Outset

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- isso é impossível, Stiles! Branco está morto. Você o matou. Eu vi. Nós vimos! – argumentou Peter, tentando lembrar o outro de que a morte de Branco fora o evento que os reuniu.

Tentando trazer na mente de Stiles que ele e Alexander estavam lá quando Branco morreu. A noite do assassinato de Branco fora a noite em que Alice se entregou para o FBI em uma armadilha criada por Alexander e Peter. Uma armadilha que falharia miseravelmente se Alice quisesse e a criança demonstrou isso naquela noite. A noite em que Chris, Rafael, Alan e Marin se entregaram a situação, incrédulos, ao encararem pela primeira vez o rosto daquele que perseguiam havia meses, fazendo uma rachadura surgir na escultura perfeita na qual as suas mentes projetavam a inocência e pureza de uma criança.

- eu sei. A morte de Branco foi o que desencadeou tudo até o dia de hoje. Nós. Alexander... A morte de Alexander – o castanho soou cansado enquanto abaixava o olhar para as algemas em seus pulsos.

O louro voltou a alcançar a mão do castanho com a sua, tentando passar conforto para o mais novo. Ele sabia o quanto o cunhado era importante para o assassino a sua frente. Quando alguém perde a esperança no mundo, nada mais tem valor para si. No entanto, o primeiro raio de esperança que o ilumina, se torna tão valioso para si quanto um tesouro sagrado próprio. E Alexander Asmodeus Hale fora o primeiro raio de esperança que alcançou aquela criança fragmentada em pedaços sangrentos que foram rearranjados em uma garota bonita e aparentemente inofensiva.

- então por que deu ouvidos para aquele homem, Stiles? Ele estava claramente tentando lhe afetar! – o louro voltou a argumentar, revelando toda a sua chateação com a situação em que se encontravam agora, que fora uma das consequências do caso do Jaguadarte.

Aquele questionamento inundava a mente de Peter. Como Stiles havia se rendido para a lábia de alguém? Ele não havia, se quer, caído nos jogos mentais dos interrogatórios a que fora submetido. Mas havia caído nas mentiras de um Serial Killer que havia atacado a equipe em uma clara emboscada? Era um pouco difícil de acreditar.

- não. Não estava. Quando ele tentou me tirar do sério, ele falou da Nemus. Ele falou... De outra pessoa. Mas quando ele me falou de Branco... Ele estava calmo, ainda tentando me cortejar. –

O Tate franziu o cenho, confuso.

- que outra pessoa, Sti? E o que diabos ele queria revivendo a Nemus? A Nemus acabou. Desapareceu do mapa. Você matou os principais lideres e grande parte daquela máfia americana –

- você não está entendendo o ponto, Peter –

- então me diga qual é o ponto, garoto! Me ajude a enxergar! – pediu o louro, perdido.

- como o jaguadarte sabia sobre mim, Peter? Sobre o FBI? -

- como assim? – inquiriu o louro, preocupado.

- você consegue entender agora, Peter. Consegue ver além do esperado? – questionou o detento vendo o homem perder a fala.

Aquilo soou como uma confirmação para Stiles.

- existe a possibilidade de haver alguém lá fora. Alguém que sabe sobre nós. Alguém que está caçando a sua divisão. Caçando você... Caçando a mim –

O Tate gelou.

A sua mente viajou para o passado, mais uma vez. O pânico ressurgindo em seu corpo, dominando o seu peito aos poucos. A gritaria ecoando em sua cabeça, o aperto em seu peito e o calor do sangue em suas mãos lhe atormentaram mais uma vez. Do mesmo jeito em que ocorrera várias noites em sua cama. O suor começou a surgir em sua testa e o homem engoliu em seco.

- não pode ser, Stiles! Você disse que ninguém do mundo do crime sabia sobre você! Então por que estão te caçando?! – o homem tentou argumentar, desesperado por quebrar a teoria que lhe aterrorizava.

Death Wonderland - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora