Por uma fração de segundos, os dois apenas se encaram em silêncio. Ela chocada e surpresa por que jamais iria imaginar que alguém chegasse em casa cedo e pior ainda que fosse ele a entrar e a pegar desprevenida, ele paralisado entre sair imediatamente e apreciar a visão que provávelmente povoaria seus pensamentos por dias.
- KAZUHA PELO AMOR DO ARCONTE SAIA DAQUI - Lumine grita assim que o choque passa.
Kazuha acorda do breve transe em que estava e sai fechando a porta do quarto um pouco envergonhado, decidindo esperar Lumine na sala. Ele sentou no sofá e tentou tirar da mente pelo menos por hora o que tinha visto não que tivesse visto muito, mas o que viu do o suficiente pra sua mente vagar entre as lembranças que tinha e o que havia acabado de ver. A calcinha que Lumine vestia na hora mal cobria suas nadegas perfeitamente arredondadas, deixando muito da pele clara exposta aos olhos dele assim como as costas e por alguns segundos quando ela se virou, os belos seios "Essa mulher vai me enlouquecer... mas essa não seria uma oportunidade ruim pra tentar me aproximar" ele pensa de forma astuta ainda esperando por ela. Alguns minutos depois Lumine aparece na sala vestida de forma casual e com uma cara nada boa.
- Pode me explicar por que motivo você entrou na minha casa e no meu quarto desse jeito? - ela pergunta com as mãos na cintura.
- Eu vim ver a Harumi, e quando cheguei a porta da frente estava aberta e não havia sinal de vocês duas - ele diz - fiquei preocupado e ouvi sons como se sua voz estivesse sendo abafada e resolvi ver, pensei que alguém estava fazendo algo com você. Eu que pergunto: por que deixou a porta da frente aberta?
- Eu não deixei aberta, devo ter deixado mal fechada - ela balança a cabeça negativamente pondo uma das mãos na testa - cheguei cansada de uma missão e fui direto tomar banho não prestei atenção em nada até sair do banho e ir me vestir, tecnicamente isso foi meio que culpa minha.
- Bom no final das contas não foi nenhum pouco ruim - um sorriso inocente se espalha nos lábios de Kazuha - agora tenho inspiração pros meus próximos poemas.
Lumine fica vermelha quase que instantaneamente quando ouve o comentário do samurai.
- Hummm aí está - ele sorri mais largamente - adoro ver você vermelha tenshi.
- V-você não pode fazer poemas sobre o que viu - ela diz tentando se recompor - você nem deveria ter visto pra começo de conversa, isso foi só um acidente.
- Aaah tenshi, não foi a primeira vez que eu te vi daquela forma - ele diz casualmente - e nem foi a primeira vez que fiz um poema sobre como você fica incrivelmente perfeita nua.
- Pode ser que não tenha sido a primeira vez que me viu semi nua...espera - ela estreita os olhos - como assim você fez poemas sobre mim nua?
- Todo poeta tem uma musa - ele se aproxima perigosamente ajeitando uma mecha dos cabelos dela atrás da orelha, vendo a loira corar novamente - e você com certeza é a minha.
Lumine sente seu coração martelar descontroladamente no peito, apenas com a voz ele já a deixava sem jeito é quando se aproximou apenas intensificou o sentimento. Sentia suas bochechas quentes e o olhar tranquilo com um leve brilho travesso nos olhos carmesins dele a deixavam levemente desnorteada, porém suas pernas não obedeciam o comando de sua mente pra se afastar dele.
- Sabe, quando eu ainda não lembrava tudo e comecei a ler os poemas que escrevi sobre você eu não parava de fantasiar - ele passa o dedo indicador pela lateral da bochecha dela até o queixo, o levantando de forma a fazer Lumine olhar em seus olhos - quem era a mulher linda, forte e sensual que era a inspiração pra todos aqueles poemas. Quando finalmente me lembrei eu vi que minha imaginação não conseguia recriar seus detalhes com perfeição, e agora que te vi naquele quarto... bem minha memória também não se compara a ver diante dos meus olhos.
Lumine arquejou com as palavras dele, poderia jurar que seu coração batia alto o suficientemente pra ele ouvir. O fogo rubro no fundo dos olhos dele traziam lembranças que faziam o corpo dela formigar, Kazuha sempre foi seu ponto fraco e ela admitia isso porém ainda havia muito mais coisas em jogo do que apenas sua vontade naquele momento. Unindo toda sua força de vontade ela desvia seus olhos dos dele e se afasta, virando de costas e respirando fundo pra se recompor, enquanto ouvia ele dando uma risadinha suave.
- Ainda te deixo nervosa tenshi? - ele diz tranquilo.
- Você disse que quer ver a Harumi então vamos buscar ela - ela desvia o assunto - deixei ela com Yoimyia na loja enquanto fazia minhas missões.
Ele concorda com um sorriso presunçoso e os dois seguem até a loja de fogos de artifício Naganohara. Ao chegarem lá veem Yoimyia conversando animadamente com Harumi que dava pulinhos alegres em volta da loira, Yoimyia amava ficar com a sobrinha pois sempre havia gostado de crianças então as duas se davam espetacularmente bem. Assim que vê a mãe e Kazuha se aproximarem Harumi se separa de Yoimyia e corre até eles.
- MAMÃE, TIO KAZUHA - ela grita animada.
Os dois se abaixam pra receber o abraço da pequena que surpreende os dois formando um abraço triplo. Tanto Kazuha quanto Lumine trocam olhares e suas bochechas ficam vermelhas, o pensamento era o mesmo: sabiam que pareciam uma família naquele instante. Yoimyia observava tudo com um sorrisinho travesso "talvez Harumi acabe sendo sem querer um cupido pros pais" esse pensamento faz a Naganohara dar uma risadinha.
- Mamãe a tia Yoimyia disse que vai fazer fogos de artifício especiais com todoooo tipo de flor pra mim - ela estica os bracinhos pra ilustrar a quantidade - ela disse que todos vamos assistir eles estourarem, você também vai ver comigo não é tio Kazuha?
- Claro que vou chiisai - ele sorri com a animação da filha.
- Eu senti saudade de brincar com você, pensei que ia demorar a vir me ver de novo - ela diz pro samurai fazendo biquinho.
- Eu também senti saudade chiisai, muita saudade - ele a pega no colo - tanta que vim ver você hoje.
- Você tem tempo de brincar comigo hoje? - ela pergunta com olha pidão.
- Claro que vou, aliás o que acha de comermos dangos? Se sua mãe deixar é claro - ele direciona o olhar a Lumine.
- Deixa mamãe, por favor - Harumi pede.
- Claro que pode, só não comam demais.
- Vamos então chiisai - Kazuha sorri colocando Harumi sentada em seus ombros, fazendo a alegria da filha.
Lumine observa os dois se afastarem, escutar a filha rindo e os dois se dando tão bem quase a fazia esquecer de como as coisas estavam complicadas. Era um alívio pra seu coração que Kazuha estivesse sendo um pai tão dedicado desde que ela havia lhe contado sobre aquilo.
- Ela adora ele não é mesmo? - Yoimiya comenta.
- Muito, os dois se dão bem como era de se esperar - Lumine responde.
- E quanto a você? Está se dando bem com ele também? - a Naganohara questiona.
- Nunca nos demos mal, é inevitável - ela suspira - mas sentimentos amorosos estão fora de questão por enquanto, nem mesmo contamos a Harumi sobre ele ser o pai dela. Eu nem mesmo sei como vamos educar tudo pra ela.
- Não é por que não quer pensar nos seus sentimentos sobre ele e Thoma, que esses sentimentos vão deixar de existir - a loira observa - como melhor amiga e cunhada eu te digo: comece a pensar nos seus sentimentos quanto antes, está na cara que tanto ele quanto Thoma amam você a pergunta que te sobra é: qual deles você quer pra sempre do seu lado?
Lumine reflete em silêncio sobre as palavras de Yoimyia, sabia que ela tinha razão. A verdade terrível era que Lumine não tinha uma resposta pra essa pergunta, estava totalmente dividida entre os dois bons homens que rodeavam sua vida.
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Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Ai ai esses serelepes, eu heim. E que história é essa de poemas sobre a Lumine nua senhor Kazuha? Olha que samurai safado. Harumi como sempre o amor da nossa vida e quem aí tava com saudades da Yoimyia? Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijinhos e até o próximo capítulo ❤
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Folhas Escarlates
FanfictionDe todos os caminhos que Kazuha já havia seguido o que o levava de volta pra casa era o mais complicado de trilhar. Seu passado e clã estavam enterrados naquelas terras que ele pensava não ter mais nada a oferecer pra ele. O que ele não imaginava er...