Everything's Not Lost [ TRADUÇÃO ]

Capítulo 32

Harry dormia mal, seus sonhos eram atormentados por imagens de Cedrico morrendo e o renascimento de Voldemort. Valter havia entrado na sala em um estágio, depois que os gritos de Harry não puderam mais ser agüentados. Harry foi chicoteado com o cinto do tio e perto do amanhecer, Válter enfiou a gravata escolar de Harry na boca para amordaçá-lo; amarrando as mãos de Harry na cabeceira da cama com seu cinto para que Harry não pudesse removê-lo.

Harry não dormiu nada depois disso; ele apenas ficou ali deitado desajeitadamente na cama, os braços acima da cabeça, os ombros doendo com o esforço. Por volta das sete horas, uma tigela cheia de mingau pela metade foi enfiada sob a aba do gato, mas foi removida meia hora depois; Harry não conseguia se mover para alcançá-lo.

Passava bem das onze quando Vernon entrou para desamarrá-lo; assim que Harry ficou livre, ele correu para o banheiro - o desejo havia se tornado um tanto desesperado - Valter resmungava com ele o tempo todo. Depois de cuidar do essencial, foi como Harry esperava; a água havia esfriado há muito tempo, mas ele precisava se lavar mesmo assim. Ele não podia enfrentar o banho, não com toda aquela água fria, então ele apenas ensaboou uma flanela e se lavou na pia. Isso serviria; não era como se ele estivesse indo a algum lugar especial. Ele nunca faria isso.

***

Válter não o amarrou novamente depois daquela primeira noite e jogou a gravata de Harry fora. Ele nunca mais se incomodou com uma mordaça, não querendo perder nenhuma de suas roupas pelo motivo de tentar manter Harry quieto. Harry passava seus dias fazendo as tarefas e as noites tentando evitar os punhos ou as botas de Vernon, mas às vezes não era rápido o suficiente. Ele parou de contar os hematomas agora, sempre havia mais no dia seguinte.

Cada vez que Harry gritava depois de um pesadelo, ele pegava o cinto novamente e ficava deitado soluçando e chorando. Ele não estava chorando pela dor que seu tio acabara de infligir, mas porque era muito diferente do que Cedrico teria feito. Cedric o teria segurado; embalou-o contra seu corpo; o acalmou com beijos suaves até que Harry se sentiu calmo o suficiente para voltar a dormir. Valter não se importava que Harry tivesse pesadelos, que ele tinha acabado de perder o amor de sua vida; ele estava apenas irritado por ser mantido acordado. Harry desejou que as coisas mudassem: que houvesse algum engano; que os Dursley não eram realmente sua família e ele tinha uma família amorosa que viria resgatá-lo.

Ele não sabia o quanto mais ele poderia agüentar.

***

Era um sábado quando as coisas finalmente mudaram. Harry sabia que era sábado porque Vernon estava em casa do trabalho e estava lavando o carro na frente; Nunca foi permitido a Harry chegar perto da frente da casa, caso os vizinhos o vissem e o estado em que se encontrava. Os Dursley haviam parado de evitar seu rosto agora e parecia que ele tinha um padrão de flores roxas e amarelas em suas bochechas. Harry sentiu dor desde a primeira noite em que voltou aqui e ele sabia que não iria melhorar.

Harry estava de joelhos, esponja na mão enquanto lavava as portas do pátio, sua calça jeans molhada enquanto ele se ajoelhava nas poças de água nas lajes do pátio. Tia Petúnia estava fazendo algo perto da pia da cozinha e olhava feio para ele de vez em quando se pensava que Harry não estava trabalhando duro o suficiente. Harry havia comido pela última vez há três dias, eles deram a ele uma fatia de pão mofada e um copo d'água e o pão estava tão ruim que ele vomitou assim que comeu.

Dudley estava encostado na porta, um sanduíche de geleia na mão. Ele espalhou geleia de morango contra o vidro deliberadamente para que Harry tivesse que limpá-lo novamente. Harry estava com tanta fome que ficou tentado a limpar a mancha com a língua.

"Eu ouvi você, sabe," disse Duda como se fosse normal, os dois conversando. "À noite. Gritando o nome daquele menino. Não mate Cedrico! Não mate Cedrico!" ele zombou, remexendo em seus bolsos por alguma coisa.