Capítulo 11

256 21 18
                                    

POV. Nairobi

Estamos na conversa antes da aula começar. O Professor disse que hoje ia ser um pouco diferente.

- Aqui estão as chaves do carro - Diz o Professor, com umas chaves na mão. - Nairobi e Rio, mudem de roupa para irem à casa da moeda.

Encaro o Professor, contente.

- Eu? A sério? - Pergunto maravilhada e o de óculos assente. - À cidade? - Exclamo, maravilhada.

- Não, mas não me mandes com o miúdo. Manda-me com um homem a sério - Olho para o lado e vejo o Helsinque com um dicionário nas mãos, entretido. - Porque não me mandar com o Helsinque?

- Mas o Helsinque prefere um peito peludo - Diz o Rio, sorrindo apoiado com as mãos na minha carteira.

- O quê? - Olho para o Rio antes de olhar para o Helsinque, confusa.

Ele assente e encaro-o, processando a informação, que nem noto o Rio afastar-se.

- Tenham atenção às câmaras que temos de perceber os ângulos das câmaras e onde se encontram - Diz o Professor.

Viro-me para ele e vejo o Rio na carteira da Tóquio.

- Vão. Mudem de roupa - Ordena o Professor, variando o seu olhar entre mim e os da frente.

Volto a encarar o Helsinque.

- Helsinque, gay - Rio, sem acreditar. - Meu Deus! Mas tu gostas de homens? - Pergunto.

- Guerra, prisão - Ele dá de ombros.

- Ah sim, e as mulheres não?

Ele faz uma careta.

- Não, não.

- Porque não vou eu com o Rio? - Olho a Tóquio e volto a minha atenção para ela e o Professor.

- Porque acho melhor ir a Nairobi - Ouço o Professor, meio desconfortável.

- Está tudo bem? - Pergunta ela, fazendo o Professor encará-la.

- Não confias em mim. Fiz algo mal? Que merda fiz desta vez? - Pergunta a Tóquio. - Não fiz nada, pois não?

O Professor continua sem a encarar.

- Não é isso - Ela acrescenta. - Passa-se algo?

O Professor continua nervoso. Molha os lábios e encara a de cabelos curtos, sério.

- A minha mãe? - Pergunta a Tóquio e levanto-me devagar.

O de óculos assente.

- Paragem cardíaca. Lamento muito - Diz o Professor.

Aproximo-me da Tóquio.

- Quando?

- Ontem. Decidi que não saias para não corrermos o risco de queres ir ver a tua mãe - Explica o Professor.

- Eu fico com ela. Que vá outra pessoa - Coloco a mão no seu ombro, mas ela recusa.

- Não preciso de me despedir. Já o fiz - Diz a de cabelos curtos, friamente. - A última vez que falei com ela quis me entregar. Essa mulher já não era a minha mãe.

Sinto um aperto no coração por ela falar dessa maneira.

Ela pega nas chaves do carro e sai. Encaro os outros presentes na sala, com um ar triste também. Decido dar-lhe um tempo e depois vou ter com ela.

Bato à porta do seu quarto.

- Tóquio?

- Entra - Abro a porta e encontro-a com outra roupa. Vejo ela limpar umas lágrimas.

Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]Onde histórias criam vida. Descubra agora