POV. Nairobi
Acordo e vou fazer as minhas higienes matinais. Encontro quase todos a comer, exceto o Rio, o Professor e o Berlim.
Vejo as horas. 8:20. O Berlim costuma estar acordado a esta hora. Que estranho...
- Onde estão os outros? - Pergunto.
- O Professor está a preparar a aula. O Rio e o Berlim devem estar a dormir, provavelmente - Responde a Tóquio, sem ligar muito. Está mais atenta à sua conversa com o Helsinque e o Denver.
- Estranho...
- Porquê?
- O Berlim costuma já estar levantado às 8 horas - Digo.
- Deve ter adormecido - Ela dá de ombros.
- Talvez - Digo, bebendo o café da minha caneca.
Será que se passa algo com o Berlim? A Tóquio deve ter razão. Está só a dormir ou algo assim. Mas e se lhe aconteceu algo? Se tiver mal disposto?
Sem me aperceber, já me estou a dirigir ao quarto do Berlim.
- Está tudo... - Sou interrompida ao deparar-me com o Berlim de toalha na cintura e os cabelos molhados.
- Hey! - Exclama ele e fecho a porta imediatamente. Merda!
Encosto-me na porta, com os olhos cerrados e a murmurar "Merda" várias vezes.
- Está tudo bem? - Pergunto, meio constrangida pelo que aconteceu.
- Sim - Responde ele do outro lado da porta.
- Pensei que tinha acontecido algo, por isso entrei - Digo, ainda meio desconfortável.
- Aa... Estou bem, mas obrigado pela preocupação. Eu já acabo de me arrumar - Ouço-o do outro lado da porta.
- É... Até já! - Saio dali.
Que corpinho! Sem abdominais, mas um belo tronco e os cabelos molhados ficam-lhe bem. Quê isso!? Que pensamentos são esses, mulher? Sacudo a cabeça para tirar esse pensamento da mesma.
Dirigo-me para a sala e encontro os que já lá estavam e o Rio.
- O que foste fazer? - Pergunta a Tóquio, um pouco depois de entrar.
- Nada - Ela france uma sobrancelha. - Foste ver o Berlim?
- Não! Porquê? - Pergunto, fingindo-me de desentendida.
- Estás a perguntar por esse babaca há pouco antes de saíres. Deve só estar a dormir. Porque te preocupas tanto com aquele babaca? - Pergunta a Tóquio.
- Em primeiro lugar, como já disse antes, ele acorda sempre cedo, segundo, fui ver umas coisas ao meu quarto e, terceiro, ele nem sempre é um babaca. Tem atitudes e até comportamentos um bocado babacas, mas ele, na verdade, tem um bom coração, tirando essa parte das babaquices deles - Respondo. Porque é que estou a defender o Berlim?
- Estás a defendê-lo? Estás bem? - Pergunta ela, colocando-me a mão na testa e rio.
- Sim, ele até é boa pessoa - Volto a defendê-lo.
- Ok... - Ela cede, um bocado desconfiada, mas deixa passar.
Entretanto, aparece o Berlim e os nossos olhares cruzam-se por uns segundos.
Desvio o olhar e continuo a conversar com a Tóquio até irmos para a aula.
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Estou a ler "Orgulho e Preconceito", numa cadeira, até ver uma mão "voar" à frente do meu livro e vejo quem é o dono dessa mão.
Berlim. Ele encontra-se com um sorriso de lado e o seu típico fato todo arranjado. Pega numa cadeira e senta-se ao meu lado. Fecho o livro e encaro-o.
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Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]
RandomÁgata Jiménez, uma mulher com um passado difícil conhece um homem que lhe oferece uma proposta de trabalho incrível: um assalto à casa da Moeda para fazerem 2,4 mil milhões de euros. Existem 3 regras simples: nada de nomes, nada de perguntas pessoai...