23 de outubro de 2016, às 20:30...
POV. Nairobi
- Acho que são horas de ter uma conversinha com a menina Alison Parker.
Bato na mesa, assentindo e vou a buscar com a professora. Deixo-as entrar no gabinete e fecho a porta.
- Sentem-se - Peço.
- Olá! Chamei-a para ver o que fazemos com a sua aluna.
Olho para a Ariadna. Que porra está ela a fazer aqui?
- Fugiu e encontrámo-la trancada num cofre. Qual acha que é o motivo dessa rebeldia? Será a rebeldia das virgens?
What the fuck!?
- Que porra é essa das virgens, cara? - Pergunto.
Enloqueceu de vez, só pode.
- Nairobi! - Suspira. - Vemos isso em muitas espécies. As virgens são rebeldes porque ainda não foram domadas - Passo a mão na cara.
- Digo isto com todo o respeito. Como com as éguas, até serem domadas... até serem montadas... podem desatar a correr, dão coices. São completamente imprevisíveis. Já ouviu falar disso, certo, professora?
Ela olha para mim, ultrajada e compreendo-a perfeitamente.
- Com que idade perdeu a virginidade, Mercedes? - Pergunta o Berlim.
Agora, isto virou o circo de amigos íntimos a falar das nossas primeiras vezes? Que disparate!
- Pode dizer. Não há problema. Estamos só nós aqui, com confiança.
Faço sinal à professora que vá na dele para isto acabar o mais rápido possível.
- Bem... eu sou de uma aldeia em Sória... aos 24.
- Não notava antes essa rebeldia? - pergunta o homem.
- Bem, não sei.
- Pense.
Reviro os olhos.
- Talvez. Na verdade, antes disso, fugi três vezes para as festas de Medinaceli - Conta a professora. - não sei se é a isso que se refere, mas...
- É exatamente isso!
Vejo o Berlim olhar para a outra refém que parece sua secretária e ela dá-lhe um café. Olho para a garota, tipo "Mas que porra...? O que é que se está a passar?".
- E tu, Alison? És virgem?
- Sim! E então? Os seus discursos de tarado não me assustam. Não me vai fazer nada. Sabe porquê? Porque não sou só uma refém. Sou o seu salvo-conduto.
- É isto mesmo - A vontade de dar um soco ao Berlim... é melhor não falar. - É esta a rebeldia das virgens, sem dúvida.
- Ariadna, querida, podes trazer-me a pasta vermelha, por favor?
"Querida?" Quem é que eles acham que são? Ele é meu namorado!
- Claro - A jovem faz o que ele pediu.
O Berlim abre a pasta e mostra familiares da Alison e explica como é fácil contratar alguém para os matar por uma boa quantidade de dinheiro.
Levo a Alison por um braço.
- Quando te ensinei a defenderes-te, também te deveria ter ensinado quando o deves fazer - Digo baixo, a levando para juntos dos outros reféns.
Volto a subir e encontro lá o Berlim a conversar com a Ariadna, bem juntinhos e noto nas suas mãos dadas.
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Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]
RandomÁgata Jiménez, uma mulher com um passado difícil conhece um homem que lhe oferece uma proposta de trabalho incrível: um assalto à casa da Moeda para fazerem 2,4 mil milhões de euros. Existem 3 regras simples: nada de nomes, nada de perguntas pessoai...