pesadelo

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  Queen me pediu dois dias para ficar triste e eu não pude dizer não, mamãe pediu para ficar com os bebês e Queen aceitou.
  Levei ela todos os dias lá e nos dois dias ela ficou triste, chorou teve pesadelos e acordava chorando ou gritando e eu a acalmava ela me abraçava para voltar a dormir, pensei em contratar uma diarista por que a casa estava ficando cada vez mais suja, porém com os problemas de Queen e a correria da empresa eu não consegui.
  Na quinta acordei sobre saltado não sentindo ela na cama, levantei rápido a procura dela e a encontrei na cozinha preparando o café, fui até ela e a abracei.

— fiquei preocupado, o que faz de pé essa hora.

  Ela ri e acaricia os cabelos da minha nuca.

— é o horário que eu sempre acordo para fazer seu café, alguém aqui não gosta de atrasos esqueceu?

  Me afasto avaliando seu rosto, não parecia que ela estava tentando esconder seus sentimentos, só parecia... Ela.

— você está bem mesmo? Não precisa fingir sabe disso não é?

  Ela com corda e me beija.

— eu já tirei dois dias para me sentir triste e pena de mim mesma, agora do que eu preciso mesmo é terminar o café e limpar essa casa, faz uma semana que não é limpa e fizemos uma verdadeira bagunça neste meio tempo.

  Ela diz praticamente me empurrando para fora, sento na cadeira da bancada a observando, estava tão feliz que ela parecia bem, espero que ela esteja bem por dentro e por fora, odiaria saber que ela estava fingindo estar bem para mim.

— vai pegar as crianças hoje?

  Ela pergunta me olhando e avaliando minha expressão.

— tudo bem, eu os pego depois que sair da empresa.

  Digo abrindo um sorriso e ela se estica sobre a bancada e me beija.

— obrigada.

— você pode ir dormir mais um pouco ainda falta uma hora para você ter de acordar mesmo.

  Nego com a cabeça observando suas manias na cozinha que nem sabia que tinha reparado quanto menos que sentia falta, como ela tocando o queixo enquanto procura algo ou quando ela mexe a massa do bolo seu quadril se movimenta também, ou quando algo cai no chão ela briga com o objeto e o ameaça, esse último me faz rir.

— acho que está tudo no fogo, vou colocar uma roupa decente.

  Ela caminha para sair, mas eu a puxo assim que ela passa pela bancada.

— eu acho que está ótima, assim indecente.

  Digo tocando sua camisola e a erguendo um pouco ela ri e me beija.

— meu chefe não vai gostar nada.

— eu me resolvo com ele.

  A beijo e ela se separa rindo, eu não abro os olhos.

— precisamos seguir a rotina ou vai se atrasar mais uma vez.

  Eu sei que ela está certa, mas não quero ter que solta-la muito menos ir trabalhar.

— tudo bem senhora certinha.

  Digo a soltando e bufando ela me dá um selinho e sai da cozinha, apesar de ela parecer bem, foi tão repentino que me pergunto se essa felicidade é verdadeira, pelo menos quanto dela é.
  Faço o que ela diz, subo para tomar um banho e me arrumar para mais um dia corrido na empresa.

QUEEN MARQUES

  Eu estava completamente bem? Longe disso, mas não aguentava mais me lamentar pelo que passou, odiava preocupar Sam ele estava sendo tão atencioso e compreensível, e por mais que ele se esforce para esconder sei que ele odeia me ver triste, também sentia falta dos meus bebês, muita, muita mesmo, da nossa rotina.
  Ouço ele entrar em seu quarto e resolvo tomar meu banho, não vou me deixar se abalada pelo passado, se eu o visse de novo não ficaria paralisada e fraca agiria como uma Marques e sentaria ele na porrada, ele iria voltar para o quinto dos infernos a força e aí de quem tentar me impedir.

babáOnde histórias criam vida. Descubra agora