- Cinderela?! – questionaram Derek, Scott, Isaac, Allison e Boyd vendo o castanho menear positivamente, enquanto Peter e Erica se aproximavam do quadro para analisar o mesmo.
- isso mesmo! Essa garota é o lado negro de Cinderela – respondeu Stiles se sentando sobre a mesa da sala e erguendo a mão até o seu brinco de copas.
- como assim o lado negro de Cinderela? – perguntou o oficial, confuso, observando o homem de brincos lhe direcionar um olhar divertido.
- toda fábula que existe hoje é apenas a manipulação de uma história trágica e dramática que ocorreu no passado. Chapeuzinho vermelho, o Flautista de Hamelin, João e Maria.... Todas elas tem uma maldade profunda em sua originalidade. – ditou o castanho encarando o grupo, até mesmo Peter e Erica lhe encarar atentamente.
- Qual é? O Flautista de Hamelin?! Maldade profunda?! Como que existe maldade naquilo?! – indagou o oficial, indignado.
- O Flautista limpou a cidade dos ratos, mas quando a mesma se negou a lhe pagar por seus serviços, ele esperou até o cair da noite para hipnotizar as crianças com sua flauta e as levou para uma caverna, os fazendo de refém. Na fabula, ele divertiu e encantou as crianças com a sua música, mas no lado negro da história, ele as estuprou enquanto esperava pelo pagamento da cidade. – respondeu o castanho lançando um olhar sério para o oficial que tomou uma expressão de surpresa no olhar.
- isso não pode ser verdade! – exclamou o homem tentando rebater o argumento do castanho.
- então por que não tenta olhar para a nossa investigação? Cinderela era obrigada a fazer as tarefas de casa: cozinhava, limpava, lavava. Tudo isso sem nunca ser recompensada ou agradecida. Ela foi ao baile escondida e, ao fugir do mesmo quando o relógio bateu meia noite, perdeu o seu sapato de cristal. Quando o príncipe anunciou que se casaria com aquela que calçasse o sapato, todas as mulheres decidiram experimentar – ditou o castanho se erguendo e se aproximando do oficial, passando a rondar o mesmo.
- e daí? Nosso assassino também usa meia noite e um relógio. Ele também limpa e lava. Isso não é o suficiente – argumentou o delegado vendo o castanho olhar para si predatoriamente e em um movimento rápido, como um animal que fora surpreendido.
- aí é que está, delegado. O nosso assassino também exige que as vítimas calcem sapatos – ditou o castanho se afastando do oficial e se aproximando do delegado.
- não me recordo de termos analisado isso – disse o delegado vendo o castanho erguer uma folha de papel a qual ele nem vira que o outro tinha em mãos. A folha era a foto dos sapatos da primeira vítima.
- qual é o número que a nossa primeira vítima calçava? – perguntou o Stilinski vendo o homem franzir o cenho em sua direção.
- eu não sei. Ele era uma adolescente. Pode calçar um número pequeno, normal ou grande – respondeu o Miriam vendo o castanho sorrir largo.
- ele calça trinta e sete – respondeu Stiles vendo o homem lhe fitar ainda com seriedade.
- e daí? – perguntou o delegado vendo o outro sorrir largo.
- quanto o senhor acha que Chadd Trimen calçava? – indagou o castanho vendo o outro rolar os olhos.
- onde você quer chegar? – perguntou Derek, também impaciente. Ele não estava conseguindo acompanhar o raciocínio do assassino. E os rodeios que Alice estava dando estavam lhe tirando a calma.
- Chadd Trimen calçava um número maior do que o do irmão, que também calçava trinta e sete. Mas quando retiramos os sapatos dele, agora no necrotério, o sapato que Chadd usava era um de número trinta e sete – respondeu Stiles vendo os investigadores lhe fitarem com expressões pensativas.
- como ela calçou o sapato nele, então? – perguntou Scott confuso.
- do mesmo jeito que as irmãs de Cinderela calçaram o sapatinho de cristal na versão original. Na fábula, os pés eram grandes demais e elas foram ignoradas pelo príncipe. No entanto, na história original, não calçar aquele sapato estava fora de cogitação para elas e a mãe. Quando o sapato não dava, elas cortavam um pedaço do pé com uma faca para poderem calçar o sapato. A primeira tirou o calcanhar, mas o sangue denunciou a farsa. A segunda cortou os dedos, mas também foi denunciada pelo sangue. Todas as duas quase se casaram com o príncipe – disse o castanho vendo o grupo lhe fitar com questionamento.
- está me dizendo que... – Peter fora cortado pelo castanho.
- nossa assassina cortou partes do pé de Chadd para poder calçar o sapato nele – respondeu Derek vendo o tio olhar para o quadro com seriedade.
- chocada! – exclamou Erica.
- então você não viu isso na casa? – perguntou o delegado, controlando o sorriso, vendo o castanho negar com a cabeça.
- eu não tirei as roupas de Chadd para perceber isso lá. Vocês estavam analisando a casa, vocês que deveriam ter notado que os sapatos no armário eram maiores do que os que estavam nos pés, não eu – rebateu o castanho e o sorriso controlado do homem morreu.
- eu deixei isso passar – murmurou Derek, frustrado.
- não se desculpe. Não é você que está atrasando a nossa investigação – comentou Stiles encarando o delegado com seriedade. Alice não estava fazendo a mínima questão de disfarçar a sua intensão com aquele comentário.
- o que está insinuando? Eu quero pegar esse desgraçado mais do que vocês! – questionou o homem, irritado.
- então pare de ir contra nós e apenas aceite os fatos. Não estamos forjando informações, estamos as tirando de debaixo do tapete – ditou o castanho dando as costas para o homem enquanto seguia para Peter, abraçando o mais velho, deitando a cabeça no peito do mesmo, ao mesmo tempo em que o homem mais velho lhe acariciava os fios castanhos.
- para mim chega. Eu não vou ficar aqui e escutar desaforos de um estranho como você – ditou o homem saindo da sala, irritado, batendo a porta com força.
- está tudo bem, garoto – murmurou Peter ao mesmo tempo em que Stiles afundava parte do rosto em seu peito. Os agentes encararam a cena questionadores, assim como Boyd, enquanto Erica, Isaac e o oficial não faziam questão de esconderem as suas expressões confusas.
- olha, perdoem o delegado Miriam. Ele... apenas não está aceitando muito bem esse negócio de Serial Killer da meia noite – disse o oficial, chamando a atenção para si.
- Cinderela – a Reyes corrigiu vendo o oficial lhe observar brevemente.
- é. Ele só... não vai muito bem com isso. Peço que relevem com ele – disse o homem enquanto se preparava para se retirar.
- acho que já podemos soltar o perfil – falou Allison vendo Peter menear positivamente.
- vamos lá fora – disse o mais velho começando a caminhar para fora da sala, enquanto ainda era abraçado por Stiles.
- eu só vou deixar o almoço dele na sala e já volto – pediu uma garota encarando uma das oficiais lhe fitar compreensiva.
- eu sinto muito, mas a sala do seu pai está ocupada e você não pode entrar – disse a mulher vendo a garota suspirar cansada.
- Nancy – chamou o oficial que ajudava os agentes na investigação, vendo a garota olhar em sua direção.
- tio Ben! – exclamou a garota ignorando a oficial e seguindo para o homem.
- veio trazer o almoço? – perguntou o homem vendo a garota menear positivamente.
- mas pelo visto eu não posso entrar na sala. Você pode entregar para mim? – pediu a menina vendo homem responder positivamente.
- quem são eles? – inquiriu a garota vendo o grupo atrás do homem.
- ah! Esses são os federais que vieram nos ajudar em um caso – respondeu o homem, cuidadosamente, vendo a garota ficar em silêncio, antes de menear positivamente.
- entendi. Bom, eu vou indo. Tomara que peguem esse assassino logo – disse a garota acenando e saindo apressada.
- quem era a garota? – perguntou Erica vendo a adolescente sair correndo da delegacia.
- aquela é Nancy Miriam. A filha do delegado Miriam. É uma boa menina. Vive trazendo o almoço do pai quando ele não pode ir para casa – respondeu Ben seguindo de volta para a sala com o intuito de deixar o almoço do delegado, como a menina havia pedido.
- viu?! O cara não vai matar a gente! – exclamou Marcos encarando Billy lhe fitar com seriedade.
- espero que você esteja certo, Marcos. Aquele cara fodeu a gente em uma cela minúscula. Três contra um! E nós três fomos completamente humilhados – ditou Billy cruzando os braços enquanto observava, no refeitório, o homem espancado por seu “suposto mestre” comer o jantar bem lentamente, devido aos seus ferimentos.
- cara, relaxa. Não estamos mais naquela cela. Ele não tem mais uma arma de choque. Estamos seguros, estamos numa boa – falou Jimmy vendo o Rei menear, ao mesmo tempo em que Billy olhava ao redor, nervoso.
- eu não vejo o tal do Alice desde a surra que ele deu no Adam. Isso está estranho – murmurou Billy vendo Marcos e Jimmy olharem ao redor também.
- você também notou, não é? – perguntou Marcos encarando Billy lhe fitar com seriedade.
- notou o quê? – inquiriu Jimmy, confuso.
- aquele cara... Ele some, de vez em quando. Quando todo mundo deveria estar comendo, aquele cara não está – explicou Billy vendo Jimmy olhar ao redor.
- agora foi que eu notei que ele não está aqui – comentou Jimmy, o mais baixo, encarando os dois parceiros se encararem com seriedade.
- deve ter ido ao banheiro – argumentou Jimmy vendo os dois lhe fitarem com seriedade.
- qual é, Jimmy? Eu sei que você é mais inteligente do que isso – argumentou Marcos vendo o mais baixo morder o lábio inferior.
- ele está esperando a gente, não está? – questionou Jimmy vendo os outros dois lhe fitarem com um certo espanto.
- ele está na nossa cela, assim como a gente esteve na dele. Não é isso? – inquiriu o mais baixo não notando as gargantas dos amigos engolirem em seco.
Marcos e Billy não haviam pensado naquela possibilidade. Não se passou pelas cabeças dos dois que, talvez, Alice não estivesse ali por estar usando o plano deles contra eles. Fazia sentido. O guarda Josh era manipulado por Alice, assim como eles três deveriam ser. O homem poderia muito bem ter transportado o seu novo superior para a cela deles enquanto os três estavam ocupados demais comendo.
Medo.
Desespero.
Arrependimento.
Era isso o que os três homens sentiam naquele momento. A fome havia ido embora em pouco tempo. Eles se lembravam perfeitamente do que ocorreu na cela do prisioneiro novato. Aquele castanho de brincos parecia não estar no mesmo cubículo que eles enquanto se movia naquela briga. Enquanto Marcos, Billy e Jimmy se moviam com certa dificuldade naquele pequeno espaço, o homem de brincos parecia estar se movendo em algum tipo de campo de futebol. Ele tinha a mobilidade e a agilidade que os três homens tinham fora da cela. Alice se divertiu ao mesmo tempo em que os punia lentamente. Os três ficaram cabisbaixos enquanto o peito de cada um apertava com o medo de encararem o castanho novamente.
O desespero crescia cada vez mais. Eles se lembravam da voz do outro, que indicava a sua diversão claramente, ao mesmo tempo em que ele explicava as regras de sua dominância para os três. Jimmy se lembrava bem de como encarava o castanho de brincos de baixo, vendo o mesmo de uma perspectiva que realmente o assustava, uma vez que Stiles havia chegado até mesmo a colocar o pé sobre sua cabeça, indicando que ele não deveria nunca erguer a cabeça para o homem, e sim a abaixar.
- estamos fodidos – murmurou Marcos encarando o próprio prato, não sentindo mais a fome que sentia antes.
Eles se arrependiam de não terem feito como o castanho havia ordenado. Os três se xingavam mentalmente por não terem aceitado aquele jogo ridículo antes. Agora, a voz do castanho ecoava em suas mentes, repetindo tudo o que eles iriam sofrer caso eles o desobedecessem. Marcos, Jimmy e Billy se lembravam do sorriso divertido do rapaz enquanto pronunciava coisas violentas que correriam com eles caso o homem fosse decepcionado.
E ele fora mais do que decepcionado.
Alice fora enfurecido.
- a gente devia ter ido lá – murmurou Jimmy brincando com a massa verde que aqueles homens que os mantinham naquela prisão chamavam de purê de batatas.
- CINDY! EU PRECISO QUE VOCÊ FAÇA UM FAVOR PARA MIM! – Cindy ouviu a sua mãe gritar do andar de baixo.
- EU ACABEI DE PINTAR AS MINHAS UNHAS! – gritou a garota em uma tentativa de argumentar.
- NÃO SE PREOCUPE! NÃO VAI ESTRAGAR ELAS. MAS SÓ SE NÃO FOR BURRA OU DESASTRADA! – gritou a mulher, revirando os olhos pela atitude preguiçosa da filha
- O QUE EU TENHO QUE FAZER? – gritou a garota fechando a sua maleta de esmalte após arrumar tudo o que havia usado.
- VÁ COMPRAR ALGUNS OVOS! – gritou a mulher e Cindy revirou os olhos, ao mesmo tempo em que rosnava para o teto.
- vê se eu tenho cara de quem vai comprar ovos? – murmurou a garota enquanto andava com os dedos das mãos estirados para que não acabasse por borrar as unhas.
- VOCÊ OUVIU? – gritou a mais velha do andar de baixo.
- SIM! ESTOU CALÇANDO MEUS SAPATOS! – gritou a garota se aproximando do seu armário.
- calçar esses sapatos sem borrar as minhas unhas... – murmurou ao mesmo tempo em que tentava calçar aqueles sapatos de salto alto sem usar as mãos – deveria ser modalidade olímpica – finalizou assim que conseguiu realizar tal feito, depois de muito esforço.
- O DINHEIRO ESTÁ NO APARADOR! – gritou a mulher enquanto Cindy caminhava para fora do quarto.
A garota desceu as escadas, pegou o dinheiro e saiu. Ela caminhou pela cidade, entediada. Chegou ao seu destino depois cumpriu o seu objetivo e se dirigiu de volta para casa. No caminho, ela acabou se deparando com algo que a animou. Os seus olhos até brilharam ao admirar o corpo pouco definido do adolescente de cabelos negros e olhos verdes. Josh caminhava descamisado pela praça, com o corpo um tanto suado e uma garrafa de água na mão. Ela sentiu o peito acelerar ao ver o rapaz caminhar em sua direção, despreocupado. Ajustando a própria roupa, Cindy tratou de colocar um sorriso sedutor nos lábios e a encarar o garoto com um ar sexy.
Josh a observou por um tempo, sorrindo minimamente, antes de desviar o olhar para o lado e sorrir largo. O rapaz parou de andar na direção de Cindy e se virou para o lado, cruzando os braços e sorrindo divertido. A garota ficou desanimada e indignada, perdendo a postura recém montada. Ela caminhou um pouco mais na direção do rapaz e logo pôde ver a imagem de uma garota de cabelos trançados, camisa de manga cumprida, calça e tênis.
- Nancy... – rosnou Cindy cerrando o punho ao ver a garota beijar o rosto do rapaz e sair apressada, acenando.
Josh fitou a garota ir embora, antes de sorrir largo e mudar de direção, correndo, animado. Cindy cerrou mais ainda os punhos. Ela queria gritar de ódio. Como aquele rapaz podia notar aquela garota que se cobria, enquanto ela tinha um corpo perfeito na vitrine apenas para ele?! Cindy estava furiosa, puta, possessa. Marchando na direção de sua casa, a garota murmurava palavras de ódio para a filha do delegado.
- eu vou matar essa garota – murmurou a garota de cabelos louros enquanto caminhava a passos pesados.
- eu vou matar a Nancy, sim! – ela soou mais alto, desta vez, chamando a atenção de algumas pessoas
- você tem certeza? – perguntou Peter vendo o louro menear positivamente.
- eu tenho, Peter. Absoluta. Eu sei que você diz que está tudo bem mas... o Stiles me assustou hoje, na prisão - disse o homem encarando o mais velho lhe fitar com seriedade.
- o que ocorreu? – inquiriu Peter observando Isaac fitar Stiles brincando com baralhos do lado de dentro da sala.
- quando vocês nos chamaram, o Stiles estava... batendo a cabeça de um homem contra o chão, no meio do pátio - respondeu o Lahey vendo o outro suspirar, cansado.
- eu não sei o que está acontecendo, mas eu vou conversar com ele. Obrigado por me contar e me mantenha informado sempre que puder. Aqui, o número do meu telefone. Me ligue se as coisas ficarem estranhas na prisão – falou o homem entregando um cartão para Isaac e apertando o ombro do mais novo rapidamente.
- certo – respondeu escondendo o cartão.
- e então? Você vai falar ou vai ficar me encarando o dia todo? – perguntou Stiles jogando as cartas de uma mão para a outra, novamente, enquanto via Derek lhe fitar com seriedade.
- falar o quê? – perguntou o Hale observando o criminoso embaralhar o baralho novamente, antes de repetir a façanha anterior.
- você sabe do que eu estou falando. Eu sei que você está com isso na garganta desde que descobrimos o nome de assassina de nosso alvo – respondeu Stiles observando o agente com tanto ânimo quanto o que Derek tinha no olhar enquanto lhe encarava.
- não sei do que você está falando – respondeu Derek se virando e dando atenção ao quadro criminalístico que montaram.
- santo Deus! Para que enrolar, homem?! – indagou Erica brincando com o anel em seu dedo, ao mesmo tempo em que olhava o agente Hale lhe fitar pelos cantos dos olhos, antes de lhe ignorar e se focar nas informações do quadro.
- você não precisa enrolar. Você sabe disso, não sabe? – inquiriu Isaac encarando o moreno de olhos verdes lhe fitar indignado.
- até você!
- o quê?! Eu sou ingênuo, não idiota – rebateu o Lahey vendo o Hale estreitar o olhar em sua direção.
- para mim, você é as duas coisas – rosnou Derek vendo o louro lhe fitar ultrajado.
- pegou pesado – murmurou Vernon, sentado ao lado de Allison, que meneava a cabeça em concordância.
- já chega! Eu não gosto mais dele – ditou Isaac encarando Scott, enquanto apontava para Derek, que rolou os olhos.
- eu só acho que é completamente desnecessário você tentar esconder as coisas da gente, sabe? Somos um grupo de investigação. Nós investigamos até uns aos outros – argumentou Erica colocando as duas pernas sobre um dos braços da cadeira em que estava sentada.
- vocês querem calar a boca? Temos que prender uma assassina em série! – ralhou Derek, irritado, e o silêncio se instalou na sala do delegado.
- agora eu gosto menos ainda dele – Isaac quebrou o silêncio cruzando os braços, causando risos em Allison, Scott e Peter.
- você tem certeza de que não pode ser outro como você? – indagou Peter observando o castanho menear positivamente.
- ela não é um prodígio, Peter. É só mais uma mulher qualquer matando – respondeu o Stilinski encarando o quadro montado por eles.
- você também é um prodígio? – indagou Isaac, surpreso, encarando o castanho lhe fitar de soslaio.
- é. Stiles é como você, mas no departamento dele – respondeu Peter vendo o castanho sorrir ladino enquanto erguia dois dedos em um V para o Lahey, que fez o mesmo em um tipo de cumprimento a distância.
- maravilhoso! – comentou a Reyes sem se quer encarar o castanho.
- não é hora, nem lugar para isso, Erica – repreendeu Allison vendo a loura erguer as mãos, dando de ombros.
- por que uma mulher usaria sapatos masculinos para cometer crimes? – perguntou Isaac encarando o quadro, de sua cadeira.
- é apenas distração. Sapatos femininos como tênis, também são confortáveis e úteis nessas situações. Mas ela usa sapatos masculinos para que a gente faça o que a polícia local fez: achar que o culpado era um homem – respondeu Erica vendo o louro mais alto lhe fitar atentamente.
- esse caso está sendo difícil – murmurou Scott passando as mãos pelo rosto.
- não podemos fazer nada além de pensar enquanto esperamos pela próxima vítima – disse Boyd se acomodando a cadeira e tomando uma expressão pensativa.
- como é?! Você quer mais uma vítima?! – perguntou o McCall indignado e irritado.
- não é questão de querer, agente McCall. É a lógica. Não temos nada que diminua o número de suspeitos e nos aproxime dessa mulher. E se tem uma coisa que eu aprendi trabalhando aqui, é que, quando isso ocorre, sempre aparece mais uma vítima. E é com essas vítimas novas, que o círculo vai se fechando para o outro lado – respondeu Vernon vendo o moreno de queixo torto lhe fitar com seriedade, antes de respirar fundo.
- você tem razão. Me desculpe. Eu estou irritado, estou cansado, e essa merda não está se resolvendo – falou o agente McCall, irritado.
- tudo bem. Todos nós estamos – ditou Vernon suspirando e se acomodando melhor na cadeira, novamente. Suas costas doíam, mas ele queria deitar a cabeça.
- ela lava as roupas e limpa tudo. Podemos supor que sua idade deve ser dos... vinte aos cinquenta? - argumentou Peter vendo Allison menear positivamente.
- por que essa idade? – indagou Isaac encarando o louro mais velho anotar no quadro a faixa etária estimulada.
- Aos vinte anos é a idade em que geralmente as mulheres começam a sair de casa, se tornam independentes. E cinquenta é a idade em que muitas mulheres não podem mais sustentar peso por muito tempo, o que elimina as mais velhas do que isso – respondeu Peter vendo o louro mais novo menear positivamente, em compreensão. Derek puxou o celular do bolso, discou um número na discagem rápida e colocou o viva voz.
- sempre pronta para os meus bebês. É só mandar que faço – a voz de Lydia fora reproduzida pelo aparelho, enquanto o Hale o colocava sobre a mesa.
- Lydia, preciso que faça uma lista com mulheres da cidade entre os vinte e cinquenta anos – ditou Derek ouvindo o som dos dedos ágeis da ruiva nos teclados.
- mamão com açúcar. O que devo fazer a seguir? – perguntou levando o canudo de sua raspadinha aos lábios e os sugando com vontade. Os agentes se entreolharam, pensativos.
- quantas são apenas dona de casa? – perguntou Vernon e a ruiva voltar a digitar comandos rapidamente.
- vinte – respondeu a Martin vendo os nomes na tela do computador.
- quantas estão na cidade? – perguntou Scott e a ruiva voltou a dedilhar com velocidade.
- quinze – respondeu atenta as próximas ordens.
- nos dê os nomes. Vamos dar uma olhada em todas as quinze – ditou Peter e todos já se preparavam para se levantar.
- é bom alguém ficar para caso ocorra de mais uma vítima surgir – alertou Allison
- certo, vocês podem ir. Eu vou voltar para o necrotério para ver se descubro mais alguma coisa no corpo de Chadd – disse Stiles já se preparando para sair. Derek iria argumentar, mas fora cortado por Peter.
- eu fico com ele. Vocês podem ir – ditou o louro mais velho vendo os outros seguirem para a saída da sala.
Os dedos ágeis se mexiam sobre as teclas de forma coordenada. Ele já sabia quais comandos digitar para poder quebrar aquela barreira insignificante que o separava do seu objetivo. O cadáver que antes estava atrás de si, já havia sido descartado. Ainda era possível encontrar um osso ou outro em seus vasos de planta. Mas ele não se importava. Depois era só entregar para algum cachorro que tudo se resolvia. Com velocidade, a barreira digital fora quebrada e ele pôde visualizar o que queria.
A página na janela anônima exibia um catálogo de compostos químicos, assim como alguns detonadores já prontos. Ele analisava os produtos com cuidado. Não era um mero amador. Ele sabia o que estava fazendo. Ele era um profissional. Não poderia errar, muito menos envergonhar aquele em quem tanto estava obcecado. Após colocar os produtos desejados no carrinho, o homem tratou de efetuar o pagamento usando um cartão de crédito clonado.
- ótimo. A primeira fase está quase completa – disse direcionando o olhar para a tela ao lado, vendo as imagens de algumas pessoas ali.
- vamos começar por você, Erica Reyes – ditou clicando na imagem da loura que estava no computador.
Ao clicar na foto, uma pasta com vários tipos de arquivos surgiu. Alguns eram manchetes de jornais, outros eram relatórios policiais, um era um vídeo e o último era um relatório do FBI. Enquanto estudava minuciosamente os arquivos que havia conseguido, ele soltava algumas exclamações e sorrisos. Ele se viu para lá de surpreso ao descobrir que Erica também havia sido presa. Ele só não entendia o que diabos havia dado no FBI para liberar alguns dos seus prisioneiros mais perigosos. Não que ele estivesse se importando ou reclamando. Ele havia gostado. Graças a essa atitude estranha dos federais, ele pôde encontrar quem tanto queria. E seria graças a essa atitude que ele conseguiria fazer o que tanto desejava.
- eu conheço esse nome – soltou antes de se virar para outro computador. Ele passou a dedilhar, concentrado no que fazia, antes de seus olhos se arregalarem e um sorriso animado crescer em seus lábios.
- ora, ora, mas olha só o que eu descobri aqui! – exclamou, baixinho, enquanto passava os olhos pela página, lendo o arquivo com mais determinação. Seu sorriso apenas crescia a medida em que lia as palavras que se encontravam no monitor.
- eu não poderia encontrar pessoa melhor para ser a primeira – ditou risonho com um sentimento de realização crescendo em seu peito, acompanhando sua animação.
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Death Wonderland - Livro 1
FanficA segurança nacional está em crise. O FBI já não está mais dando conta de tantos casos. O sistema carcerário está em crise, a criminalidade apenas cresce no país, e apenas mais casos aparecem, enquanto que o número de casos resolvidos diminui. Deses...