experiência

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  O jantar para minha surpresa foi calmo, para minha família pelo menos, o Senhor Sampaio pareceu gostar da comida já que repetiu duas vezes e comeu bastante pudim, já era quase meia noite quando conseguimos sair da minha casa, a despedida teve muitas lágrimas, até parece que nunca mais vou voltar.
  Entramos no carro e eu suspiro.

— sua família é legal não deveria ter vergonha.

  Ele diz saindo com o carro, o olho ofendida.

— eu não tenho vergonha.

— não foi o que pareceu, sempre preocupada de eles dizerem algo e ficar tentando afasta-los de mim...

— eu não tenho vergonha, apenas não me sinto confortável com minha família falando todos os meus defeitos e todos os meus erros para o meu chefe, que aliás me conheceu hoje, que tipo de visão teria de mim?

  Digo calmamente e ele sorri, mas não diz nada, paramos em um sinal vermelho e o silêncio se instaura no carro assim que o carro volta a andar um carro de polícia aparece do nada ligando a sirene, mandando parar o carro.
  Meu chefe encosta e me olha para mim preocupado, mas permaneço calma, alguém bate no vidro e meu chefe o abaixa.

— documento do carro e carteira.

  Diz o policial sério, meu chefe pega a carteira e entrega o que o policial pede.

— pode descer por gentileza? Os dois.

  Saio do carro e dou a volta ficando do lado do motorista junto com meu chefe.

— temos uma denuncia para está placa.

  O policial diz intimidador.

— o que? Isso é um engano, olha novamente.

  O policial confere e o olha de novo.

— não houve engano.

— o que? Qual a denuncia.

— aparentemente está levando a realeza para os cuidados de outra DP.

  O policial diz sério e eu sorrio esticando a mão para o policial bater.

— e aí Rodrigues.

  Ele me puxa me dando um abraço.

— não pude deixar de me despedir.

  Sorrio e o outro policial se aproxima de mim.

— Xavier você aqui?

  Pergunto me afastando do Rodrigues.

— como deixaríamos você ir sem nos despedir.

  Abro ainda mais meu sorriso e vou até ele o abraçando.

—  tem que se resolver com o Gonzales logo, o bairro todo está falando.

Digo só para ele que concorda.

— eu sei, só estou com muitas coisas na cabeça.

  Ele diz baixinho e me solta.

— tente não ir parar na delegacia ok?

— eu? Que isso, nunca pisei em uma delegacia, minha mãe sempre diz que sou um anjo.

  Ambos os policiais riem e eu também.

— sei.

  Xavier se vira para meu chefe.

— cuide bem deles em.

  Seu olhar sério era um aviso, logo depois se abaixa e vê meu filho.

— ele é muito lindo mesmo.

babáOnde histórias criam vida. Descubra agora