25 de outubro de 2016, às 17:20...
POV. Nairobi
Depois de tanto tempo acordada, o cansaço se acumulando e todo este stress, me lembro do meu filho ao vigiar os reféns.
Pego na arma e levanto o braço com lágrimas nos olhos. Volto a descer o braço e me ajoelho. Respiro fundo para não começar a chorar ali.
- Eu tentei ser gentil convosco - começo com a voz falhando. - Tentei dar-vos aquilo que vos prometeram.
Aproximo-me dos reféns e vou-lhes tirando as vendas dos olhos, um a um.
- Livrar-vos do Berlim! Para que isto fizesse sentido - A minha voz se quebra mais. - Depois de perder o que perdi, para que isto fizesse algum sentido. Sou boa pessoa. Fui boa pessoa.
Continuo a tirar as vendas.
- E o mundo cospe-me na cara. Tentei dar-vos espaço! E vocês só tentaram-me foder.
Deixo algumas lágrimas escorrerem.
- Não compreendem. Não compreendem! - Disparo contra o teto três vezes, fazendo vários reféns gritarem pelo susto e me aliviando.
- O que terei de fazem para que me respeitem? Hein?
Aproximo-me da Alison.
- O que terei de fazer caralho? - Pergunto, me ajoelhando à sua frente.
Pressiono a pistola contra o pescoço da Alison.
- Cortar-te uma orelha e enviá-la ao teu pai? Ou dou-te um tiro na pena, para que não voltes a dançar?
- Grande ideia! - Oiço o Berlim.
- Foda-se - Sussurro passando as mãos na cara.
Levanto-me e limpo o rosto, encarando o Berlim com lágrimas nos olhos.
- Está na hora de passarmos a ser práticos, Nairobi.
Passo a mão no cabelo, o tirando da cara e o Berlim vai continuando a descer as escadas.
- Nairobi... - diz ele e levanto a cara para não me dizer nada enquanto fungo. - ... agradeço que me tenhas permitido descansar um pouco das minhas obrigações...
Encaro-o. Sério! Que babaca! Nem me perguntou se estou bem.
- ...mas estamos todos preparados para que eu regresse ao comando. Obrigado!
Ele tenta-me tocar no rosto, mas desvio.
- É todo teu! - Coloco uma mão no peito e saio dali.
Subo para a sala de convívio querendo dormir umas horas, pois estou-me a passar. Meu deus! Entro na sala, limpando as lágrimas. Me surpreendo ao ver o Helsinque e tento disfarçar que estava a chorar, mas não resulta bem.
Ele aproxima-se de mim e toca-me no rosto.
- Estás bem?
Assinto, com lágrimas nos olhos. Fecho os olhos com força, tentando segurar as lágrimas. Não sei quem diz que isso ajuda, pois já tenho mais lágrimas pelas bochechas e acabo soluçando um pouco.
O sérvio passa o braço à volta do meu pescoço e me puxa para um abraço.
- Desculpa, desculpa! Eu... nem sei. É tanta coisa. Tanto stress, tanto cansado, tanto trabalho... porra! E o meu filho. Já não tenho plano para se sair daqui. Me destruíram o sonho. Não sei mesmo o que fazer!
Fico mais um bocado abraçada ao homem e acabo por me afastar dele devagar.
- Eu sei. Descansa! Nós nos viramos umas horas sem ti se for preciso. Qualquer coisa, sabes que te acordamos. E quanto ao sairmos daqui, eu percebo-te. Ia sair com o meu primo, mas agora... nem sei o que fazer, mas vamos encontrar algo. Vais ver, sim?
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Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]
RandomÁgata Jiménez, uma mulher com um passado difícil conhece um homem que lhe oferece uma proposta de trabalho incrível: um assalto à casa da Moeda para fazerem 2,4 mil milhões de euros. Existem 3 regras simples: nada de nomes, nada de perguntas pessoai...