O Tempo

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5 anos depois...

Lumine havia tirado o dia pra cuidar da casa que pertencera a Kazuha e seu clã. Lembrar dele ainda lhe doía e sendo sincera nunca superaria a perda dele e por algum tempo quis desistir de sua vida mas encontrou motivos pra seguir em frente, afinal duvidava muito que seu samurai desejasse que ela simplesmente desistisse de tudo. Depois de perder ele aquela propriedade se tornou seu refúgio e ela fez questão de cuidar sozinha da casa e de cada relíquia que existia lá dentro cada lembrança das vezes em que estivera ali com ele fazia aquele lugar ainda mais precioso pra ela, ainda lembrava da aposta que levou os dois até ali a primeira vez e de como ficou encantada com tudo o que aprendeu sobre as origens de Kazuha ali.

Também se lembrou das palavras dele gravadas em sua espada e a pegou em suas mãos tocando gentilmente cada letra perfeitamente gravada no aço "Minha luz e meu lar. Que essa lâmina te proteja como eu sempre irei proteger" as palavras eram de certa forma um consolo se fechasse os olhos quase poderia ouvir a voz macia e calma dele pronunciando a frase carinhosamente. Se levantando de onde estava Lumine foi até a sala onde ficavam guardados os registros de linhagem e a nostalgia doce e dolorosa da última noite que passaram juntos ali a invadiu.

"- Sabe o que é esse livro? - Lumine pergunta pro samurai segurando um livro grosso e antigo todo decorado com motivos outonais.

- É um registro de linhagem, todos os nomes de todos os membros do clã estão marcados aí - ele diz calmamente - vem deixa eu te mostrar.

Assim que ele pega o livro em mãos e Lumine se senta ao lado dele o platinado começa a folhear as páginas.

- Cada membro do clã tem seu nome marcado aqui pra que jamais fossem esquecidos não importa quantos séculos ou gerações se passassem - ele explica.

- Então todos com o sangue Kaedehara estão ?

- Todos que carregaram o nome Kaedehara - ele sorri - isso incluí esposas, maridos e filhos adotivos de outros membros do clã, por exemplo: A minha mãe está registrada aqui mas é originária de outro clã.

- Entendo - ela diz tocando os nomes na última página escrita até parar sobre o nome de Kazuha - e aqui está o seu.

- Acredito que também deveria estar o seu - ele diz tranquilo - se quiser é claro.

Ela o encara surpresa sentindo o coração acelerar quando seus olhos encontraram as orbes escarlates dele.

- O que isso significa pra você?

- Significa que você é tudo o que eu mais desejei."

Suspirando com a lembrança doce e amarga Lumine toca seu nome na página do livro e não pode deixar de sorrir um pouco imaginando que teriam se casado de verdade se as coisas tivessem sido diferentes. Vendo o por do sol se aproximar ela guarda o livro em seu lugar depositando a visão apagada do amigo de Kazuha, que o samurai havia lhe entregado no dia em que partiu com Beidou sobre o livro e mais uma vez lembrando do que aquilo significava e sentindo novamente a mistura de sentimentos em seu peito.

"- E você também passou por essa cerimônia? - Lumine questiona curiosa depois de Kazuha explicar sobre a cerimônia pra escolherem o novo líder do clã.

- Não, não passei e particularmente sempre achei dispensável porém costume de família é costume de família - ele revira os olhos - também tínhamos alguns costumes com nossas noivas.

- E como eram?

- Não muito diferente dos outros clãs, porém tinham algumas coisas específicas - ele diz calmamente - tínhamos três formas de consolidar um noivado ou compromisso firme: A primeira era dar um símbolo do nosso clã indicando que queríamos a companhia da pretende pra sempre, o segundo entregando nossas espadas que representava que estávamos dispostos a abrir mão da vida de samurais em batalha pela pretendente e a terceira era entregar algo intimamente ligado a nós como uma promessa de sempre voltar principalmente quando partiamos em viagens ou pro campo de batalha.

- Essas tradições são muito bonitas."

Entregar aquela visão apagada que ele sempre guardava consigo era a forma dele de prometer voltar "infelizmente isso saiu do nosso controle Kazuha" ela pensou tocando o objeto que deixava ali como tudo que lembrava ele. Só se permitia chorar novamente pelo samurai quando visitava a propriedade, era a única forma de não deixar a dor domina-lá totalmente como fez nos primeiros meses onde mal teve força pra fazer o básico por si mesma deixando Aether profundamente desesperado. O por do sol brilhava na janela indicando a Lumine que era hora de voltar pra sua casa, Aether ainda a esperava e de qualquer forma ela não podia demorar afinal Yoimyia podia ser sua melhor amiga mas ainda era esposa de seu irmão e precisava dele em casa.

Depois de se certificar de que tudo estava seguro ali Lumine respirou fundo trancando novamente suas lembranças do platinado no fundo da mente e seguiu pra cidade, algum tempo depois chegava em casa vendo um Aether de cabelos milagrosamente soltos e uma pequena garotinha de cabelos loiros um pouco mais escuros que os de Lumine e olhos dourados brincando com os fios desajeitadamente.

- Finalmente, mais algum tempo e Harumi arrancaria meus cabelos - Aether diz fingindo irritação.

- Mamãe! - a pequena Harumi grita correndo até Lumine.

Lumine sorri se abaixando pra abraçar a pequena a apertando contra si.

- Sentiu saudade, hum? - ela pergunta vendo a filha balançar a cabeça positivamente.

- Muuuuitãoooo - ela diz esticando os bracinhos pra ilustrar o tamanho da saudade.

- Se meu trabalho de babá não é necessário eu já vou indo antes que me atrase pro jantar - Aether diz em despedida.

- Obrigado por cuidar dela hoje.

- Sabe que eu jamais iria deixar de passar tempo com ela - ele sorri acariciando os fios loiros da sobrinha.

- Você é um tio babão mas ainda não tem filhos, que controvérsia - Lumine provoca.

- Ainda não é o momento - ele diz.

- Se você diz - ela dá risada.

Os dois ainda conversavam enquanto Harumi brincava em volta deles até o momento em que a pequena se levanta indo correndo em direção aos braços abertos de Thoma que a pegou no colo girando e depositando um beijo na testa da pequena, a cena seria comum se não fosse um detalhe que fizeram tanto Lumine quanto Aether paralisarem. Vendo a face dos gêmeos branca como papel até mesmo Thoma se vira pra ver ficando tão chocado quanto eles: ali parado olhando a cena estava o samurai de cabelos brancos e olhos escarlates que a muito todos pensaram que estava morto.

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Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Sim eu sei que continuo sob ameaça de morte porém acredito que queiram saber o resto da história hehe uma curiosidade sobre o nome da filha da Lumine nossa pequena Harumi: Harumi quer dizer "beleza da primavera", "fruto da primavera" achei que seria o nome perfeito e vocês? Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijinhos e até o próximo capítulo ❤

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