Perdas

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- Acho que a única forma de intitular isso é dizendo todos os motivos pelos quais eu fui embora daqui - ele começa lentamente escolhendo as palavras.

Lumine tocou a mão dele o encorajando e mostrando que ele tinha toda a atenção dela naquele momento.

- Você deve saber do decreto de caça às visões que teve a dois anos atrás aqui em Inazuma não é? - ele pergunta vendo ela assentir positivamente - bem naquela época quem tinha uma visão sempre se escondia, ninguém quer entregar a própria visão ela faz parte de nós uma vez que a usamos e eu bem como um amigo meu nos escondiam os como podíamos pra evitar sermos pegos. Éramos amigos desde criança tanto que uma grande parte das técnicas com a espada que eu sei hoje aprendi com ele, nos conhecíamos e nos consideravamos irmãos ele me ajudou muito no processo todo de penhorar as propriedades que pertenciam a minha família quando eu herdei tudo.

A medida que ele contava Lumine imaginava a que ponto as coisas chegariam e seu pressentimento era que a história de Kazuha era tão dolorosa quanto a sua própria.

- Não eu tenha sido difícil pra mim desapegar do que antes era do meu clã, na verdade era um alívio poder viajar livre mesmo que me doesse saber que de todo meu clã eu fui o único que restou - ele continuou - quando o decreto de caça a visão começou todos os que tinham uma se escondiam pra evitar perder a sua e comigo e meu amigo não foi diferente, pelo menos por um tempo. Eu estava como todos os portadores de visões me escondendo e evitando ser pego quando eu soube que alguém tinha lançado um duelo imperial, entrei em choque quando soube que quem tinha feito isso era meu melhor amigo.

Nesse ponto Lumine já imaginava aonde tudo aquilo iria chegar, mesmo assim queria estar enganada.

- Eu corri o máximo que pude pra tentar chegar a tempo de impedir aquela atitude impulsiva mas eu não consegui - a voz dele se mantinha controlada porém suas mãos tremiam entregando que ele estava sufocando pelas emoções - quando consegui chegar tudo o que vi foi a Shogun desferido um único golpe nele e o sangue pintando o chão, eu não tive tempo de pensar e nem fazer mais nada tudo o que consegui foi isso.

Ele então desenfaixa a mão mostrando uma cicatriz de queimado na palma. A pele ali era delicada e fina obviamente por ter sido queimada profundamente, Lumine a tocou com a ponta dos dedos em uma leve carícia que fez o platinado estremecer.

- Dói? - ela pergunta em voz baixa.

- Não mais, apenas faz muito tempo desde que outra pessoa tocou essa mão sem a proteção das faixas - ele respira fundo - eu roubei a visão dele ainda quente, eu a segurei firme enquanto fugia mesmo com a dor da minha mão queimando. Eu não deixaria a visão dele pra ser mais um prêmio pra Shogun e no fim das contas ela me fez ser um fugitivo procurado por motivos óbvios desde aquele dia eu lutei batalha após batalha mesmo que eu não quisesse, eu acabei indo me refugiar com a resistência até pensar melhor no que iria fazer sem a dor me cegar totalmente porém depois de alguns dias não sentia mais que pertencia a Inazuma então conheci a capitã Beidou que me acolheu no momento mais difícil viajei com ela a bordo do Alcor por muito tempo e só com ajuda dela consegui ter coragem de voltar.

- Você não pretendia voltar mesmo com o decreto sendo abolido?

- Não, pra mim não havia mais nada aqui pra mim mas Beidou não concordou e depois de muitas conversas eu vi que ela tinha certa razão - ele solta uma risada suave - devo muito a ela que provou ter razão afinal ainda existem coisas aqui pra mim.

Lumine e Kazuha se olharam nos olhos e ela o entendeu como nunca naquele momento. Kazuha perdeu o melhor amigo e seu lar tudo no mesmo dia, não tinha ninguém além dele compartilhando o sangue de seu clã, sua face serena escondia a dor que sentia e era claro como um cristal que ele abriu seu coração como jamais havia feito apenas pra ela. Os olhos dele pareciam tão doces e sofridos naquele momento que ela apenas quis tirar a dor dele, a loira leva a mão direita até o rosto dele acariciando a pele suave vendo o samurai fechar os olhos com a carícia.

- Sabe que pode chorar se sentir que precisa não sabe? - ela pergunta baixinho - sabe que pode ajudar a aliviar o peso no seu peito.

- Compartilhar com você, esse carinho - ele toca a mão que ela mantinha sob o rosto dele - já é todo o alívio que meu coração necessitava.

De certa forma os dois estavam unidos pela perda e que havia algo a mais crescendo ali.

- Eu sinto que tenho que ficar perto de você Lumine, não sei bem o por que - ele fala - se por atração ou por sentir que temos tanto em comum que me ligar a você foi inevitável, apenas quero ficar aonde você estiver.

- Então apenas fique - a voz dela sai sussurrada.

Diante das palavras dela Kazuha sentiu seu peito bater com força e no mesmo momento a puxou pro seu colo voltando a beijar a loira como estavam fazendo antes de ela pedir que ele lhe contasse sobre seu passado, os lábios quentes e carinhosos dela sobre os dele eram seu novo paraíso pessoal mesmo que só tivesse provado dele algumas vezes.

- O problema de beijar alguém como você - ele diz se afastando apenas alguns centímetros dos lábios dela - é que é extremamente viciante.

Ele volta a unir seus lábios com os delas sem esperar um resposta, queria aproveitar e beija-lá até o sol se pôr pelo máximo de tempo que o fôlego de ambos permitisse " eu quero conquistar você Lumine, pela primeira vez na vida quero alguém que seja apenas minha" ele pensa a apertando mais em seus braços.

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Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Sim vocês podem puxar minha orelha pela ausência mas antes eu quero dizer em minha defesa que meus dias andam impossíveis sobrando pouco tempo e um capítulo que leva algumas horas levou dias pra ficar pronto. Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijinhos e até o próximo capítulo ❤

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