Cheguei na feira novamente, correndo por entre a multidão e sumindo de vista. Sabia que dois corriam atrás de mim. Segui para a rua estreita e longa que tinha gravado na mente, fui direto até saír numa praça, cheia de pessoas e crianças. Mas virei à direita para não levar o perigo até elas. Parei de repente.
Um celular. Preciso de um celular.
Olhei para as pessoas sentadas na praça, para aquelas que estavam sentadas na grama, sob as árvores, e suas bolsas. Escondi a arma no short debaixo do vestido e andei até lá. Até o casal, distraídos claramente flertando. Me abaixei ao lado do homem.
— Oi, preciso de uma ajuda. É simples. Preciso do celular de vocês para fazer uma ligação de vida ou morte. — ambos ficaram confusos e preocupados, por não acreditarem muito — não vou roubar ninguém. Vou trazê-lo de volta! — Meu tom ficou ainda mais sério e estendi a mão.
— Olha... — o homem enrolou.
— Anda, porra! — a voz ainda baixa, mostrei o formato da arma pelo meu vestido. — É urgente e não é um assalto. — agarrei a bolsa e peguei o celular, aliviada por não ter senha. — Não saiam daqui e terão o celular de volta.
Fui andando rápido, quando olhei em volta e vi um movimento perto da rua em que saí. Dei a volta na praça e fui para o outro lado, entrando em outra rua, porém mais movimentada.
Disquei o número do meu irmão e esperei. Um, dois, três toques e...— Alô? — arfei e parei no meio da calçada. Meus olhos enchendo de lágrimas rápidamente. O peito apertando de saudades. — Quem é? — Perguntou preocupado. Me recuperei rápido para não desespera-lo.
— Luca, preciso de um favor. Eu estou bem! — minha voz mais tranquila, um pouco ansiosa.
— Antonella?! Droga! — gritou — Dessa vez não vamos aceitar de boa isso, estamos procurando você há semanas, mas não podemos fazer nada já que costuma sumir com frequência...
— Luca, preciso que faça algo e dessa vez você tem que calar a boca e escutar, caso contrário não volto pra casa. — ele se calou antes de terminar.
— O que aconteceu? — indagou nervoso. — O pai de Dante disse que você viajou com o mesmo, mas estranhamos e voltamos lá de novo. Ele disse que você escolheu fugir, quando vimos Dante lá e você não. Dante mandou seguranças ficarem a nossa volta e... O que está acontecendo? — ele falava disparado.
— Não tenho tempo para explicar, estão atrás de mim. Quero que faça exatamente o que eu pedir e mais nada...
...
Assim que terminei de falar com Luca, já havia virado em duas ruas, andei pelos cantos e de olho nas câmeras. Mesmo assim não podia parar em lugar nenhum, uma coisa eu sabia, Colin tinha olhos por todo o canto desta cidade.
Fui até uma área mais aberta, então. Um lugar alto, como um mirante, de frente para as ruas. Era lindo. Parei e suspirei, pensando, pensando. O celular ainda em mãos, e um único plano.
Olhei para baixo e reparei num homem falando ao celular e olhando para mim. Estava vestido normalmente, mas parado e focado em mim, na frente do enorme chafariz. Olhei em volta dele, bem mais distante, no seu lado direito, um homem de preto. Respirei fundo e olhei para a tela do celular, ligado no histórico de chamadas e o número de Luca.— Por que tudo isso? — ouvi sua voz. Não me virei.
Senti sua presença cada vez mais perto e ele ficou ao meu lado, olhando também a vista da cidade.
Olhei para Colin e inclinei o celular para ele. Vi seu corpo ficar tenso.— Chega Colin. Você vai me ajudar ir embora e eu prometo trazer suas meninas de volta. — com a voz passiva, suspirei e o olhei implorando compreensão.

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A CEO e o Mafioso
RomansaAntonella Clifford, com 25 anos herda a empresa de seu pai, tornando-se a nova CEO da empresa Clifford's, na Itália. Com a morte do mesmo, Antonella se vira com tudo o que foi ensinada para manter a empresa de pé, mas não deixando de se divertir com...