois estilistas de sua confecção para discutirmos detalhes do meu novo projeto. Eu estava animada com isso, queria que fizesse sucesso, mas ao mesmo tempo, a insegurança me puxava para baixo.

Como já estava anoitecendo, assim que acabamos de discutir todo o necessário, resolvi ir até um bar, sozinha. Precisava de álcool para pensar melhor nas coisas. Assim que entrei, passei o olhar pelo local e pude notar um rosto conhecido no ambiente. Christopher e Angel, sentados juntos e extremamente perto, onde ele sorria largamente com algo que ela falava.

Meu peito se apertou mais uma vez e meus olhos encheram de lágrima, não sabia qual era a intenção de Christopher, mas realmente acabei sentindo na pele o mesmo que ele. Alguns drinks depois, eu já estava mais que alta, me sentia mal pela situação que provoquei, mas sabia que a maior culpada era eu.

Resolvi voltar andando para o hotel antes que minha situação piorasse e algo de pior pudesse acontecer na minha vida, até que encontro Christopher, sozinho na entrada, com um sorriso lindo em seu rosto.

— Dulce? Você está bêbada? — ele disse assim que esbarrei nele.

— Por que você tinha que correr pra ela, Christopher? — eu falei tentando segurar algumas lágrimas que brotaram em meus olhos.

— O que?

— Como pôde? Depois de tudo que ela fez com nós dois em Paris, todas as fofocas...

— Dulce, e-eu...

— E ela estava sabe com quem? — o interrompi. — Belinda. Isso mesmo, sua querida irmãzinha e a mulher que é obcecada por mim, juntas.

— Dul, fala baixo. — ele sussurrou chegando mais perto de mim, me deixando ainda mais tonta com seu perfume delicioso. — Vem, vou te levar para seu quarto e cuidar de você.

— Não precisa, eu estou ótima.

— Dulce Maria, não discuta. Vamos. — Christopher me pegou carinhosamente pelo braço e me levou em direção ao elevador, onde assim que entramos, deitei minha cabeça em seu ombro, sendo abraçada por ele, que respirou fundo e me apertou em seus braços.

Logo entramos no quarto e eu comecei a tirar minhas roupas, sendo observada por ele. Christopher alcançou minha mala onde pegou a camiseta dele que eu usava para dormir e uma calcinha. Me senti ainda mais tonta e ele me segurou, me encaminhando para o banheiro, onde ele ligou o chuveiro e me fez entrar.

— Chris, entra aqui comigo.

— Eu estou de roupa, Dul.

— Então tira, já te vi nu várias vezes. — ele suspirou vencido e logo se juntou a mim. O abracei forte, deixando a água escorrer em minha cabeça e minhas costas. — Chris, me desculpa mentir pra você.

— E quando você mentiu pra mim?

— Eu não tinha um encontro, queria te deixar com ciúmes. — senti ele segurar sua respiração e afrouxar um pouco o abraço em que estávamos.

— Por que você queria me deixar com ciúmes?

— Porque eu gosto de você, seu idiota. — o álcool realmente deixa as pessoas mais corajosas, se não fosse assim, eu provavelmente não teria culhão para falar isso neste momento. — Mais do que eu deveria e muito mais do que eu queria.

— E por que diz isso?

— Não é cedo demais? Nos conhecemos a menos de um mês, olha a volta que nossas vidas deram, tudo parece confuso...

— Dul, não acho que agora seja o melhor momento para termos essa conversa pelo seu nível de álcool, mas eu vim para cá antes da hora por um motivo, e é você. Por mais que tudo esteja assim agora, podemos resolver mais pra frente, não precisamos de pressa.

— Calma, o que estava fazendo com Angelique?

— Anahí me ligou, me enviou a foto que você mandou para ela, marquei um encontro falso para ver se descobria o que ela estava tramando com a Bel.

— Conseguiu algo?

— Não, ela não quis me contar nada, mas ela tentou descobrir porque estávamos separados.

— E você disse?

— Eu falei que nunca estivemos juntos da maneira que ela pensou.

— Tudo bem. — eu disse suspirando e olhando para seu rosto. — Vamos sair daqui, Chris, estou com frio.

— Vem, vou te ajudar.

— Já estou bem, Uckermann. — eu disse quando ele estendeu sua mão para eu segurar.

— Não teima, Dulce. Vamos.

Saímos do chuveiro e eu vesti a roupa que Christopher havia separado para mim, e pude observar ele colocar sua cueca junto com a calça, como se fosse embora.

— Onde você vai? — perguntei a ele que se assustou com meu tom de voz.

— Voltar para meu quarto?

— Chris, fica comigo? Por favor? — ele suspirou e assentiu, parecendo vencido.

— Tudo bem, vou subir apenas para trocar de roupa, ok?

— Promete?

— Claro, Dul. Já venho.

Christopher saiu rapidamente do ambiente e em menos de dez minutos já havia retornado, usando dessa vez uma calça de moletom preta com uma camiseta fina branca. Ele tirou suas roupas, ficando novamente de cueca, e se deitou ao meu lado, onde eu pude dormir tranquilamente.

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