- e então? O que temos para hoje? – questionou Vernon assim que saiu do elevador.
- a especialidade de vocês dois - respondeu Lydia vendo Isaac jogar as mãos para cima
- não é um assassino! – exclamou o louro, animado, antes de fazer um High Five com Vernon.
- nossa! Me sinto tão excluída! – dramatizou Erica se jogando sentada em uma das cadeiras giratórias do local.
- não é nada contra você, loira. Mas é que estamos com um certo receio de nos deparamos com algum Jaguadarte ou com alguma Cinderela outra vez – confessou o Boyd vendo a Reyes balançar a cabeça, pensativa.
- sem contar que, assim como você e o Stiles têm o lance de vocês com mortes, Vernon e eu temos o nosso com o tráfico – ditou Isaac sorrindo divertido para a mulher de cachos, que sorriu igualmente divertida.
- vou adorar ver isso em ação de novo – comentou a Reyes apoiando o queixo nas palmas das mãos.
- eu detesto admitir, mas, de fato, eu não conseguiria lidar com eles dois tão rápido quanto Alice. Eu se quer cogitaria na filha do delegado como criminosa. Muito menos conseguiria achar aquele desgraçado nojento – disse a loura antes de fazer uma careta ao se lembrar do corpo decapitado de pele repleta de cicatrizes e mazelas.
- mas e aí? O que vai ser? Pedra ou pó? – questionou Isaac encarando Lydia, que se ergueu com alguns papéis em mãos.
- injetáveis – respondeu a ruiva enquanto seguia para a mesa.
- hm... Será difícil, hein! – comentou Isaac chamando a atenção de Erica.
- prender traficantes é sempre difícil, Isaac. Esses desgraçados vivem se emaranhando uns com os outros. Quando você pensa que pegou o cabeça da gangue, ele é só o capanga do capanga – argumentou Lydia vendo o louro dar de ombros, concordando.
- mas qual é a diferença de injetáveis para pedra ou pó? Em todos eles nós temos que seguir a droga para poder achar quem queremos – argumentou a Reyes vendo o Lahey suspirar.
- porque com injetáveis o método é outro. A droga chega aos drogados em uma forma, e então eles a transformam no produto desejado com as instruções do traficante – respondeu Scott chamando a atenção para si.
- exato. Por exemplo, basta pegar um pouco desse pó X e o colocar em uma colher de sopa, esquentar com um isqueiro ou no fogão, esperar que a fusão ocorra, depois é só esperar esfriar e colocar na veia – explicou Isaac vendo a loura menear positivamente, indicando que havia compreendido.
- mas se esperar esfriar, a droga não vai voltar para o estado sólido? – questionou Vernon, confuso.
- não. Há algumas substâncias que são sólidas a temperatura ambiente, mas quando são fervidas e se tornam liquidas, é difícil retornarem para a sua forma solidas mesmo após retornarem a temperatura ambiente. Principalmente quando são misturadas com líquidos – explicou Isaac vendo os outros dois prisioneiros menearem positivamente em compreensão.
- eu vou apenas levar esses papeis para a sala do Derek e volto logo para explicar os detalhes – falou a ruiva já se dirigindo para o cômodo citado.
- por falar no Derek, cadê o ele e o Peter? – questionou Erica vendo que tio e sobrinho não se encontravam no local.
- não sabemos – respondeu Allison vendo Isaac suspirar.
- acha que ele foi ver o Stiles? – indagou Erica vendo Vernon dar de ombros.
- eu não me lembro de ter visto o Stiles receber alguma visita. Ele sempre está na cela dele. Quando é obrigado a sair, ele se senta em uma sombra e fica desenhando ou brincando com os baralhos dele – comentou o Boyd se lembrando bem de que todas as vezes em que olhava para Stiles ou procurava por ele, o castanho estava sob uma sombra, desenhando ou manuseando algum baralho.
- Alice sempre foi muito discreto – comentou Lydia e os detentos se entreolharam, principalmente Isaac e Vernon.
Na mente dos dois, vieram as imagens de Stiles arrancando o piercing de um prisioneiro com os dentes, a cena do castanho destruindo os dentes de um traficante da cadeia ao bater o rosto do homem contra o chão várias vezes seguidas. Os três detentos se lembraram de quando Alice e Derek capotaram o carro de uma testemunha quando a mesma começou a fugir deles.
- é. Realmente – comentou Erica enquanto tentava segurar o riso.
Já Isaac não se deu ao trabalho de tentar se segurar. O louro de cachos gargalhou alto, não se importando em nada com os olhares confusos dos agentes.
- cara! Você ri de tudo, não é? – comentou Vernon vendo o companheiro de cela e amigo bater levemente na mesa com as gargalhadas.
- é bom saber que pelo menos alguém se diverte por aqui – ditou Peter ao passar pela porta da escada.
- ah, é divertido trabalhar aqui! – exclamou o Lahey em resposta.
Scott não pôde segurar o sorriso mínimo que tomou os seus lábios com as palavras do antigo melhor amigo.
- e o seu sobrinho rabugento? – questionou Erica unindo as mãos abaixo do queixo, apoiando a cabeça nelas.
Peter fez uma leve careta ao ser questionado pelo paradeiro do sobrinho.
- ele deve estar chegando – respondeu enquanto olhava em seu relógio.
- e ele continua insuportável ou já está no estado de Só-Jesus-na-causa? – questionou o Boyd esperançoso de que a resposta do mais velho pudesse melhorar o ânimo um pouco mais.
Derek andava insuportável naquela semana. Já havia se passado uma semana que Stiles fora suspenso da equipe como pena extra por ter decapitado um criminoso que já fugia do FBI há anos.
E, como se já não bastasse a falta de um membro na equipe, Derek parecia também estar ausente. O Hale se atrasava e sempre estava mal-humorado. Bem mais mal-humorado do que o normal, diga-se de passagem.
Peter não sabia bem o motivo daquela atitude do sobrinho.
Era óbvio que a causa do mal-humor excessivo do agente de olhos verdes estava relacionada com a morte do pai dele. Mas o que, exatamente, originou aquilo é que é o grande mistério para Peter. Nada havia sido revelado ultimamente. Nenhum fato sobre a morte de Alexander fora relatado por si ou por Talia para o moreno de olhos verdes.
- voltei! – exclamou a ruiva, sorrindo de lado, enquanto bloqueava a tela do celular.
- vamos esperar por ele ou vamos começar logo? – indagou Scott vendo Lydia suspirar, já sabendo do que se tratava.
- vamos começar logo. Derek sabe das responsabilidades dele como um dos líderes dessa equipe – ditou Allison, com seriedade, e logo todos olharam para Peter, esperando por seu consentimento.
- vamos começar – ditou o Tate enquanto puxava uma das cadeiras para que pudesse se sentar.
- o que ele está fazendo? – indagou Billy encarando Stiles descaradamente.
- desenhando, eu acho – respondeu Jimmy, confuso.
- não, idiota! Eu quero dizer o que ele está fazendo que ainda não nos castigou – argumentou o homem de macacão laranja, cujas mangas foram cortadas.
- já faz uma semana que ele apenas fica ali, sentado. Jogando paciência, fazendo castelos de cartas ou desenhando. – comentou Marcos vendo o castanho assoprar a folha do caderno de desenho sutilmente.
- o que será que ele desenha? – indagou Jimmy vendo o castanho passar a página e começar a desenhar novamente.
- eu sei lá. Coisas loucas da cabeça dele, talvez – comentou Billy quando o castanho inclinou levemente a cabeça enquanto desenhava.
- se vocês não pararem de encarar ele, alguém vai perceber que tem alguma merda rolando entre vocês – comentou Brett, surgindo ao lado de Marcos.
- o que você quer? – indagou Marcos vendo o colega de cela sorrir divertido.
- apenas um pouco de diversão – respondeu o Crowler antes de dar um leve toque no ombro do Rei e começar a caminhar na direção do castanho isolado.
- merda! Esse cara é maluco! - exclamou Jimmy vendo o louro se aproximar de Alice.
- ele vai matar a gente – comentou Billy, desesperado.
Alice estava desenhando desde que foram liberados para o pátio. O castanho estava entediado. Não podia negar. Desde que fora proibido de participar das investigações da equipe de Peter por um mês inteiro Stiles era dominado pelo tédio. Nada lhe mantinha entretido por muito tempo. Seus baralhos não lhe divertiam tanto, os detentos e policiais não lhe entretinham tanto, nem mesmo os cinco patetas que ele havia adotado como suas cartas lhe mantinham livre do tédio.
E, agora, nem mesmo o caderno que Peter lhe dera era o suficiente para lhe livrar do maldito tédio.
Ele estava para enlouquecer.
Odiava pessoas.
Odiava o tédio.
E, estar sendo dominado pelo tédio estando rodeado de pessoas irritantes e inúteis estava o deixando completamente surtado.
Stiles precisava de alívio.
Ele precisava de algo que lhe divertisse.
- e aí? – a voz de alguém chamou a atenção do castanho.
Erguendo o olhar para alguém cujo o corpo fizera sombra sobre o seu caderno de desenho, Alice pôde encontrar um louro, mais ou menos com a massa muscular de Marcos, o Rei. Stiles franziu o cenho para aquele homem louro, o vendo sorrir amigavelmente para si.
O analisando da cabeça aos pés, Stiles logo o definiu como um incendiário. Os pontos característicos eram óbvios. Camisa de manga cortada como a maioria, mas a sua tivera os fios soltos do corte queimados, os impedindo de descosturar a roupa. Volume cilíndrico considerável no bolso da calça e um pequeno volume no outro bolso, indicando que aquele homem carregava um pequeno lança-chamas composto de um isqueiro e um desodorante antitranspirante.
- olá! – exclamou o mais baixo, inocentemente.
“que safado! Se fingindo de inofensivo”
Pensou Brett colocando uma das mãos no bolso da camisa e puxando uma pequena caixa de fósforos.
- eu sou Brett. Brett Crowler. E você? – o homem se apresentou enquanto acendia um fósforo e o levava aos lábios.
A chama do palito de madeira se apagou e o homem colocou o palito nos lábios, passando a mordiscar a ponta do mesmo com os dentes da frente, se deliciando com o aroma de fósforo queimado que exalava do pequeno palito de madeira.
- os meus amigos me chamam de Stiles – respondeu o castanho vendo o louro, simpaticamente, se sentar ao seu lado.
- o que você tanto desenha aí? – indagou o mais alto e logo o mais baixo voltou a desenhar.
- nada muito interessante. Eu não sou muito bom dm desenhar. Por isso fico treinando enquanto posso. Quero ser um artista bem diferenciado – disse enquanto deslizava o lápis pela folha branca criando rabiscos em diagonal que mais tarde se tornariam uma parede.
- você se diverte desenhando? – questionou Brett ainda amigavelmente vendo o castanho mudar a posição do lápis e mudar o local da folha que era rabiscado.
- um pouco. Mas ultimamente tem sido bem entediante. Pensei que fora daquela caixa de fósforos fosse divertido, mas é quase igualmente entediante – respondeu Alice divagando um pouco durante a sua resposta.
- caixa de fósforos? Quer dizer a sua cela? Pensei que fosse espaçosa para um cara só – comentou o louro vendo o castanho balançar a cabeça, a inclinando de um lado para outro.
- sim, eu me refiro a ela – mentiu Stiles voltando a se focar em seu caderno de desenho.
- é espaçosa, até. Mas ainda é pequena comparada com um ambiente decente – argumentou o assassino enquanto permanecia a rabiscar em seu caderno.
- não quer fazer algo mais divertido do que isso? – inquiriu Brett vendo o castanho desviar o olhar, curioso, para si.
- algo mais divertido? – indagou Alice, levemente interessado.
- sim –
- e o que te faz pensar que o que você tem em mente pode me divertir? – inquiriu o castanho e o outro lambeu os lábios de maneira travessa.
- digamos que... Não tem como você negar. Eu posso ser bastante interessante – respondeu o Crowler vendo o castanho parar, brevemente, de desenhar, enquanto lhe encarava de canto de olho.
- por que não? – questionou o assassino, desconfiado.
O incendiário sorriu, antes de se aproximar mais e se inclinara para a frente, com a finalidade de sussurrar no ouvido do mais baixo.
- eu sei o seu segredo – o homem de cabelos louros proferiu em tom baixo, chamando a atenção de Stiles.
- de qual, exatamente, você está falando? – perguntou Alice sorrindo minimamente, diferente do esperado por Brett.
- me encontre no banheiro em quatro minutos e saberá de qual eu estou falando – falou o Crowler antes de se erguer e seguir para o interior do presídio.
- parece que alguém está querendo brincar com fogo – murmurou Stiles sorrindo predatório para a entrada da prisão.
- acho que vou ter que matar alguém – ele voltou a murmurar enquanto fechava o caderno. O castanho encarou o interior do presídio com uma expressão de poucos amigos, antes de sorrir divertido, colocando a ponta da língua para fora da boca.
- até parece que vai ser necessário – ditou antes de se erguer e começar a caminhar na direção de sua cela.
O míssil passou por cima da barricada e seguiu para um carro um pouco distante. A explosão fora grande devido ao acréscimo do combustível na equação.
- PUTA MERDA! – gritou Isaac assim que viu o carro atingido pelo lança mísseis ser erguido do chão pela explosão.
Eles haviam ido até o local da entrega de uma valiosa carga de drogas entre duas equipes da facção criminosa que estavam perseguindo. O objetivo era capturar os membros da facção e o carregamento do processo que os criminosos realizariam naquele lugar. No entanto, eles foram surpreendidos com uma boa linha de defesa por parte dos criminosos. Estava sendo difícil, mas eles estavam conseguindo lidar com eles. A equipe, juntamente com a polícia local, havia se preparado bem para a operação. Para completar, o líder suposto líder da facção se encontrava no local. A quantidade de entorpecentes ali presentes era valiosa o bastante para o homem decidir fiscalizar ele mesmo o transporte. Agora, ele e os comparsas haviam recuado para o interior do local abandonado que estavam usando para realizar a troca de carregamentos entre as equipes da área.
- o cara do lança mísseis já foi abatido – informou Vernon enquanto se escondia atrás da barricada e recarregava a sua arma.
- ótimo. Isso vai facilitar as coisas – ditou Allison no rádio enquanto disparava contra os traficantes.
- alguém está vendo o alvo? – questionou o delegado local, também disparando contra os traficantes.
- sem visão – respondeu Peter acertando o peito de um dos traficantes que seguia para Isaac e Vernon, tentando os pegar desprevenidos.
- puta merda. Eu deveria ter ficado na delegacia. EU VOU MORRER! – reclamou Isaac assim que ouviu o homem gemer e cair perto do seu esconderijo, deixando a arma deslizar para perto da barricada.
- Isaac, pega a arma! – ordenou o Boyd para o louro, que se virou revoltado.
- cara! Eu não devia estar aqui! Eu sou um gênio da química. Você que é o gênio das armas. Eu não sei nem como se segura essa merda! – exclamou o Lahey, revoltado.
- Isaac! Eu preciso daquela arma. Apenas pega a arma e entrega ela para mim – argumentou Vernon e o louro gemeu em desgosto.
- ah, eu odeio essa merda de trabalho – ralhou o homem de cabelos cacheados antes de começar a se aproximar do fuzil jogado no chão.
Assim que Isaac estendeu o braço para alcançar o fuzil, um homem vestido com jaqueta de couro se aproximou a passos pesados e apontou com a IMI Galil para o louro de cabelos cacheados. Isaac se vi em choque ao ver o fuzil apontado em sua direção.
O seu corpo gelou, seus membros começaram a tremer e a sua garganta se tornou indescritivelmente seca.
Vernon tentou disparar contra o homem que apontava um fuzil para Isaac, mas as suas balas haviam acabado.
Uma bala atravessou o pescoço do traficante que estava prestes a disparar contra o Lahey, antes de uma segunda bala atravessar a sua nuca e sair pelo topo do nariz. O cadáver caiu ao lado de Isaac, que olhou na direção da casa que tentavam invadir, vendo no topo da escada da frente, já no interior da casa, Scott abaixar um fuzil enquanto olhava para si.
- o líder deve estar no interior, escondido – afirmou o delegado olhando para Peter.
- Scott, atrás de você – alertou Derek já mirando no homem que se aproximava de Scott com duas pistolas em mãos.
Derek não pôde puxar o gatilho. A visão não era boa o suficiente para disparar.
Scott se virou, surpreso, não tendo tempo de reação quando uma das pistolas fora colocada contra o seu pescoço. Erica saltou contra a parede, antes de saltar mais uma vez, cravando uma faca no pescoço do traficante, antes de colar o cano de uma pistola contra a cabeça do homem, disparando uma vez.
Scott, em choque, apenas assistiu quando a loura aterrissou atrás do homem, girando sobre os próprios pés, retirando a faca da garganta do cadáver e a lançando em um segundo elemento que já se encontrava com eles na mira. A faca voou, girando várias vezes no ar antes de acertar o olho do traficante, que apenas caiu deitado de costas no chão. A loura simplesmente se ajoelhou e disparou contra o homem, o derrubando de vez.
- obrigado – agradeceu o McCall enquanto seguia a loura para o próximo cômodo, ao mesmo tempo em que o resto da equipe, juntamente com a polícia, adentravam a casa.
Scott assistiu, perplexo, quando Erica, sozinha, liquidou uma série de homens, apenas com uma pistola e uma faca de forma excepcional. Q mulher praticamente os exterminou. Ele se quer precisou gastar alguma energia ou munição no cômodo.
- a sua vida de crimes rendeu bons resultados – comentou o moreno de queixo torto vendo a mulher recarregar a pistola antes de lhe encarar.
- não foram os meus crimes que me fizeram o que eu sou hoje. Foram os motivos que me levaram a ser uma criminosa – ditou a loura antes de Allison e Derek se aproximarem.
- o número está diminuindo – informou o Hale enquanto saia brevemente do esconderijo para realizar alguns disparos.
- eles estão recuando – ditou Scott ao mesmo tempo em que se escondia quando uma chuva de balas fora disparada contra eles.
- recuando o caralho. Eles estão nos distraindo enquanto o líder foge – alertou Vernon quando ele e Allison acertaram uma bala, cada um, na testa dos dois que impediam eles de avançarem.
- temos que chegar aos fundos da casa – alertou Allison enquanto recarregava o fuzil que tinha em mãos.
- vamos nos dividir. Allison, Vernon e Erica façam a volta e vão para os fundos. Nós vamos morder a isca. – ordenou Peter enquanto disparava contra os traficantes.
- como vamos chegar aos fundos? – indagou o Boyd ao mesmo tempo em que recarregava o fuzil que pegou de um dos traficantes.
- por aqui – ditou Erica chutando uma janela, a quebrando, e logo pulando pela mesma.
- vamos – chamou Allison enquanto seguia a loura.
- Scott, me dá cobertura – pediu Derek ao mesmo tempo em que recarregava a própria arma.
- beleza – disse o McCall já se preparando para abrir fogo de cobertura.
Scott passou a disparar contra os traficantes, os obrigando a se esconderem atrás de barricadas. Enquanto isso, Derek avançava, abaixado. Peter seguiu o moreno, sendo acobertado pelo delegado e alguns oficiais.
Tio e sobrinho aniquilaram o grupo que impedia o avanço da equipe. Todos foram pegos de surpresa pelos dois homens, e o único que teve algum tempo de reação, fora parado por um tiro do delegado em seu peito.
- achamos ele – a voz de Allison soou no rádio.
- ótimo. Não deixem ele escapar – ordenou Peter enquanto recarregava.
- Erica está avançando até ele – ditou Vernon enquanto via a Reyes correr até o alvo.
- lembre-se que nós precisamos dele vivo – falou Derek ouvindo a loura confirmar que havia entendido.
Ao seguirem avançando, Derek e Peter foram surpreendidos quando um rapaz de mais ou menos dezesseis anos surgiu com duas pistolas, correndo de uma cobertura para outra, gargalhando pela adrenalina da ação. Ele apontou com as duas pistolas para os agentes e saltou.
Peter mirou contra o rapaz, mas parou o que fazia.
O seu corpo travou quando a sua mente viajou para o passado. Derek e Scott dispararam contra o adolescente, cada um atingindo um ombro do rapaz.
O Hale encarou o tio, o vendo paralisado, apenas a olhar para o rapaz baleado.
- Peter, está tudo bem? – inquiriu Derek enquanto se aproximava.
Peter não respondeu.
- tio Peter – chamou o moreno apertando o ombro do louro.
O mais velho piscou os olhos algumas vezes, sendo desperto de seus devaneios.
- o que foi? – questionou Peter com uma expressão séria, tentando camuflar a sua confusão.
- o senhor está bem? – perguntou Derek puxando o tio para atrás de uma parede, a usando de barricada.
- sim, sim. Eu estou – respondeu o louro encarando o sobrinho franzir o cenho.
- Peter, você está tremendo – comentou Derek vendo o tio olhar para as próprias mãos.
- não é nada, Derek. Vamos prosseguir – ditou Peter vendo o delegado e Scott seguirem com outros oficiais para o próximo cômodo.
- pegamos ele – ditou Allison enquanto encarava Erica e Vernon algemarem o líder da organização.
- ótimo. Levem-no para a delegacia – ordenou Peter ouvindo Allison concordar.
Ao perceberem que haviam perdido aquele confronto, aos criminosos remanescentes se renderam. Preferindo lagar uma pena de anos na cadeia a perder a vida em um confronto inútil. Ao algemarem todos, os oficiais os guiaram até os camburões preparados para os levar para a delegacia.
- tudo limpo. Acabou – ditou o delegado, no rádio.
- perfeito. Tragam o Isaac – ordenou o Tate e logo o louro adentrou a casa, sendo acompanhado por uma mulher armada.
- o que aconteceu? Por que parou? – questionou Derek vendo o tio encarar o adolescente baleado, o qual gemia de dor, com certa seriedade.
- não foi nada – respondeu o mais velho desviando o olhar.
O homem passou a analisar o trabalho de Isaac, que abria a carga que se encontrava disfarçada em caixotes de madeira que levavam peças artísticas. O Lahey simplesmente tocava a droga com os dedos e os levava ao rosto, antes de definir o que era apenas com o cheiro ou o sabor.
- Peter. Você travou na frente de uma arma – argumentou o Hale com certa intensidade na voz.
O pai de Derek havia falecido quando ele ainda era um adolescente. O seu tio foi o homem que assumiu o papel de seu pai em alguns aspectos de sua vida. Fora Peter quem ensinou Derek e Laura a dirigir antes de os dois tirarem suas carteiras de motorista. Fora Peter quem ensinou a Derek a lidar com o dinheiro e como cuidar de uma conta bancária. Assim como fora Peter quem ensinara o sobrinho a atirar quando o mais novo disse que iria prestar exame para ser do FBI. E Peter sempre lhe ensinou a nunca vacilar na frente de uma arma. Mesmo que estivesse sobre a mira de uma, o louro ensinou Derek a ser firme, manter a calma e analisar a situação. Mesmo que o Hale implicasse com a “corrupção” de Peter, o moreno aprendia com o tio.
Hoje, Derek sabia que a acusação de corrupção era apenas uma farsa para afastar Peter. Um tipo de aposentadoria forçada. O motivo? Derek não sabia. Mas sabia que havia implicado com o tio, por anos, dificultando a união familiar apenas por uma mentira.
O moreno de olhos verdes nunca havia atuado com o tio até aquela divisão ser criada. Mas, desde então, ele sabia do que o tio era feito. Sabia o motivo pelo qual se tornou tão bom com o treinamento do tio antes mesmo de adentrar o FBI.
Peter era bom.
Muito bom.
O homem nunca havia vacilado em situação alguma.
Pelo menos não até aquele momento.
E Derek queria entender. Entender o motivo pelo qual Peter, que era um ótimo agente, simplesmente havia parado, do nada, diante de uma arma apontada para si.
- não foi nada, Derek. Foque no trabalho – disse o Tate enquanto se afastava alguns passos, se aproximando de Isaac.
- e aí? Todas estão aqui? – indagou Peter vendo o Lahey menear positivamente.
- esse cara iria fazer uma feira de drogas. Tem quase de tudo aqui. Tem até algumas que não são muito populares aqui no país – ditou Isaac enquanto olhava ao redor.
- ótimo – ditou o mais velho se afastando para um canto e passando a respirar fundo, enquanto levava a mão direita ao peito, o apertando.
- está tudo bem? – indagou Isaac vendo o homem mais velho menear positivamente.
- Lydia, já temos o senhor Misdoc e o carregamento – falou Scott no comunicador para a ruiva, que logo respondeu para o comunicador de todos.
- ótimo. Voltem o quanto antes. Já temos um novo trabalho – ditou a ruiva surpreendendo os policiais, que estavam com o rádio na mesma frequência do da equipe do FBI.
- certo. Estamos voltando – ditou Derek enquanto analisava o tio.
- essa semana está sendo cansativa – falou Erica enquanto alongava o pescoço.
Peter permanecia em seu canto, trêmulo e com a mão no peito. Era óbvio que algo havia afetado o louro de cabelos penteados para trás e de uma maneira muito intensa. Derek não sabia o que era, mas esperava que o efeito não durasse por muito tempo.
Ele sentia que o seu tio não iria se abrir consigo quanto a isso.
Derek não o culpava.
Havia passado a maior parte de sua vida acusando o seu tio de ser um homem horrível e o afastando de si. Era óbvio que Peter não iria ser tão aberto consigo quanto era com Malia e Cora.
Mas Derek esperava que Peter falasse consigo. Pois aquilo era preocupante. Aquele pequeno vacilo havia colocado a vida do agente mais velho em risco. Ele precisava saber o motivo do ataque do seu tio para poder evitar, ao máximo, que o mesmo fosse exposto a uma situação daquelas novamente.
Enquanto isso, a mente de Peter voltava a repetir aquela mesma imagem em sua mente. A mesma imagem que lhe atormentou por meses.
Na mente de Peter, uma garota de cabelos castanhos longos, balançando ao vento, enquanto a mesma corria, em seu vestido azul bordado, ao mesmo tempo em que apontava duas armas para os seus companheiros de trabalho. A gargalhada divertida indicava a emoção que sentia enquanto realizava disparos contra os agentes do FBI, acertando alguns deles.
Uma mão grande acolheu o ombro do homem, o apertando suavemente, despertando Peter dos seus devaneios.
- Peter, vamos – chamou Derek vendo o mais velho menear positivamente, após o leve susto.
- certo. Vamos – disse o louro seguindo o sobrinho para a saída do esconderijo.
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Death Wonderland - Livro 1
Fiksi PenggemarA segurança nacional está em crise. O FBI já não está mais dando conta de tantos casos. O sistema carcerário está em crise, a criminalidade apenas cresce no país, e apenas mais casos aparecem, enquanto que o número de casos resolvidos diminui. Deses...