Capítulo 27

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Christopher Uckermann

Eu acordei parecendo que tinha um trem em minha cabeça, meu corpo doía e minha visão ainda estava meio embaçada. Olhei para baixo e Dulce estava colada em meu corpo, sorri com aquilo e a pressionei mais contra mim, mas não por muito tempo, já que precisei ir no banheiro colocar tudo para fora.

Aquilo estava estranho, eu não tinha ressaca à anos, não importava o que eu bebesse, eu nunca passava mal. Voltei para a cama e vi Dulce sentada, esfregando os olhos, tentando despertar. Me sentei ao seu lado e a puxei para deitar em meu peito.

— Você está bem? — ela perguntou enquanto acariciava minha perna.

— Não, estou com uma dor de cabeça enorme e enjoado. Não lembro de nada que aconteceu ontem, Dul, nem ao menos como cheguei aqui. — ela se esticou para pegar seu celular, se sentou mais afastada de mim e me mostrou o que eu realmente não queria ver. — Dulce, e-eu não me lembro de ter ficado com ela, eu juro que eu não faria nada pra te machucar e...

— Você não se lembra igual não se lembra da nossa primeira transa? — engoli seco assim que ela falou, mas essa não era a hora de assumir minha mentira. — Então, realmente deve ter transado com essa cobra também, só me pergunto por que, já que ela está fazendo da sua vida um inferno igual a minha.

— Dul, não era a Angel...

— Era sim, Christopher. Eu vi todas as fotos, eu reconheço aquele loiro platinado de longe. — Não era possível, como eu podia não me lembrar disso?

— A-acha que ela pode...ter me drogado? — Dulce arregalou os olhos e ficou estática.

— O que você está sentindo? Realmente, quando bebemos juntos, você não se lembrou mas não estava de ressaca.

— Minha cabeça está doendo muito, estou super enjoado e minha vista está embaçada, quase turva. — Dulce pegou seu celular e começou a digitar algumas coisas, como minha cabeça estava rodando, resolvi recostar e fechar os olhos. A ouvi suspirar e então olhei em sua direção.

— Ela provavelmente te drogou, Chris. Você realmente estava fora de si.

— Eu sabia! Deveria ter escutado a minha mãe...— Dulce me olhou com cara de dúvida e eu tornei a falar. — Eu fui jantar com ela e depois resolvi ir num bar, sozinho mesmo, ela havia me dito 'vai pro hotel, meu filho, isso pode não dar certo'. Nunca mais eu ignoro um conselho de dona Alexandra.

— Realmente deveria ter escutado. Vou pedir uma aspirina para você e o café da manhã, você precisa se alimentar e eu também. — assenti e a vi se levantar para fazer tudo, e em seguida, entrar no banheiro e tomar um banho.

Fiquei sozinho com meus pensamentos, tentando descobrir como eu resolveria essa situação. Dulce também não estava mada feliz com isso, e eu não suportava a ideia de deixá-la mal. Logo, tudo que Dulce havia pedido chegou, e ela saiu do banheiro, já vestida e começamos a comer em silêncio.

— Dul? — ela me olhou quando ouviu minha voz, parecendo que estava despertando de um transe. — Me perdoa.

— Pelo que?

— Pela noite passada, sei que tivemos toda uma conversa sobre ficar com outras pessoas e eu realmente quero levar isso adiante.

— A-adiante? C-como assim? — percebi que tinha falado demais quando vi a expressão de surpresa em seu rosto.

— Não como um relacionamento sério, mas esse sexo casual que temos, quero continuar com isso e sei que vacilei noite passada, mesmo que ela tenha me drogado. — ela suspirou e largou o garfo que estava comendo na mesa.

— Está...tudo bem. Não se preocupe. Vou dar uma saída rápida agora, quer algo?

— Não, estou bem.

— Está bem o suficiente para ficar sozinho por umas duas ou três horas?

— Sim, não se preocupe...

— Ok, então. Até mais. — ela se levantou, pegou uma bolsinha e saiu do quarto, sem ao menos se despedir de mim. É, eu havia a magoado.

Me levantei da mesa e fui tomar um banho frio, precisava ao menos tentar me recuperar daquela noite desastrosa, que vem na minha cabeça apenas com flashs. Assim que terminei, vesti uma cueca e me deitei, dormindo rapidamente.

Aproximadamente duas horas depois, me despertei e notei que Dulce não havia voltado ainda, alcancei meu celular e vi o que não queria.

"Dulce Maria é vista em restaurante com homem misterioso, veja fotos"

"Após ser flagrada com Christopher Von Uckermann, a modelo Dulce Maria é vista em clima de descontração com moreno"

Que droga! O que ela estava pensando? Era uma espécie de vingança? E por que eu me sentia assim? Ela entrou no quarto em meio aos meus pensamentos e nossos olhares se encontraram, cheios de culpa e magoa um do outro.

— Saiu na imprensa, né? — Apenas assenti sem conseguir desviar meu olhar do dela. — Não foi vingança, se é isso que você está pensando.

— Não estou pensando nada, Dulce. — Eu disse ríspido.

— Está sim, eu conheço você.

— Ok, estou. Quem era aquele?

— Foi um...almoço profissional. — profissional? Do que ela estava falando? — Tenho alguns sonhos para se realizarem, precisava disso...

— É só isso?

— Bom, ele deu em cima de mim. — meu coração parou por um segundo, então eu não tinha interpretado mal. — Ele me beijou. — um nó se formou na minha garganta, mas eu sabia que não estava no direito de reclamar com ela, afinal, eu mal me lembrava da noite passada.

— Tudo bem, você é solteira, faz o que quer...

— Mas eu n...

— Está tudo bem, Dulce. — A interrompi enquanto me levantava da cama e vestia uma roupa. — Vou dar uma volta agora, depois nos falamos. — passei por ela e apenas saí do quarto. Meu coração estava apertado, não sabia exatamente o porquê, apenas uma pessoa podia me ajudar e eu sabia onde encontrá-la.

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