Harry nunca tinha visto tantas luzes artificiais em um só lugar antes. "Eles fazem isso no Natal?" ele perguntou a Severus.
"Não, eu suponho que as próprias luzes sejam uma espécie de atração o ano todo", disse Severus enquanto estava com Harry do lado de fora na calçada em frente ao maior edifício que Harry já tinha visto. O hotel se elevava acima deles, trinta andares ou mais, era grande demais para contar. Havia um grande lago em frente ao hotel e centenas de pessoas estavam reunidas ao redor da grade como se esperassem por algo.
Harry estava curioso, mas também cansado, então deixou Severus conduzi-los até a porta do Hotel Bellagio. Os baús de ambos foram transfigurados para parecerem malas trouxas, mas Severus lançou um feitiço leve como uma pena em ambos para que pelo menos não tivessem que lutar como trouxas com suas bagagens. Logo eles estavam na fila do balcão de check-in.
Árvores de Natal estavam espalhadas pelo saguão, lustres de cristal pendurados no teto ornamentado, o piso era de mármore polido e Harry ouviu seus sapatos fazerem um clique satisfatório enquanto caminhavam para o balconista de aparência muito atormentada. Parecia que essa época do Natal era uma de suas épocas mais ocupadas.
"Boa noite," disse Severus e entregou os ingressos. "Eu acredito que temos uma reserva?"
O balconista sorriu para ele, como se Severus fosse a melhor coisa que ele tivesse visto o dia todo. "Sim, sim, claro, Sr. Snape, você tem. Bom trabalho também, temos afastado as pessoas." O balconista digitou algo em seu computador, uma impressora cuspiu um pedaço de papel e ele deu a Severus. "Se você pudesse apenas assinar o registro, por favor, vou chamar um porteiro para mostrar o seu quarto."
Harry observou enquanto os longos dedos afilados de Severus seguravam a caneta com a elegância com que ele jamais segurou uma pena e Harry enrubesceu ao se perguntar por um momento como seriam aqueles dedos finos se arrastando ao longo de sua pele. Severus parecia tão em casa entre os trouxas quanto entre os bruxos; ele parecia se misturar onde quer que estivesse. Harry supôs que era isso que acontecia por tantos anos como espião. Você tinha que se misturar ou estaria morto, era tão simples quanto isso.
Harry nunca se sentiu confortável no mundo trouxa, ele sempre teve vergonha de nunca se encaixar, um estado de coisas que os Dursleys faziam questão de encorajar, com punhos e botas se necessário.
Doido! Você não pertence a lugar nenhum! Você não tem ninguém, você não tem nada. Mas enquanto Harry seguia Severus e o carregador para dentro do elevador, ele percebeu que não era verdade. Não desde aquela manhã quando ele e Severus juraram compartilhar suas vidas juntos.
O porteiro mostrou-lhes como mexer nas chaves eletrônicas, apontou o banheiro; o armário de bebidas; a televisão escondida dentro de um armário esculpido; horário do serviço de quarto, e se ele puder ser de alguma ajuda, por favor, não hesite em perguntar. Harry não percebeu o que o homem estava esperando até que Severus apertou sua mão para agradecê-lo e foi só porque Harry estava prestando muita atenção àquelas mãos que Harry viu os dólares irem das mãos de Severus para o porteiro.
Havia duas camas no quarto, ambas enormes, de casal. Harry tomou uma decisão consciente e colocou sua mala em cima de uma das camas.
"Tem certeza, Harry?" Severus perguntou a ele. "Você não precisa."
"Eu sei, Severus, mas eu quero dividir a cama, se ainda estiver tudo bem para você."
"Está mais do que bem, Harry." Severus sentou-se ao lado da mesa e folheou a pasta de informações do hóspede, então começou a ler a revista corporativa. Harry não pôde evitar um sorriso afetuoso. "O que é tão divertido?" Severus perguntou quando olhou para cima e viu Harry fazendo isso.
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Everything's Not Lost [ TRADUÇÃO ]
Fanfiction[ CONCLUÍDA ] Harry leva a morte de Cedrico mais difícil do que qualquer um poderia ter imaginado e após sua morte, Harry fica sabendo de outra profecia e como ele pode realmente derrotar Voldemort. Mas o que fazer com um menino que viveu que não qu...