Christopher Uckermann
Acordei no dia seguinte com a visão do paraíso bem a minha frente: Dulce dormindo tranquilamente com uma camiseta minha, sua cara estava limpa e seus cabelos castanhos soltos, com seu corpo colado ao meu. Por um momento, me passou pela cabeça como seria entrar em um relacionamento sério com ela, Dulce era uma mulher fantástica e posso admitir que não seria nada difícil, mas eu não me apaixonava, e creio que não seria capaz de viver sabendo que parti o coração de alguém como ela.
Sem me mover muito, alcancei meu celular que vibrava em cima da mesinha ao lado da cama, suspirei pesado ao notar quem era, mas tomei coragem e atendi.
— Fala, Beli, o que quer?
— Nada demais, apenas checando como você estava, Anahí me contou que esteve com você e aquela insuportável da Dulce Maria.
— Não fale assim dela, Belinda, nunca mais. — eu disse em um tom baixo mas firme, para não acordar Dulce. Belinda era minha meia irmã, na verdade ela era filha apenas do meu pai com uma qualquer que odiava minha mãe, e eu procurava não descontar meu rancor nela, tanto que a ajudei em sua carreira, mas muitas vezes era inevitável. — Está me ouvindo?
— Ok, Uckerzinho, credo que humor é esse?
— Você me infernizando logo cedo, o que quer, Belinda? Me deixe em paz!
— Já conseguiu aquele desfile para mim? Sabe como é importante para minha carreira! — ela falou impaciente e notei Dulce se remexendo e despertando, a segurei contra meu corpo e voltei atenção para Belinda.
— Eu já fiz mais do que devia pela sua carreira, Belinda, não acha que está na hora de seguir seu rumo sozinha?
— Não, isso só para quando eu quiser, e você sabe muito bem disso. — Bufei alto rezando para esse tormento passar logo.
— Ok, vou ver o que faço.
— Sabia que podia contar com você, Uckerzinho. Até mais! — desliguei sem me despedir e respirei fundo, o cheiro do cabelo de Dulce entrou pelas minhas narinas me trazendo uma calmaria que não sabia que precisava.
— Te acordei, não foi?
— Talvez, mas já estava na hora. Bom dia, Chris. — ela se desvencilhou do meu corpo e eu a puxei novamente, dei um selinho demorado em seus lábios e ela deitou em meu peito novamente.
— Bom dia, Dul.
— Problemas com ficante? — achei estranho o tom de voz de Dulce, mas resolvi ignorar, sentia que com ela, eu poderia desabafar, afinal, Dulce tinha um coração imenso.
— Quem dera ter problema com você, eu teria mais facilidade de resolver. — arregalei os olhos quando percebi que tinha entregado que apenas ficava com ela, mas aparentemente, ela não havia percebido, então só continuei a falar. — Era Belinda, ela é...minha meia irmã. Ninguém mais sabe disso.
— O que!? Está falando sério? Nem Anahí sabe?
— Não, ninguém sabe...Bom em exceção, você agora. Sei que posso confiar em você de olhos fechados.
— Fico lisonjeada, mas como assim ela é sua irmã, Christopher?
— Ela é filha do meu pai que já morreu, sempre tivemos pouco contato. Quando eu abri a Casillas Agency, ela resolveu que queria ser modelo, e eu a ajudei em sua carreira mas foi sob ameaças com coisas do passado, e sofro com isso até hoje. Eu, com 30 anos nas costas, ainda sofrendo ameaças de uma pirralha de 22, não posso acreditar.
— Mas é algo grave?
— Poderia destruir minha agência, e ela tem provas.
— Sinto muito, Chris. Prometo que seu segredo está salvo comigo.
— Eu sei, Dul, obrigado. Agora, eu tenho que enfiar essa chata em mais um desfile. Ela nem talento tem, sabia. — Dulce riu alto com a minha afirmação e eu senti meu coração errar uma batida, podia vê-la assim o dia todo.
— Desculpa falar, mas eu já percebi. Até eu tenho mais talento do que ela, e nem alta sou.
— Por que não se arrisca nas passarelas, Dul?
— Bom, esse era meu sonho, mas eu sou baixa demais para isso. As passarelas não são pra mim, são pra mulheres como Anahí, Belinda, naturalmente bonitas, magérrimas e altas. Eu sou só... assim.
— Mais bonita que qualquer uma delas! — eu disse rapidamente olhando nos olhos de Dulce e vendo a surpresa em seu rosto. — Dul, você é uma das modelos mais bem pagas do mundo e não é apenas talento. Você é inteira perfeita, eu posso dizer com convicção já que percorri esse corpo gostoso inteiro.
— Christopher! — a vi corar e me repreender, mas ao mesmo tempo que segurava um sorriso em seus lábios. — não é bem assim, em revistas temos photoshop, edição, maquiagens, sei que não sou boa o suficiente para uma passarela.
— Precisamos dar um jeito urgente nessa sua autoestima, Dulce Maria.
— Minha autoestima é boa, eu sou apenas realista.
— Não, meu bem, você está com uma ideia muito errada de si. Vamos lá, o que podemos fazer?
— Nada, Chris, eu estou bem assim, sou auto confiante mas também não sou cega. Sei meu lugar qual é. Você só está dizendo isso porque está transando comigo!
— Jamais repita isso, Dulce Maria, que absurdo.
— Tudo bem, desculpe, podemos trocar de assunto? O que vai fazer hoje?
— Bom, preciso resolver a vida de Belinda e mandar alguns e-mails para Nova York, apenas.
— Que chato, vou me divertir sozinha.
— Ei ei, eu bem me lembro que tenho um ensaio fotográfico pra te acompanhar.
— Só sob o meu cadáver, Uckermann.
— Seu cadáver é baixinho, vai ser fácil. — eu disse em tom de brincadeira e recebi um belo tapa em meu peito.
Logo, resolvemos levantar para tomar café da manhã e Dulce foi se arrumar para seu ensaio, claro que eu não deixei de acompanha-la, como prometi, então logo me arrumei e saímos juntos, dando de cara com uma enxurrada de jornalistas, aquilo nos daria dor de cabeça...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Out Of Style
Fanfikce+18 | Finalizada | Dulce Maria é uma jovem modelo fotográfica, que transferida para a Casillas Agency. Linda e determinada, Dulce sempre foi fechada em relação à seus sentimentos, mas isso durou apenas até se encontrar com Christopher Uckermann, don...