Capítulo 25

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Boa leitura.❤️

Continuação.

Não sei bem o que falar para ele, estou nervosa em estar aqui, apenas nós dois.
A porta está entreaberta, empurro entrando sem pedir e cruzo os braços mostrando confiança o esperando notar minha presença. Enquanto isso analiso sua beleza.

— Vai ficar me olhando? — Dou um pulo ao escutar o tom da sua voz.

— Como... — Tento, mas me interrompe falando em seguida.

— Seu cheiro. — Diz se virando de frente para mim, colocando as mãos nos bolsos. Perco o fôlego ao ver seu peitoral, sentindo vontade de tocá-lo novamente. A entrada perto da calça chamava atenção, não tinha como não olhar.

Pisco algumas vezes tentando voltar ao normal, o que ele percebe, mas ao invés de deboche, fazer qualquer comentário implicante, se gabar, ele apenas me direciona um olhar intenso, ansioso, curioso, cheio de sentimentos, me deixando paralisada e perdida na imensidão daquelas esferas. Ele está diferente.

— O que você ganha prendendo-me aqui? — pergunto de uma vez, saindo do transe.

Ele se aproxima, com a expressão neutra. Tão perto que sinto sua respiração em meu rosto ao olhar para cima fitando-o. Dante enrola no dedo indicador uma pequena mexa do meu cabelo fora do lugar. Minha respiração fica fora de controle.

— Foi ontem? — Dante pergunta me deixando confusa, mas então lembro-me da nossa conversa na empresa.

— Porque se preocupa tanto? — indago nervosa com sua aproximação.

Ele se afasta indo para o meio do quarto ficando de costas para mim. Parece um pouco perturbado. Põe as mãos no rosto e suspira pesadamente. Deixa as mãos escorrerem de seu rosto, até que finalmente me olha intensamente.
 
— Eu não consigo te ver ou imaginar com ninguém. Quantas vezes eu tenho que dizer que você é minha, porra? — Entreabro os lábios sem saber o que falar, por um momento sinto o ar faltar e as mãos começarem a suar.

Eu preciso fugir desse assunto.

— Eu nunca transei com ele. Falei aquilo para te atingir... Faz parte do nosso jogo, esqueceu? — Falo em disparada, sem coragem de encara-lo, fito o chão, com os braços esticados ao lado do corpo e punhos fechados. — Preciso de ar. —Aviso me virando de costas e passando pela porta, mas sinto sua mão segurar meu antebraço me impedindo.

Seu olhar é triste, por um momento transparente, ele me deixa ver suas dores por um segundo, franzindo a testa. Mas é rápido em voltar ao normal. Dante está lutando com seus sentimentos, é intenso, sente mas não quer, e isso está o torturando. Puxo o braço de volta e saio do quarto correndo, indo até a parte de trás da mansão, onde tem a piscina. Sento na beirada depois de tirar a sandália, sentindo a água gelada nos pés, soltando um longo suspiro.

Isso é culpa minha, não fui forte o suficiente para afasta-lo de mim. Não posso dar o que ele quer. Não sou capaz de amar alguém com esse sentimento horrível que me persegue a anos e eu o escondo até de mim mesma.
A quem eu quero enganar? Eu sabia que esse negócio de amizade não ia dar certo. Foi tudo uma desculpa para ficar perto dele, para aceitar sua aproximação.

Fico alí por alguns minutos ou horas, até que uma senhora, por volta dos 50 anos, passa pelas portas de vidro vindo em minha direção, com um sorriso simpático no rosto, alisando seu avental preto com bordas brancas. Presumo ser a empregada.

— Senhorita Clifford, certo? — indaga com um lindo sorriso direcionado a mim.

— Sim. Mas... só Antonella, por favor. — Peço educada. — E a senhora?

A CEO e o MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora