capítulo 175

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Victor narrando

Não preparei muitas coisas para nossa noite , Eduard me disse de um restaurante ótimo próximo ao porto. Acho que é um lugar agradável , podemos comer e ver os navios chegarem e embarcarem bem próximo da gente. E claro , depois consegui alugar uma pequeno iate apenas para essa noite. Não planejo navegar com aquilo , apenas para relaxarmos e beber sem ninguém nos incomodando.

Eu não a vi na maior parte do dia , quando cheguei para trocar de roupa e ir atrás da reserva no restaurante , ela estava de saída com minha irmã. Nesse pequeno tempo percebi que está diferente , não sei o que me faz pensar isso mas parece preocupada , seu olhar distante e os olhos fundos.
Pode ser que está preocupada com tudo que vem acontecendo , principalmente em ter uma pessoa na mesma casa que nós que não quer nosso fim junto. Sei que ela não quer isso , mas sei também que tem medo do que ele poderá fazer contra a gente , venho a horas pensando para achar uma maneira de que relaxe.

Seu vestido é lindo , as cores são bem fracas sem que se destaque muito onde chega , nos pés uma sandália bege com detalhes em brilho sobre os dedos. Estava terminando de se arrumar em frente ao espelho do banheiro , sorriu vendo meu cabelo bagunçado pela correria e o suor em meu rosto.

A reserva é para as oito e meia da noite , faltava vinte minutos quando entrei para o banho. Peguei a camiseta branca com uma jaqueta jeans preta por cima , a calça uso uma jeans preta como na maioria das vezes. Escutei suas reclamações baixo por eu só usar preto , mas também o seu elogio.

Babi: eu acho que no mínimo , deveria ser um crime ou imoral ser tão gato assim. Independente de tanto preto que você usa! -- passei perfume pelo meu tórax todo , conferi meu cabelo pela última vez no espelho e peguei na sua mão.
Victor: eu acho incrível a maneira como você coloca esses seus vestidos e fica parecendo uma boneca , ainda mais com essas ondas lindas que seu cabelo está. Porém só eu sei o quão safada e pervertida você pode ser por trás dessa cara de boa moça. -- sorriu mantendo a conexão com meus olhos.

Não queria tocar sua boca e tirar o batom que usa , passou com tanto cuidado para não borrar nos cantos! Só que essa vontade de beijar profundamente só aumenta , não beijamos assim desde ontem a noite.

Gabriel: Victor , vai logo antes de ela perceber que você quer transar com ela. Tua reserva vai ser cancelada , cara. -- a porta do quarto estava aberta , por isso conseguiu interromper nosso momento. Rimos.
Babi: aonde vamos?!
Victor: surpresa.

A cada dois minutos ela perguntava se estava chegando , tive que ligar o ar condicionado porque estava transpirando de tanta ansiedade e nervosismo.
Seus olhos brilhavam com o local bem iluminado, é chique porém não deixa de ser um lugar casual.
De início pedimos a entrada de torradas com patês que ela escolheu e , taças de vinho. Para prato principal escolhemos massa com molho branco e camarões. Nada muito anormal.

Babi: você acha que eu fiz a escolha errada de deixar Mari na minha casa? Eu poderia facilmente ligar para meu amigo ir pegar a outra chave com ela.
Victor: vai dar certo , pelo o que ela já nos disse ele não é muito de tomar atitude. Se acontecer também , ela já é bem formada e não seria muito cedo para transar. -- com um bico ela me pediu silêncio ou para que falasse mais baixo.
Babi: ela não vai fazer isso. Confio nela e quero o bem dela , vou mandar mensagem pedindo desculpas por dizer mais cedo que não confio. -- devagar coloquei minha mão sobre a dela , não é um bom momento e estragaria esse clima calmo em que estamos.
Victor: tem certeza que é só isso que está preocupada?
Babi: não. Como o Max fazer isso com a gente mas ainda ser gentil comigo? até colocou suco para mim a tarde. Quando a gente menos espera , o mau está mais próximo do nunca , imaginava que iria ser tranquilo nossos dias...
Victor: e vai ser. O que seja ele estiver pensando em fazer , não vai conseguir nos separar. Estamos mais próximos não importa o tempo que passo longe de dia , estamos jantando só nós dois e depois vamos em um lugar que vai deixar a gente mais juntos.
Babi: que bom , adoro os mistérios, sempre fico impressionada! -- deu uma pausa para bebericar a taça. Aproveitei e bebi também. -- acredita que a tarde comi um pedaço de torta com o suco e vomitei de novo? não vou beber álcool forte tão cedo.
Victor: você não aguenta seguir o mesmo ritmo que eu. Até esqueceu de tirar a etiqueta da calcinha. -- o semblante preocupado sumiu , começou a rir tentando lembrar da cena hilária que passamos ontem a noite.
Babi: eu realmente não lembro. Foi uma vergonha que não quero passar novamente. -- sorriu.

Conversamos sobre a cidade, dos pontos em que ela passeou nesses dias e no que planeja fazer pela semana. Nos empolgamos tanto que era como se não fôssemos quase namorados , só bons amigos que vieram jantar fora. Agradeci  ao garçom por trazer o prato delicioso que pedimos e pelas velas em forma de disco que colocou na mesa. De um momento para o outro se tornou um jantar a luz de velas.

Terminamos por ali , paguei a conta para que viessemos passear pelo porto bem iluminado. Segurei sua mão fria e percebi que precisava de um casaco , talvez uma calça bem quente também para ver se seu queixo pare de tremer.
Eu realmente não esperava que aqui fosse frio , o clima de dia estava propício para uma noite quente, por isso achei que um barco fosse divertido.

Voltamos para o carro depois de uma volta , dirigi poucos quilômetros até os iates ancorados. Abriu a boca e saiu um grito bem fino de animação junto com um pulo nos meus braços , gemi por ter agarrado meu ombro.
Consegui também um homem para ficar nos servindo , cuidando da entrada do barco e por ter limpado a tarde toda para mim. É claro que garanti dinheiro no seu bolso , não iria forçar o homem fazer tudo isso para mim.

De início já tirou suas sandálias e se jogou no estofado da parte exterior do barco , nem teve a curiosidade de olhar o interior. Seus dedos chamavam por mim para abrir a garrafa de champagne.
Babi: você está sendo incrível comigo. E olha que eu pensava que não iria ser , você é...peculiar.
Victor: esta me chamando de estranho?
Babi: sim! Na minha cabeça você só iria me trazer para transar , só que me surpreendeu dizendo de namorar sério.
Victor: mas já estou quase desistindo dessa ideia. Você discute demais comigo. -- revirei os olhos fazendo bico , brincando.
Babi: mas você sabe por que fazemos isso , não é mesmo? A gente se ama. Quando há amor , implicâncias podem acontecer mesmo se for por brincadeira. -- pensei um pouco , talvez seja isso mesmo.
Victor: é, tem razão.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora