Capítulo 50

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26 de outubro de 2016, às 10:25...


POV. Autora

O Denver e o Rio cavam o túnel usando toda a sua força. O Rio para, ofegante e encosta-se à parede.

- O que estás a fazer? - Pergunta o Denver.

- Ouve.

O Denver encosta o ouvido à parede com o peito avançando e recuando muito depressa. Ouvem os sérvios cavarem e sorriem.

- São eles! Quanto achas que falta?

- Trinta ou quarenta metros - Responde o Rio.

- Vamos lá! - Diz o Denver e voltam ao trabalho enquanto gritam para chamar a atenção dos que estão no outro lado.

Um tempo depois, o Rio ouve a Mônica descer e decide sair.

- Denver!

- Oi, Mônica! Diz ao meu pai para aguentar. Estamos quase lá! Estamos quase.

- Denver. Volta. Volta.

- Mônica, não vou voltar.

- Denver, volta! - Insiste a loira.

O homem olha para a sua namorada bastante ofegante.

- Tens de voltar já.

O Denver nega e volta a cavar. A Mônica tem de lhe tirar o machado das mãos.

- Tens de subir!

- Não vou subir! - Grita, bastante ofegante.

- Tens de subir e já. Estás a ouvir? Olha para mim. Se não voltares já, vais arrepender-te para o resto da vida. Vai.

O Denver cede, respirando fundo e a Mônica ajuda-o a levantar-se e sobem juntos até ao Moscou.




POV. Nairobi

Acaricio os caracóis do Moscou e olho para o Berlim, triste. Vejo o Denver chegar e acaricio a mão do Moscou antes de me afastar um pouco.

O Denver segura a mão do seu pai.

- Estou aqui, pai - Abaixo um pouco a cabeça. - Só tens de aguentar mais um pouco. Nós vamos conseguir! Não é, Rio? Estamos a cavar como loucos. Já ouvimos os sérvios.

O Denver sorri e me dá uma vontade enorme de chorar.

- Está tudo bem - Diz o Moscou, com dificuldades.

- Pai...

- Aquilo que te disse... de que te odiava... - a voz do Denver se quebra - Nunca sentiria isso por ti. Não consigo odiar-te, percebes?

- Está tudo bem - Sussurra o Moscou.

Observo a cena, chorando em silêncio.

- Fizeste o que tinhas de fazer com a mãe. E não consigo odiar-te - O Denver funga.

Vejo o sorriso paternal do Moscou e deito a cabeça no peito do Berlim.

- Mônica - Chama o homem ferido.

- Sim?

- Dou-te 300 milhões se ficares com ele. Este tipo é uma dor de cabeça. Trouxe-o para cá... Mas agora vou de férias.

- Claro que sim - Diz a Mônica e deixo alguns soluços abafados saírem enquanto olho para o Moscou.

- Cuida dele. Meus senhores... Não me apresentei. Agustín Ramos. Foi um prazer - Fala o Moscou. - Adoro-te, filho.

- Também te amo, pai. Muito - Diz o Denver, chorando já.

É muito para mim.

- Não vou deixar que partas. Rio, traz os explosivos que tivermos. Vou rebentar aquele túnel!

Berlobi: Love Story [PORTUGUÊS]Onde histórias criam vida. Descubra agora