A CEO e o Mafioso

Capitulo 41

                                Dante Stefano
 
— É... estão fodidos, não tinha dúvidas de que o senhor ia conseguir o que queria. — Ouço novamente a voz de Pietro, sentado no sofá do escritório do apartamento na Rússia, enquanto o mesmo mexia no computador, talvez vendo o resultado do nosso trabalho há dias atrás.

Eu saí da Itália com a intenção de concluir uma missão, quando descobri quem assassinou a minha mãe, e assim eu fiz.
A Bratva estava há um tempo planejando me destruir, fez aliança com o Clã Contine — que também quer me derrubar — até que invadiram a casa dos meus pais. Não demorou para eu descobrir que foi a máfia russa o responsável. Além de vingar minha mãe, seria um movimento perfeito para avisar que estou em ação, um aviso para quem está com Antonella. Mas já se passaram dias e ainda não descobri com quem ela está. O que só aumentava a ira em meu peito. O ódio e a sede de matar, torturar qualquer um que me deixe com raiva, qualquer que entre no meu caminho.

— Eu subestimei o clã contine, quando você me disse que eles não se aliariam a nós... — falei, encostando na poltrona atrás da minha mesa e olhando para uma papelada sobre a mesma. Agora com a Bratva fora do caminho, de alta preocupação só é o Clã Contine.
Com uma rapidez, levantei rapidamente da poltrona e apoiei as mãos sobre a mesa. — CARALHO — esbravejei e levantei a cabeça em direção ao Pietro. — Vamos voltar para a Itália e ter uma conversinha com Carlo — peguei minha chave já me movimentando para sair.

— Quer que eu reúna todos os soldados para invadir ou vamos de frente só bater um papo? — Indagou Pietro, também se levantando.

— Não, eu vou sozinho. — abri a porta e olhei para ele, que me encarava paralisado.

— Dante, há tempos você não enfrenta máfias — Agora ele fala como meu amigo, e não como o Conselheiro — E com a atual situação, você pode facilmente perder a cabeça dentro da sede do clã.

— Eu. Vou. Sozinho. — segui para a saída do apartamento — Sei o que estou fazendo Pietro.

Desde aquele maldito dia em que a perdemos de vista, desde o único maldito dia que falhei em protegê-la, não consigo parar de pensar nela. Fiquei muitos dias planejando e investigando, e agora sinto que estou chegando perto, tenho pistas concretas e informações suficientes para cada passo, e dessa vez eu não vou falhar.

                                       ...

Coloquei os pés no chão da Itália, saindo do jato particular.

— Estarão todos preparados para o seu comando, senhor. — Pietro diz. Olho de relance para ele que estava ao meu lado, notando leve preocupação em seus olhos.

— Vai ser rápido. Quando deixei a famiglia na mão? Não perdi a cabeça, ainda sei fazer o que fazíamos antes, ainda sei ser impiedoso e calculista... ou então não estaria mais nesse mundo Pietro. Não quero ter que lembrá-lo disso novamente. — Eu sabia que Pietro começaria a duvidar da minha capacidade. Tanto tempo parado, sem ações  grandiosas na máfia, e com tantos problemas na cabeça, que seu coração de amigo interfere.

Entramos no carro e só paramos quando passamos pela entrada da sede principal do Clã Contine. Desci do carro e dei a ordem para que levassem Pietro de encontro a sua família. Eu passaria raiva sozinho, a viajem para a Rússia foi de longos dias.
Reparei em todos os soldados de Carlo, a maioria me olhava com ódio, alguns com cautela, a mão no coldre pronto para sacar a arma a qualquer momento. Sorri com sarcasmo, acenando levemente com a cabeça. Andei até o elevador e saí da enorme sala de recepção, ninguém me impediu. A essa altura já deveriam ter mencionado minha chegada ao seu superior. Carlo deve estar á minha espera em seu escritório, se questionando se me mata ou não desta vez. Posso adivinhar o que se passa em sua cabeça: por que eu viria sozinho, sem algum segurança, e se estou tão seguro de ir até ele e passar por todos os seus homens, então tenho uma garantia de vida, alguma coisa que ele perderia se fizesse algo contra mim. Portanto, Carlo não arriscaria.