capítulo 22

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Bárbara narrando

Tomei a decisão de não contar para mais ninguém sobre domingo , e muito menos voltar a conversar com Victor.

Cheguei depois de um longo dia de trabalho em casa , por incrível que pareça Matheus veio para jantar conosco.

Terminei meu banho o mais rápido que pude , antes de descer para a cozinha passei no quarto de Mariela para chama-la.
O jantar de hoje foi feito por minha mãe, fez seu famoso ficasseé de frango com uma panela de arroz temperado. Para beber como acompanhamento , vinho tinto.
Não estava me sentindo bem do estômago , ver aquele vinho na taça me lembrou daquele sangue vermelho e frio escorrendo na minha jaqueta.

Márcio: está sem fome , Bárbara? -- ao escutar meu nome sair da sua boca levantei meus olhos para ele , que logo mudou de rumo fitando o garoto ao meu lado.
Babi: sim , prefiro subir para o quarto. -- empurro o prato mexido para o centro da mesa. Antes de levantar da mesa sinto a mão quente de Matheus no meu pulso.

Matheus: me espera. -- sinto que esse não é o momento para dizer um "não" firme e forte , apenas balanço a cabeça positivamente.

Terminou de comer o pouco de comida que restava no seu prato , bebeu o último gole de vinho e subimos.

Matheus: esta incomodada por eu estar aqui? -- passa a chave fechando a porta do meu quarto.
Babi: que? claro que não , eu só não estou com fome. -- deixo minha roupa sobre o cesto no banheiro partindo para um banho.

Esperei a água esquentar para adentrar debaixo do chuveiro e começar a me enxaguar. Puxei a toalha branca sobre a pia e vi a jaqueta encharcada de água com manchas vermelhas , preciso me livrar dela.

Sai do banheiro e dou de cara com Matheus saindo pela porta , acredito que vá embora.

Babi: já vai? -- assente.

Vou até seu corpo e o abraço, era o nível máximo de proximidade que tínhamos. Com os dedos cruzados rezei para meus pais já estarem dormindo para chegar no quarto de Mariela sem ninguém ver.

Mariela: que susto! oque quer?
Babi: preciso de você , vamos dar um passeio de carro. -- sorri.

No caminho mostrei oque havia dentro da sacola preta , assim que viu soltou um grito fino e alto.

Mariela: parece que matou alguém.
Babi: não , mas se os nossos pais verem vão pensar essa mesma coisa.

Dez ruas atrás da minha casa foi onde jogamos a mesma dentro de um buraco , nem me importei com fecha-lo.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora