POV. Nairobi
Seguro o teste e vejo o resultado. Deixo uma lágrima cair.
Uma barra. Negativo.
Por um lado, estou feliz. Não vou para um assalto com um bebé, mas por outro... já comecei a pensar que devia estar grávida e a ideia de ter uma criança e cuidar dela é boa. Só quero ir buscar o Axel antes.
Deixo mais lágrimas escorrerem e limpo-as. Passo o rosto por água e saio da casa de banho depois de enrolar o teste num pedaço de papel higiénico e deitá-lo fora.
Encontro o Berlim lá fora a beber um pouco de vinho e parece pensativo. Aproximo-me dele.
- Podemos falar?
- Claro!
- Fiz o teste - Baixo o som. - Negativo. Não estou grávida.
A expressão do homem muda de uma tensa para uma aliviada.
- Não querias ter um bebé? - Pergunto.
- E-Eu não acho que seja o momento. Por isso, estou aliviado. Quer dizer, vamos assaltar a Casa da Moeda e não te fazia bem estares grávida agora. Tu querias? Estar grávida, digo.
- Bem, a possibilidade de puder ter um bebé animou-me e deu-me esperanças. Imagina. Íamos buscar o Axel e dar-lhe um maninho ou maninha - Digo, com lágrimas nos olhos e tento que a voz não me falhe.
Ele limpa-me as lágrimas.
- Depois do assalto, falamos melhor disso, sim? - Ele beija-me a testa e abraça-me.
Retribuo o abraço.
- És uma mulher forte e maravilhosa. Vais cuidar do nosso filho super bem se o quiseres ter, mas este não deve ser o momento.
- Quem trouxe Modern Family? - Oiço o Rio pergintar alto e rio.
Limpo as lágrimas e vou ter com ele.
- Fui eu. E... não foi fácil - Rio.
- Podemos ver hoje - Sugere a Tóquio, não sei onde.
Assusto-me.
- Onde é que apareceste, Tóquio? - Pergunto, recuperando-me do susto.
- Estive sempre aqui - Responde ela. - Queres fumar um cigarro e conversar?
- Claro! - Afastamo-nos e damos uma volta aqui perto e reparo que a Tóquio está muito quieta.
- Que foi? - Pergunto, soltando a fumaça.
- Tenho medo que isto não corra bem. Não é que não confie no Professor, mas... é arriscado e eu nem sempre tive muita sorte em assaltos - Confessa a Tóquio.
Seguro-lhe as mãos.
- Confias no Professor, não é?
Ela assente.
- Então, vai correr bem. Ele estuda este plano há anos e está sempre um passo à frente da polícia. Sem contar que ele vai nos salvar se corrermos o risco de sermos apanhados. Ele irá sempre proteger-nos! Não tens de te preocupar. Não disseste que o Professor é o teu anjo da guarda?
- Sim, devem ser os nervos. Mas a conversa de se nós formos apanhados, assusta-me ou se ele não nos atender o telefone.
- Hey! - Seguro-lhe o rosto, com o cigarro entre os dedos de forma que não lhe toque. - Vamos sair de lá todos vivos e ricos para caralho.
Ela sorri.
- Obrigada, amiga. Sabes sempre deixar-me mais descansada. Mas admite: Também te assusta que isso aconteça?
- Cago-me de medo - Rimos. - Eu estou determinada a sair daquele banco e a ir buscar o meu filho. Vamos para uma ilha paradisíaca eu e o meu filho. Se alguém tentar impedir-me disso, eu juro que lhe dou cabo da vida!
- Eu sei! E eu vou querer conhecer o meu sobrinho, hein? - Diz ela.
- Sobrinho?
- Ué, o Axel, sua lerda.
Rio.
- Claro - Sorrimos e conversamos sobre temas aleatórios enquanto fumamos.
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- Nairobi! - Oiço o Moscou. - Então?
Vamos para o seu quarto e fecho a porta.
- Falso alarme. Não estou grávida - Deixo uma lágrima escapar.
Passo as mãos na cara. Ele senta-se ao meu lado. Deito a cabeça no seu ombro.
- Eu queria um bebé, Moscou! Eu pensava que ia dar positivo - Digo, bem triste.
- Querida... Lamento imenso - Diz ele. - Mas, ao menos, não tens de ter essa preocupação durante o assalto. Ia ser difícil estares lá grávida. Mas, seja como for, eu ia ajudar-te se precisasses.
- É... Eu acho. Obrigada! - Sorrio e ele beija-me a testa.
- Anda.
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Depois de jantarmos, vemos uns episódios aleatórios de Modern Family e a banda toda apaixonou-se pela série. Foram só risadas!
- Dói-me a barriga de tanto rir! - Diz o Denver, agarrado à sua barriga.
- A mim também - Diz a Tóquio, limpando umas lágrimas.
- É né? - Rimos, às gargalhadas e conversamos antes de irmos nos deitar.
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Vou deitar-me com o Berlim, mas só para ter a sua companhia.
Ele dá-me um selinho no ombro.
- Hoje, não! Quero dormir - Digo, com a cabeça no seu ombro pensando um pouco.
- Estás a pensar no teste, né?
Assinto.
- Eu estava convencida que estava grávida e levei um susto por causa do assalto. Senão fossemos assaltar a Casa da Moeda, fazia o teste e só torcia para dar positivo, mas assim é difícil e tinha medo de ter uma gravidez de risco pelo assalto. Vai ser muito stress lá - Digo.
- Tens razão - Ele faz carinho no meu braço. - Mas se queres um filho, podemos fazê-lo depois do assalto e de uma conversa mais séria sobre o assunto.
- A sério? - Pergunto.
- Sim, mas vamos dormir - Diz ele.
Beijo-o até perder o fôlego.
- Obrigada! - Sorrio e deito-me para dormirmos um pouco.
Desculpem não ter colocado a Nairobi grávida porque acredito que mts de vocês queriam ela grávida.
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Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]
De TodoÁgata Jiménez, uma mulher com um passado difícil conhece um homem que lhe oferece uma proposta de trabalho incrível: um assalto à casa da Moeda para fazerem 2,4 mil milhões de euros. Existem 3 regras simples: nada de nomes, nada de perguntas pessoai...