qualificações

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O carro para em frente a um prédio alto e bonito, solto a cadeirinha do bebê e saio do carro, respiro fundo antes de entrar no prédio, caminho confiante até a recepcionista, vejo alguns me olharem.

— boa tarde em que posso ajudar?

  Pergunta educada e eu sorrio para ela.

— vim para a entrevista de babá.

  Ela sorri e concorda.

— décimo quinto andar.

  Confirmo e subo no elevador os andares parecem demorar uma eternidade, quando finalmente as portas se abrem vejo a sala repleta de mulheres, lindas e jovens à senhoras de muita idade, vou até a recepcionista me apresentar ela me pede para aguardar.
  Fiquei esperando por três horas, uma a uma as mulheres foram indo embora, se via a diferença de quem ele tinha dado esperanças de retorno e quem não, finalmente sou chamada, pego o bebê conforto e ando até a sala.

— sente-se por favor.

  Ele diz olhando o que creio ser minha ficha, me sento onde ele mandou e aguardo.

— então senhorita Marques, este nome... É artístico ou algo assim?

  Ele pergunta confuso ainda olhando o currículo.

— não senhor esse é meu nome mesmo.

— sério?

— sim.

  Ele concorda e finalmente me olha.

— então senhorita pelo que li não tem nenhuma experiência como babá, mas fez cursos de gastronomia, confeitaria e enfermagem, porque está procurando emprego tão fora da sua área?

— eu tenho experiência como baba senhor só não é formal com carteira assinada, cuidei de mais de dez bebês desde o nascimento, o dobro disso com crianças e esse é o motivo de eu não estar trabalhando na minha área.

  Aponto para o bebê conforto e ele olha Lion com um olhar estranho.

—ha, a senhorita sabe que o trabalho é em período integral?

  Não, não sabia.

— claro.

— e como planeja fazer?

  Aponta para meu filho e eu dou um pigarro.

— bom, Lion é muito calmo, claro que não posso garantir que sempre será assim, mas se o senhor me der uma chance assim que incomodarmos o senhor pode me demitir sem ressentimentos e eu ainda estou amamentando se a sua filha precisar de leite estarei a disposição posso tirar com uma bomba ou até dar o peito a ela se não houver problema.

  Falo tudo tentando permanecer calma, mas falho e fico parecendo desesperada, não que eu não esteja, mas ele não precisa saber.

— estaria disposta a doar leite a minha filha?

  Ele pergunta se ajeitando na cadeira.

— claro que sim, que tipo de mãe e cuidadora eu seria se deixasse um bebê precisando de algo que posso oferecer?

— tem mesmo tanta experiência?

— posso?
 
  Ele concorda então pego um papel e uma caneta e começo a escrever os números das minhas tias.

— essas são minhas antigas empregadoras.

  Ele concorda olhando os números e os nomes.

— se o senhor ficar na dúvida mesmo assim estou disposta a fazer um período de teste.

babáOnde histórias criam vida. Descubra agora