capítulo 129

1.2K 84 12
                                    

Bárbara narrando

Seria errado eu dizer que doeu quando disse "que bom"? , foi como se tivesse tirado um peso das suas costas , vi como suspirou aliviado.
Eu precisava deste banho gelado para melhorar essa dor de cabeça que me aflige, sem contar que estou sentindo um desconforto enorme na região do meu estômago. Sinto as dores escorrerem junto com a água , menos a dor dentro do peito que não desaparecerá tão cedo.

Escovei os dentes novamente usando sua pasta de dente , coloquei uma roupa mais confortável e fácil de retirar.

Babi: acho que vou comer algo para tirar essa dor , me acompanha?
Victor: não, obrigado. A comida que eu quero não tem na cozinha. Quer dizer , daqui alguns segundos vai estar. -- senti seu olhar perfurando minhas costas antes de abrir a porta , por cima do ombro vi o seu sorriso interesseiro.

Babi: o seu nível de safadeza me assusta.
Victor: ontem vi um lado inédito seu , estava toda safada para o lado do Lucas. Do meu lado ainda , vai ter volta Baker , mas de uma outra maneira.

Sorri mostrando os dentes , ergui o dedo do meio da minha mão direita lhe mostrando como minha unha está crescendo.

Babi: ao invés de safado , você poderia ser mais carinhoso, não é mesmo?
Victor: eu tento Bárbara , mas eu não sou acostumado com isso. -- me surpreendeu pegando minha cintura e levantando a altura do seu rosto.
Victor: sabia que ontem você me magoou?
Babi: o que eu fiz?
Victor: eu te beijei depois de...conversar com você , e fez questão de limpar a boca como se tivesse nojo de mim. -- se eu estivesse em meu normal consciente não iria ter essa atitude , rimos para depois recuperar aquele beijo mal resolvido.

O seu toque me conforta , o seu beijo me alivia e me faz esquecer de tudo que já passei. Eu sinto bem com tudo isso , mas se eu tivesse a opção de não o conhecer eu teria escolhido , estamos cada vez mais forte e consequentemente maior vai ser a dor de quando isso acabar.
Eu tenho que o mostrar que eu não quero ser só isso , só sexo sem sentimentos , desejo que perceba meu olhar cheio de admiração e amor quando me despe. Novamente vai ser aquelas horas incríveis e calorosa.

(...)

Nossas peles quentes repousam no lençol de algodão sobre o colchão. Pensando com a cabeça apoiada em seu peito consegui ser mais forte que meus sentimentos.

Babi: faz seis meses que estamos ficando , passou rápido.
Victor: sinto que foi ontem quando te vi pela primeira vez no bar. -- rimos.

Babi: você tem sonhos ou alguma conquista que deseja ter maior que tudo?
Victor: no momento creio que não. Bom , estou tendo um bom lar , estou vivendo da maneira que desejava , apenas o encosto do Tony que não me deixa em paz. Quando meus pais faleceram , fiz de tudo para manter o cassino conforme meu pai queria , depois que consegui isso me senti realizado. E você? parece cheias de sonhos.
Babi: então , sobre esses sonhos que eu queria desabafar com você. Você sabe que o meu maior é poder ter minha própria casa , e isso está quase realizado , outro que decidi dias atrás é...fazer faculdade de veterinária , você acha que eu iria me dar bem? sem contar que talvez daqui alguns anos , eu queria ter a sensação de ter uma família e dar a ela tudo que faltou na minha.
Victor: é claro que sim , não existe idade para se tornar aquilo que ama. Você tem meu apoio. Não pensei ainda em questão de filhos , é algo que não faz parte dos meus planos. -- sorri passando a mão nos cabelos que cobriam meu rosto.

Babi: e para eu realizar meu maior sonho , preciso que se afaste. Eu vou voltar a frequentar o cassino quando me mudar , sempre meu objetivo foi melhorar meu estilo de vida , mas você sabe que eu não iria conseguir com você por perto. Sei que se não fosse por sua ajuda eu não teria minha casa , sou grata por isso.
Victor: para sempre?
Babi: preciso de apenas dois meses , ainda tenho que fazer uma viagem para Mississipi. -- ri arrancando o tecido fino que cobria seu corpo , correndo para o banheiro.
Victor: deseja ir comigo mesmo? -- aumenta o tom de voz , para eu dentro do banheiro me trocando, escute. Apareço no canto da porta balançando a cabeça positivamente.

Pareceu compreender meu raciocínio, aceitou minha opinião sobre o afastamento. Depois complementou dizendo que sabe onde eu posso o encontrar sempre que quiser.
Descemos para almoçar e encontramos Gabriel sentado a mesa com Carolina. A menor não tem uma cara muito agradável.

Victor: vou adivinhar , está com uma tremenda dor de cabeça. -- assente passando dois pratos de porcelana para nós.

Gabriel: Bárbara está com uma cara ótima , olhos fundos de quem passou mal a noite toda.
Babi: está tão óbvio assim? -- rimos.
Gabriel: basta beber uma dose de whisky que isso passa. -- vendo aquela garrafa pela metade fez meu estômago revirar , passarei longos finais de semana sem ver bebida em minha frente.

Consegui me alimentar um pouco , Maria fez uma comida leve já imaginando que bebemos muito ontem. Carolina não deu se quer uma palavra diante do almoço , trocamos alguns trocadilhos a sua volta para tentar puxar assunto , foi em vão.

Maria me indicou alguns remédios que ajudariam na digestão da comida e no desconforto do corpo enquanto a ajudava lavando a louça suja. Tivemos uma boa conversa , parece não ter tanta intimidade com Carol e Victor como antes , na maior parte do tempo fica com Rick embaixo das árvores. Fico feliz que aqui está bem cuidado , tem o amor que na adoção só eu lhe dava.

Maria: senhorita Carolina disse que não vai querer esse cachorro aqui por muito tempo. -- franzi as sobrancelhas.
Babi: e qual mau ele faz?
Maria: por causa da pequena poodle , não quer mais cachorrinhos filhotes.
Babi: mas...Victor vai doar ele? não me disse nada.
Maria: creio que não , ele dorme a noite toda com o cachorro ao seu lado , não irá vender apenas por causa da sua irmã.

Babi: por favor , não deixe que ele doe esse animal , fique com ele até eu poder ficar com ele na minha casa. -- assente pegando nas minhas mãos , como forma de carinho.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora