A CEO e o Mafioso

Capítulo 19

— Não vou sair daqui. Eu sabia que estaria lá, e com Mattia. Todo esse tempo eu estava cuidando de você como o combinado. — Fala simplesmente.

— Não tem que ficar atrás de mim o tempo todo, e sim em quem pode me fazer mal, foi você quem os trouxe... E não tem uma missão rolando? — Falo abrindo a porta da geladeira para pegar a jarra de água.

— Eu não preciso entrar em combate hoje, eu organizo, eu mando. Não estava nos planos vir aqui, mas, não consegui ver você com ele... — abaixou a cabeça ao confessar.

— De qualquer jeito não devia ter vindo. Não está cumprindo a própria palavra. — Falo, mas me arrependo logo em seguida, não é o que sinto de verdade.

— Podemos consertar esse pequeno problema depois... — Diz e se cala, eu ia começar a falar mas ele continua — Eu falei que ia resolver e estou resolvendo os problemas que acabei trazendo para perto de você, no final saberá de tudo. — Diz me deixando confusa. Fecho a geladeira e apoio a jarra na ilha da cozinha.

— Você mudou... — Falo pensativa.

— Eu tive muitos problemas que me levaram a mudar... — me olha intensamente enquanto fala, parece realmente abalado. — Eu me apaguei a você e não tem mais volta. Eu não quero te ver com outro. — fecha as mãos com força.

— E o que pretende fazer? Matar todos aqueles que podem me ferir? — indaguei. Ele tinha coisas para fazer, foi o que disse. Se não consegue ficar longe de mim, só pode achar que fará isso.

— Se for preciso... — O olhar, a voz, tudo trazia certeza.

— Eu ainda tenho medo de me entregar completamente, alguma coisa me trava. E minha preocupação é com minha família... — Confessei. É difícil falar tudo isso, dizer meus medos...
Na sala do meu irmão, há duas semanas, ele disse que não podíamos nos aproximar... diversas vezes deixou claro o perigo. Dante é um mafioso, de fato sua vida não é fácil. Qualquer mulher bem resolvida mentalmente, e sem nada a perder enfrentaria tudo para ficar ao seu lado. Dante é encantador, um homem forte e protetor. Mas o que realmente me atrai nele, é que não haverá tédio enquanto viver, a adrenalina... Dante Stefano é um furacão, e eu gostaria de viver com toda essa bagunça. Não quero uma vida parada. Mas, com isso, a preocupação de perdê-lo em combate...

Acabo de beber água e passo por ele para guardar a jarra mas acabo me distraindo e deixando o copo que ia colocar na pia quebrar.

— Merda! — Reclamo.

— Vamos terminar essa conversa outro dia. —Diz olhando para os cacos e depois para mim.

— Não temos mais nada para conversar! — Falo e me afasto, mas ao fazer isso, piso nos cacos de vidro com um pé e me curvo de dor. Rapidamente, Dante me segura pela cintura para me por no colo.

— Como pode ser tão lerda? Vem, vou te levar para o quarto, lá a gente cuida disso.

— Cala a boca! Você tem que ir embora  — Tento, não é o que quero, mas nem tudo que a gente quer é o certo a se fazer.

— Deixa de ser teimosa porra! — Ele caminha comigo para o quarto. Bufei, não queria discutir mais. Quando chegamos no cômodo, ele me põe na cama e olha para mim, de pé à minha frente, esperando que eu diga o que fazer.

— Dentro do armário do banheiro tem uma caixinha branca. — Falo mas sem olhar para ele, o mesmo vai até lá e volta com a caixinha. Dentro dela tem a pinça que vou usar para tirar os cacos que entraram no meu pé, não foram muitos. Não são muito pequenos e nem grandes.

— Obrigada! — tento pegar de sua mão mas ele não deixa. — Não Dante, eu não consigo! — Falo abaixando a cabeça me sentindo angustiada e exausta.