capítulo 146

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Victor narrando

Esperava que Bárbara fosse passar mal igual da outra vez , mas não , dormiu a noite toda agarrada ao meu braço "bom".
Consegui dormir melhor que imaginava , o seu cheiro no quarto me ajudou a me sentir seguro e confortável. Virei para o lado para apreciar seu rosto dormindo em meu ombro , é quase impossível imaginar que já sofreu tanto mesmo com o coração bom , de todas as garotas que já tive um vínculo grande , Babi foi a que mais me encantou.

Eu não vou negar, apenas quem é cego para não ver o quão incrível ela é. De início já foi "sequestrada" apenas por querer esconder sua história por vergonha ; vivia apanhando do seu pai sem motivo, ela nunca tava bem , mas sorria e dizia estar tudo ótimo ; sem contar os sustos que levou comigo, até um acidente ela sofreu.
Pensando bem , deve ser isso que Gabriel me alertou , ver que ela é incrível demais, sem contar a inteligência que essa garota tem para tudo , desde números até letras. Incrível demais até para mim.

Segurei seu pescoço e coloquei sobre meu peito , acabou acordando com isso , apenas sorriu sincero , me tranquilizando. Segundos depois dormiu.
Não quero a perder agora , quero deixar as coisas continuarem do jeito que está até eu conseguir entender o que meu coração quer. Olhando para o seu sorriso sincero e fofo para mim , consigo ver que ela também não quer se afastar , me faz de um ursinho de pelúcia onde confia em contar tudo!

O ideal seria eu fugir desse estado , e se quiser , ela poderia vir comigo. Mesmo eu ser feliz com tudo que tenho , saber que meu esforço valeu a pena, largaria fácil essa vida.

Acabei dormindo novamente por poucos minutos, acordei com ela levantando de uma vez da cama.

Victor: você está bem? vai passar mal?
Babi: não...é que eu tive um...pesadelo. -- sua última palavra foi tão baixo que quase não escutei. depois de olhar em toda sua volta , e ainda garantir que não havia ninguém na sua casa , deitou no meu abraço.
Victor: qual foi seu pesadelo?
Babi: prefiro não contar , foi horrível.
Victor: tudo bem , então.

Pelo seu remexer , entendi que não dormiu mais em seguida , mas também, se for ver as horas acredito ser na hora do almoço. Sem poder mobilizar o braço me sinto um inútil , não posso levantar e ajudar ela no café da manhã. Nem pensar em tomar banho morno com ela eu posso.
Agradeci por me ajudar a colocar a tipoia em meu braço , olhou os pontos e disse que não está tão húmido para trocar o curativo.

Babi: trouxe seus remédios? -- nego.
Victor: eu vim só para passar a noite , já ligaram milhares de vezes para saber onde eu estou. -- tirou o pão da torradeira e colocou duas fatias de queijo e uma de presunto. Pegou a xícara maior de leite e me entregou.
Babi: desculpa por ter te perturbado , estraguei seu descanso. -- cuidadosamente peguei no seu punho impedindo de se afastar , seu braço passou pelo meu pescoço e sua cintura na minha perna.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora