Capítulo 35

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Severus ficou embaixo do chuveiro, deixando a água quente lavar tudo o que tinha acontecido naquela noite na Mansão Riddle. Dumbledore havia convocado uma reunião da Ordem no Largo Grimmauld assim que ele voltasse, mas Severus não tinha desejo de ir lá cheirando como uma prostituta do Beco da Virada. Ele também não desejava ser considerado um; mesmo que na realidade isso seja o que ele era. Seu pagamento não era dinheiro, era informação e Voldemort tinha uma língua solta depois que ele teve seu prazer. O fato de que o prazer de Voldemort significava dor para a outra pessoa era irrelevante.

A pele de Severus estava vermelha em carne viva quando ele terminou o banho; até mesmo suas próprias toalhas macias doíam depois de tantos Crucios naquela noite. Ele tinha uma tolerância maior à maldição do que a maioria das pessoas, mas isso só fez com que suas punições durassem mais do que as de qualquer outra pessoa. Voldemort nunca parou até Severus começar a gritar histericamente, quase inconsciente de dor. Severus lançou feitiços de secagem em si mesmo e vestiu as roupas que normalmente usava após as reuniões de Comensais da Morte; uma camisa de seda macia, calças de algodão preto e um robe externo de veludo. As roupas ficaram ainda mais suaves depois que ele as vestiu. Antes de levar o Flu para o Largo Grimmauld, Severus engoliu algumas poções analgésicas e esfregou um unguento anti-séptico nas piores feridas; não havia como dizer onde Voldemort ou Lucius estiveram.

Foi uma pequena reunião naquela noite, o diretor, Minerva, Sirius, Molly e Arthur Weasley. Poppy não era membro da Ordem, embora soubesse disso. Ela estava ficando com Harry; nenhum deles achou que Harry deveria ser deixado sozinho.

"Quer uma xícara de chá, Severus?" perguntou Molly quase antes de ele sair do Flu.

"Não, obrigado", disse ele, limpando a poeira da fuligem.

"Quais são as novidades, Severus?" perguntou o diretor. Nenhuma pergunta educada sobre como ele estava se sentindo. Nenhum dos outros sabia o que Severus suportou em seu papel de espião, mas o diretor sabia. Na verdade, foi ele quem achou que era uma ótima ideia: uma boa maneira de ganhar o favor do Lorde das Trevas. Foi o primeiro encontro desde que Voldemort recuperou seu corpo que ele decidiu fazer de Severus um exemplo. Ele teve seu prazer, assim como Lucius, enquanto os outros assistiam. A razão de Severus não querer chá era porque ele não achava que suas mãos conseguiriam parar de tremer por tempo suficiente para bebê-lo.

Ele os agarrou e os imobilizou por pura força de vontade.

"Ele sabe que os parentes de Harry estão mortos, então essa proteção não o preocupa mais. Ele quer saber onde Harry está agora, quem são seus guardiões. Eu não poderia dizer a ele. Eu estava - fui punido por não lhe trazer notícias melhores. Voldemort tem outros espiões, eles contaram a ele sobre a audiência; deve ser alguém do próprio Ministério. Ele quer que eu vá à audiência, descubra se ele será expulso ou não e quem será seu novo tutor. Eu sou presumindo, como Voldemort, que os tutores serão nomeados na audiência no dia 1º de agosto? "

"Isso é o que esperamos, sim", disse Dumbledore. "E Voldemort não te disse mais nada?"

Severus olhou para ele; ele mesmo pensou que as informações que reuniu eram bastante impressionantes. Eles sabiam algo sobre os planos de Voldemort. Ele ainda não estava pronto para sequestrar ou matar o menino; ele estava ganhando tempo; vendo o que aconteceu. Contanto que os novos guardiões de Harry fossem capazes de protegê-lo até que ele voltasse para Hogwarts, não havia motivo para se preocupar. Voldemort viria atrás de Harry e parecia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Eles apenas tinham que estar preparados e eles tinham que preparar Harry.

"Ele não falou do Departamento de Mistérios?" perguntou Dumbledore, bebendo seu chá.

"Não. Não para mim", disse Severus.

Everything's Not Lost [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora