Leandro

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— pai?

  Ele me olha de cima a baixo como se tentasse me reconhecer.

— oi sapinha como vai.

  Sua voz era quase inadiável, porque? Porque ele tinha que estar aqui? Era a minha noite, minha.

— como vai sua mãe?

  Ele pergunta sorrindo o que me deixa ainda mais chateada.

— não, eu não vou fazer isso de novo.

  Pego na mão de Samuel e saio o puxando de lá, saímos da balada e sinto um enjôo me tomar, respiro fundo.

— o que aconteceu lá?

  Ele me pergunta tentando me abraçar e eu me afastar.

— nada, só... Vamos para outro lugar.

  Digo o abraçando e o puxando para onde deixamos o carro.

— podemos conversar?

  Ele pede apertando sua mão direita em minha cintura.

— agora não, hoje é nosso dia de relaxar.

  O puxo para um beijo, é castigo só pode, quando tudo está indo bem surge algo para atrapalhar, primeiro a tal da Carla agora meu pai, estou me sentindo em uma novela mexicana ou uma protagonista de livro, só espero que não seja aquele tipo de livro com final trágico, era só o que faltava passar por todo esse sufoco e ainda por cima ter um final trágico...

— tudo bem.

  Ele diz acariciando minha bochecha e voltando a me beijar.

— vamos nos divertir.

  Ele se afasta de mim e abre a porta do carro.

— tenho uma ideia, acho que vai gostar.

  Abro um sorriso vendo sua animação e entro no carro já ansiosa.

— onde?

  Pergunto não me aguentando de curiosidade e ele ri negando.

— agora é minha vez de fazer surpresa e mostrar que também sou conhecido.

— só não pode ser muito chique porque estou bêbada demais para isso.

  Falo rindo e ele também ri concordando, de repente me olha assustado.

— eu também estou bêbado, não posso dirigir.

  Ficamos alguns segundos olhando um para o rosto do outro.

— tem um estacionamento vinte quatro horas na esquina deixamos o carro lá e pedimos um Carro por app.

  Digo pegando o celular e ele concorda e liga o carro e dirige a 10km/h não reclamo mas bufo e reviro os olhos, dez minutos depois chegamos ao estacionamento e deixamos o carro.

— coloca o endereço senhor misterioso.

  Digo entregando o celular para ele e o abraçando tentando espiar o que ele digitava.

— temos cinco minutos até o carro chegar.

  Ele diz com um sorriso malicioso que me faz rir, fecho os olhos esperando pelo beijo.

— meu celular está vibrando, quer saber eu não vou atender.

  Ele tenta me beijar, mas o afasto.

— pode ser sua mãe.

  Digo já pensando em milhões de coisas que podem ter acontecido com as crianças.

babáOnde histórias criam vida. Descubra agora