A CEO e o Mafioso

Capitulo 37

Antonella

Olhei pela janela daquele quarto, reparando no quanto o céu estava lindo, pensando em como agora eu gostaria de estar com Alice e meu irmão, nós três relaxando e curtindo a companhia um do outro.
Como será meu dia, se não posso ir para onde eu quiser?!

Me posicionei fora da cama pela primeira vez no dia, indo tomar um banho quente e relaxante, numa tentativa de me distrair de tantas questões que passam pela minha mente.
Cerca de trinta minutos depois de banho tomado, vestida com uma calça de tecido macio e fino junto a uma pequena blusa, também amarela suave; me sentei perto daquela enorme janela, olhando o quintal e me maravilhando com a vista. Finalmente alguém adentra aquele quarto silencioso. Não me dei o trabalho de olhar para descobrir quem seria.

– Pode deixar aí na cama mesmo, ela vai comer quando estiver com vontade. Muito obrigada! – A voz da mulher soa atrás de mim, perto da porta. Porém, está mais suave quando direcionada ao senhor que no dia anterior havia me trazido comida. Mais suave e educada, eu diria até bondosa. Então me virei, curiosa para descobrir o motivo de sua visita.

Ontem ouvi Colin citar que a mesma iria viajar. Quando será que ela vai? Preciso saber quando vou estar livre pelo menos dela. O senhor que me trouxe a bandeja de café da manhã me olha e sai com um aceno de cabeça para nós duas. Reparei nela de cima a baixo. Elegante num couro preto, a calça e o cropped, que mostravam suas belas curvas, as coxas grossas e bumbum arrebitado e grande. Não era baixa, sendo maior que eu.

– Um passarinho...– Teresa começa.

Analiso seus passos delicados irem em direção à porta do closet aberto. Ela encosta no batente, cruza os braços abaixo dos pequenos e delicados seios e olha para dentro do lugar. O olhar distante, parecia muito pensativa. Permaneço calada, esperando seu próximo passo. Então ouço sua risada anasalada e ela continua:

– proibido de fazer o que mais necessita. – Seu tom todo misterioso, nada como no dia anterior, nada do que eu esperava. Onde será que ela quer chegar com isso? Aquela Teresa não parecia uma mulher amarga como a de ontem, mas sim inteligente. Perigosa. – Acostumada a ficar com quem quiser e na hora que quer. Com o trabalho muito bem feito e administrado e ainda assim saía algumas noites para lugares duvidosos com os mais próximos. – Só aí percebi o que ela queria dizer e de quem falava. – Nunca repetiu homens, só uma vez, quando estava muito bêbada, talvez até drogada, há muito tempo atrás. – Como ela sabia dessas coisas?

– O-o que você quer dizer com tudo isso? – Indago, tentando me manter firme. Ela olha para mim pela primeira vez e sorri.

– Você é um mistério Antonella. – Desencosta da porta e anda até mim, ficando à dois passos de distância. A postura ereta, com o nariz empinado e o olhar determinado. Sua beleza vai muito além de aparência. Tenho que dizer que me surpreendi, já achava que teria de lidar com uma rica mimada e apaixonada. Então ela acrescenta: – Mas não me engana.

– Olha, eu não sei o que quer dizer. Não estou com paciência pra te ouvir. – Ela continua me olhando, sem expressão, apenas ouvindo. – Então diz logo com qual paranoia veio me encher desta vez e saia, por favor. – Falei confiante, também com o nariz empinado. Sei falar como ela. Sei ser como ela. Se eu abaixar a cabeça por estar numa posição diferente, seria muito mais fácil para me atingir.

– Não me subestime, Clifford. Eu te conheço, você é inteligente o bastante para saber que depois de cada palavra minha, sabe que não vim para dizer que Colin é meu – Ela ri balançando a cabeça –, não, eu vim para te dar um aviso e a conhecer mais. – Faz uma pausa. – Me diz, por que tenta a todo custo se manter solteira por tanto tempo desse jeito?